Café, biodiversidade e muita tecnologia. A Costa Rica é, atualmente, um país estratégico para o futuro da tecnologia. Isso ocorre por que a nação é sede de uma das fábricas mais importantes da Intel no mundo. No país, a empresa produz, de ponta a ponta, pesquisa e desenvolvimento de tecnologia para seus chips.
“A região das Américas se estabeleceu como uma peça-chave na construção dessa meta – a única no mundo que executa todo processo que transforma a área de silício em processadores potentes – e as operações da Intel Costa Rica são um dos nossos pilares para cumprirmos esse objetivo”, explica Gisselle Ruiz Lanza, Diretora Geral Latam da Intel. A planta emprega quase 8 mil profissionais entre diretos e indiretos.
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De acordo com a executiva, a Intel na Costa Rica reúne a maior comunidade de engenheiros do país, sendo 1.800 desses profissionais contratados desde 2020. “Neste país hoje são montados, testados e embalados alguns dos principais servidores que a Intel oferece ao mercado mundial, demonstrando a relevância das operações locais dentro da estratégia da companhia.”
A Forbes Brasil visitou a fábrica de semicondutores da Intel na Costa Rica em um momento decisivo para o mercado. Ainda se recuperando da escassez que assolou a indústria no pós-pandemia, o que ocasionou uma série de problemas em várias indústrias – até a Apple reduziu produção em função da falta do componente – esse ecossistema lida, atualmente, com as transformações fruto do avanço da inteligência artificial.
“Com a Inteligência Artificial, estamos vivenciando uma mudança geracional na computação, e todo o setor está correndo em direção ao próximo salto exponencial, impulsionado pelo silício. E estamos apenas no início da IA. A IA representa uma mudança geracional na computação que está dando origem à siliconomy. Para os desenvolvedores, isso cria oportunidades tanto para a sociedade quanto para os negócios.”, destaca Gisselle.
O termo siliconomy, inclusive, destacado pela executiva, reflete a promessa de indústria que movimenta, atualmente, uma indústria que já movimenta mais de US$550 bilhões anualmente.
Forbes Brasil – Por que essa presença da Intel na Costa Rica é tão importante para a América Latina?
Gisselle Ruiz Lanza – A região das Américas se estabeleceu como uma peça-chave na construção dessa meta – a única no mundo que executa todo processo que transforma a área de silício em processadores potentes – e as operações da Intel Costa Rica são um dos nossos pilares para cumprirmos esse objetivo. Ao longo dos seus 27 anos de história, a Intel Costa Rica teve um impacto significativo no ecossistema social, econômico, acadêmico e de inovação. Através de seus centros de excelência, e graças ao talento e paixão de mais de 3 mil profissionais altamente especializados, grandes oportunidades continuam a ser geradas para o futuro, mantendo um ritmo constante de inovação e um forte compromisso com a inclusão, a diversidade e o meio ambiente. Atualmente, a Intel Costa Rica possui a maior e mais complexa operação que agrega maior valor à Corporação nos últimos 27 anos: mais de 3.300 funcionários.
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FB – Qual o papel que o Brasil desempenha regionalmente, com o que ele aporta sendo uma economia tão relevante?
Gisselle – A Intel Brasil foi o primeiro escritório na América Latina. Quando se trata do Brasil, estamos em um momento decisivo: a digitalização brasileira está iniciando um crescimento sem precedentes. Nesse contexto, a tecnologia pode ser um catalisador para enfrentar os maiores desafios do país e ser um motor de crescimento econômico. De acordo com o relatório anual do Github, o país registrou um aumento anual de 40% em seu número total de usuários e desenvolvedores e está entre as cinco nações com o maior crescimento em desenvolvedores de software. Portanto, a Intel Brasil desenvolveu um ecossistema muito forte e diversificado, desde fabricantes, distribuidores e revendedores até empresas de software, integradores de sistemas e provedores de nuvem, que contribuem com a Intel para agregar valor aos nossos clientes no país.
FB – Na prática, como a IA está mudando a Intel do ponto de vista de produtos e também em termos de processos?
Gisselle – Com a Inteligência Artificial, estamos vivenciando uma mudança geracional na computação, e todo o setor está correndo em direção ao próximo salto exponencial, impulsionado pelo silício. E estamos apenas no início da IA. A IA representa uma mudança geracional na computação que está dando origem à “siliconomy”. Para os desenvolvedores, isso cria oportunidades tanto para a sociedade quanto para os negócios. A chave para nivelar o campo de jogo para todos os desenvolvedores de IA é uma estratégia baseada em ecossistemas abertos. A Intel contribui para e habilita ecossistemas abertos de IA para ajudar os desenvolvedores a acelerar o desempenho de aplicativos em plataformas Intel sem precisar reescrever o código. A Intel oferece um amplo portfólio de IA para diversas cargas de trabalho de IA em data centers, borda e clientes, ao mesmo tempo em que promove um ecossistema aberto. Na Intel, estamos facilitando essa presença de forma holística e abrangente.
FB – Considerando que falar de semicondutor, hoje, e discutir geopolítica, qual o futuro desse ecossistema e que papel a Intel quer exercer nele?
Gisselle – O nearshoring (geográfico) ou o friendshoring (afinidade cultural e comercial) estão a emergir como um mecanismo poderoso para aumentar a resiliência da cadeia de abastecimento. O nearshoring é complexo e altamente dependente da localização histórica da indústria, da proximidade com o mercado dos EUA, do comércio, da cultura e de múltiplos fatores em relação aos semicondutores, sendo estes os locais que estão melhor posicionados. Friendshoring, por exemplo, refere-se à prática de adquirir suprimentos de fornecedores confiáveis e de longo prazo, independentemente de sua localização. Os benefícios do friendshoring incluem melhor qualidade, confiabilidade e colaboração. No entanto, os desafios incluem menos capacidade de resposta rápida às mudanças na procura dos clientes e custos mais elevados em comparação com a subcontratação para países de baixo custo. Pensando nisso, a Intel vem buscando aproveitar sua rede mundial e interna de fábricas, que tem sido fundamental para o sucesso da empresa, possibilitando a otimização de produtos, maior economia e mais resiliência de fornecimento.
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