Mosaic entra em bionutrição de safras no Brasil, uma categoria de bioinsumos

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A Mosaic Fertilizantes anunciou nesta terça-feira (19) a entrada no mercado de bionutrição no Brasil, uma categoria do segmento de bioinsumos agrícolas que registra forte crescimento, enquanto prevê aumento de 2% do mercado brasileiro de adubos tradicionais em 2024, apesar de um menor apetite do produtor de soja para fechar negócios.

Com cerca de um quarto do mercado de fertilizantes no Brasil, a empresa almeja também ser líder em bionutrição. Em um primeiro ano, projeta números “modestos” de vendas de seus bioinsumos no valor de 1 milhão de dólares, mas este faturamento deve subir cem vezes até 2030, para 100 milhões de dólares, disse o country manager da Mosaic no Brasil, Eduardo de Souza Monteiro.

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Segundo ele, o mercado de bioinsumos “altamente promissor” tem crescido a taxas de 30% a 40% ao ano, podendo atingir a cifra de 30 bilhões de dólares no mundo ao final desta década, o que tem atraído a companhia para o segmento não apenas no Brasil, mas em outras partes do planeta.

“A Mosaic Fertilizantes tem um grande dia da sua história (com a entrada em bioinsumos). Temos o objetivo de nos tornarmos um dos grandes protagonistas da bionutrição, com produtos que vão ativar o potencial do solo, da planta e o microbioma, para melhorar o desempenho da colheita”, disse Monteiro.

Inicialmente, o foco dos produtos de bionutrição da Mosaic Biosciences Brasil será os mercados de soja e milho. Tanto que o lançamento dos inoculantes e bioestimulantes acontecerá nesta semana na feira Show Safra, em Lucas do Rio Verde, importante polo agrícola de Mato Grosso.

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“Nossa proposta de valor no final do dia é trazer ganhos de produtividade ao agricultor na ordem de 10%, para aquele que utilizar este pacote completo”, afirmou Monteiro, ressaltando que os bioinsumos são complementares aos fertilizantes tradicionais.

O portfólio será composto inicialmente por quatro produtos, todos focados para uso no solo ou sementes, disse o diretor da Mosaic Biosciences Brasil, Alexandre Ricardo Alves, explicando que as matérias-primas utilizadas nos bionutrientes são basicamente bactérias, como bradyrhizobium e azospirillum, entre outras.

A companhia ofertará produtos que deverão dar maior resiliência às plantas em uma situação de estresse hídrico, destacou o diretor.

Os executivos afirmaram que em um primeiro momento vão trabalhar com produtos desenvolvidos com parceiros comerciais do Brasil, em um sistema “tolling”, mas não descartam trazer no futuro novidades de outros países onde a Mosaic já atua no segmento, como os Estados Unidos, a depender da aprovação dos reguladores.

Segundo Monteiro, as projeções da Mosaic para as suas vendas de produtos de bionutrição são baseadas em crescimentos orgânicos, mas o executivo disse que nada impede que a companhia venha a avaliar aquisições, caso surja alguma oportunidade.

A Mosaic vai se manter focada em nutrição de safras, mantendo-se distante do mercado de bionsumos para controle de pragas e doenças das lavouras.

Fertilizantes

O country manager da Mosaic afirmou que, a despeito de uma esperada queda no plantio da safra de milho — que não será tão “abrupta” — e das lentas vendas para a nova safra de soja, o Brasil tem possibilidade de quebrar um recorde nas vendas de fertilizantes em 2024.

No ano passado, as entregas aos consumidores de adubos ficaram perto da máxima histórica de 2021, somando 45,826 milhões de toneladas, mas em 2024 a expectativa é de crescimento de 2% ante 2023, para um novo recorde, reiterou Monteiro.

“Partindo da premissa de que a gente seja capaz de cobrir esse atraso da comercialização de soja, aí a gente continua com a nossa premissa de um mercado crescendo na casa de 2% este ano. Essa é a nossa leitura desse instante”, disse.

Segundo ele, a redução na demanda de fertilizantes para o milho será compensada pelo crescimento do consumo para outras culturas, como cana-de-açúcar, laranja, café e algodão, cujos mercados estão mais interessantes no momento, afirmou o executivo.

Ele disse ainda que as metas devem ser atingidas à medida que as vendas para a nova safra de soja deslanchem.

Até o momento, a velocidade da comercialização antecipada de adubos para a soja da nova temporada, que será plantada a partir de setembro, atingiu 40%, versus 60% da média de três anos para a época, disse o executivo, lembrando que os preços da oleaginosa não estão tão bons como em anos anteriores, o que deixa agricultores retraídos.

Agora em março, contudo, a Mosaic já verificou alguma recuperação no ânimo dos agricultores, que já compraram cerca de 70% do potássio a ser utilizado para soja, mas estão atrasados nas compras de fósforo, o que tem impactado no índice geral.

Do fósforo, os agricultores do Brasil fecharam as compras de 35% do produto que deve ser usado na próxima safra de soja, enquanto aguardam preços mais baixos que podem não vir, alertou Monteiro, avaliando que o Brasil já tem o menor valor entre os principais consumidores para esta matéria-prima.

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