Ibovespa abre em alta no primeiro dia da reunião do Copom

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O Ibovespa opera em alta de 0,36% na abertura do pregão desta terça-feira (19), a 127.440 pontos perto das 10h10, horário de Brasília. Começam hoje as reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) e do Federal Open Market Committee (Fomc), seu equivalente americano. Esses encontros darão sinais importantes sobre o que deve ocorrer com os juros ao longo de 2024, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.

O dólar avançava 0,39% ante o real por volta das 10h10. A moeda era negociada a R$ 5,0454.

Analistas consultados pelo Banco Central elevaram suas projeções para a inflação e o crescimento econômico neste ano, de acordo com a pesquisa Focus divulgada nesta terça-feira.

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O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, apontou que a expectativa para a alta do IPCA em 2024 subiu em 0,02 ponto percentual, para 3,79%. Para 2025 a projeção foi elevada em 0,01 ponto, a 3,52%, enquanto para os dois anos seguintes seguiu em 3,50%.

O centro da meta oficial para a inflação em 2024, 2025 e 2026 é de 3,00%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

Para o Produto Interno Bruto (PIB), a estimativa de crescimento este ano melhorou a 1,80%, de 1,78% na semana anterior, enquanto para 2025 seguiu em 2,0%.

No cenário corporativo, a Braskem teve prejuízo líquido de R$ 1,57 bilhão no quarto trimestre, queda de 8% sobre o resultado negativo de um ano antes e de 35% sobre o desempenho do período de julho a setembro do ano passado, segundo balanço publicado nesta madrugada.

A companhia, maior petroquímica da América Latina, apurou um resultado operacional medido pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) recorrente de R$ 1,05 bilhão, revertendo desempenho negativo sofrido no quarto trimestre de 2022. Ante o terceiro trimestre do ano passado, o Ebitda recorrente cresceu 14%.

Mercados internacionais

Nos Estados Unidos, começou hoje a reunião do Federal Open Market Committee (Fomc), que deve dar sinais importantes sobre o que ocorrerá com os juros ao longo de 2024.

A inflação de fevereiro, divulgada na semana passada, ficou acima do esperado e das metas. O índice de preços ao consumidor (Consumer Price Index, CPI) variou 3,2% em 12 meses, acima da expectativa de 3,1%. E o núcleo do índice, que exclui os preços mais voláteis de alimentos e de energia, subiu 3,8%, acima dos 3,7% e quase o dobro da meta de 2%.

Desta forma, até a semana passada, a expectativa dos investidores era que a redução nos juros americanos poderia começar na reunião do Fomc agendada para junho. No entanto, os indicadores mais recentes podem fazer com que o Federal Reserve (FED) mantenha sua atitude cautelosa. Assim, todas as atenções estarão voltadas para a entrevista que deverá ser concedida por Jerome Powell, presidente do FED, na quarta-feira após a reunião.

Na Ásia, as ações da China caíram nesta terça-feira, acompanhando as perdas dos mercados regionais, já que as preocupações com o aprofundamento da crise imobiliária no país e a demanda doméstica fraca compensaram os sinais de melhora na produção das fábricas.

A cautela diante de uma enxurrada de reuniões de bancos centrais globais nesta semana também manteve as negociações moderadas, com o Federal Reserve revisando sua política monetária em meio a novos sinais de que pode não cortar a taxa de juros dos Estados Unidos tão rapidamente ou tanto quanto se esperava há apenas alguns meses, o que manteria a pressão sobre o iuan da China.

A China deve manter a taxa referencial de empréstimo na quarta-feira, segundo uma pesquisa da Reuters, depois que o banco central deixou inalterada na semana passada uma importante taxa de juros, em um momento em que a economia em geral está começando a mostrar alguns sinais de melhora.

A taxa primária de empréstimos (LPR), normalmente cobrada dos melhores clientes dos bancos, é calculada a cada mês, depois que 20 bancos comerciais designados submetem as taxas propostas ao Banco do Povo da China.

O Banco do Japão encerrou oito anos de taxas de juros negativas e outros resquícios de sua política monetária pouco ortodoxa nesta terça-feira, fazendo uma mudança histórica em relação ao seu foco de reflacionar o crescimento com décadas de estímulo monetário maciço.

Embora a medida tenha sido o primeiro aumento da taxa de juros do Japão em 17 anos, ela ainda mantém as taxas em torno de zero uma vez que a frágil recuperação econômica força o banco central a ir devagar com novos aumentos nos custos de empréstimos, segundo analistas.

A mudança faz do Japão o último banco central a sair das taxas negativas e encerra uma era em que as autoridades em todo o mundo buscaram sustentar o crescimento por meio de dinheiro barato e ferramentas monetárias não convencionais.

O Hang Seng, de Hong Kong, desvalorizou 1,24%; e o BSE Sensex, de Mumbai, fechou o dia em queda de 1,01%. Já na China continental, o índice Shanghai perdeu 0,72%; e no Japão, o índice Nikkei avançou 0,66%.

Na Europa, o crescimento econômico da zona do euro pode decepcionar, arrastando consigo a inflação, disse a autoridade do Banco Central Europeu Pablo Hernández de Cos nesta terça-feira.

A economia da zona do euro está estagnada há pelo menos um ano, mas o BCE espera que ela comece a acelerar nesta primavera (no Hemisfério Norte).

“Os riscos para o crescimento são claramente negativos”, disse o presidente do banco central espanhol em um evento em Madri.

Por lá, a confiança dos investidores alemães melhorou mais do que o esperado em março devido às expectativas de um corte nos juros pelo Banco Central Europeu e aos sinais positivos vindos da China, informou o instituto de pesquisa econômica ZEW nesta terça-feira.

O ZEW relatou um aumento em seu índice de confiança econômica para 31,7 pontos, ante 19,9 em fevereiro, superando as estimativas dos analistas em uma pesquisa da Reuters de uma leitura de 20,5.

“Mais de 80% dos entrevistados preveem que o BCE reduzirá os juros nos próximos seis meses”, disse o presidente do ZEW, Achim Wambach, acrescentando que isso pode explicar uma perspectiva mais otimista para o setor de construção.

O Stoxx 600 perdia 0,09%; na Alemanha, o DAX avançava 0,19%; o CAC 40 em alta de 0,36% na França; na Itália, o FTSE MIB sobe 0,48%; enquanto o FTSE 100 tem desvalorização de 0,26% no Reino Unido.

(Com Reuters)

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