A indústria de veículos do Brasil apurou crescimento de 24,3% na produção em fevereiro ante janeiro, a 189,7 mil carros, comerciais leves, caminhões e ônibus, informou nesta quinta-feira (7) a associação de montadoras, Anfavea.
As vendas somaram 165,2 mil veículos novos no mês passado, um crescimento de 2,2% na comparação mensal. Na média diária, os emplacamentos de fevereiro sobre janeiro dispararam 18,4%, para 8,7 mil unidades, afirmou o presidente da Anfavea, Marcio de Lima Leite, em apresentação a jornalistas.
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O executivo afirmou que os emplacamentos de fevereiro marcaram “a primeira vez que temos uma média diária superior ao período pré-pandemia”.
O destaque nos licenciamentos seguiu sendo o segmento de modelos eletrificados, segundo a Anfavea, que somou no primeiro bimestre vendas de 22,5 mil veículos, dos quais 8 mil elétricos e 14,5 mil híbridos. No primeiro bimestre, a participação desses modelos eletrificados no total de vendas de veículos leves foi de 7,3% ante uma fatia de 4,3% em 2023, segundo os dados da Anfavea.
O crescimento das vendas de eletrificados em fevereiro ainda seguiu embalada pelas importações desses modelos realizada antes do aumento da tarifa de importação no início deste ano. No mês passado, a participação dos importados no total vendido de veículos leves foi de 17%, após 19,5% em janeiro. A fatia de importados em fevereiro é a maior para o mês desde pelo menos 2021.
Segundo o presidente da Anfavea, o movimento de emplacamento elevado de importados ainda deve se repetir em março.
O crescimento dos licenciamentos em fevereiro também foi impulsionado pelo setor de locadoras de veículos. Segundo a Anfavea, as locadoras registraram 70 mil emplacamentos no mês passado contra uma média histórica de 50 mil unidades. Leite afirmou que o movimento decorre em parte do envelhecimento da frota de aluguel, que obriga as empresas do setor a fazerem mais compras de veículos novos.
Ante fevereiro de 2023, a produção mostrou expansão de 17,4% e as vendas saltaram 27,1%, segundo os dados da entidade.
O setor terminou fevereiro com estoque de 217,6 mil veículos novos, praticamente estável sobre janeiro e equivalente a 38 dias de vendas.
As exportações de fevereiro, porém, mostraram queda ante o mesmo mês do ano passado, recuando 14,1%, para 30,7 mil veículos. O México seguiu sendo o principal destino das exportações nacionais, segundo a Anfavea.
A entidade tem discutido com o governo federal formas de alterar acordos comerciais como o que o Brasil tem com a Colômbia. Segundo o presidente da Anfavea, a entidade tem discutido possibilidade de eliminação das cotas do pacto comercial com o país vizinho.
No acumulado do bimestre, a produção subiu 8,9%, as vendas tiveram alta de 19,8% e as exportações mostravam recuo de 28%, afirmou a Anfavea.
Questionado sobre a sequência recente de anúncios de investimentos relevantes no país por montadoras como Toyota e Stellantis, Leite afirmou que decorrem de confiança do setor no crescimento do mercado. O executivo também citou a “previsibilidade” de regras após o retorno do imposto de importação sobre veículos eletrificados no início de janeiro e o lançamento do programa Mover no final do ano passado.
“Não havia motivos para se investir no Brasil porque poderia se trazer excesso de produção… ao nosso país”, disse o presidente da Anfavea sobre a situação anterior ao retorno do imposto de importação sobre os eletrificados.
Nesta semana, a Toyota anunciou investimento de R$ 11 bilhões no Brasil até 2030 e a Stellantis divulgou plano para injetar R$ 30 bilhões em suas operações no país também até 2030.
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