O acompanhamento de um cirurgião dentista no início e na evolução do tratamento do câncer é um cuidado muito importante, que não deve ser ignorado. O dentista deve avaliar a saúde bucal do paciente antes de qualquer intervenção e acompanhá-lo para identificar possíveis efeitos das terapias utilizadas.
A boca é uma fonte rica em bactérias que podem ser especialmente perigosas para quem fica com a imunidade mais baixa. Também existem medicamentos que só devem ser administrados quando o dentista avaliar a saúde bucal do paciente. Um destes exemplos são medicações que protegem os ossos, como o denosumabe e o zometa.
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Alguns remédios também podem afetar a mucosa da boca causando inflamações e feridas semelhantes a aftas, chamadas mucosites. Outros medicamentos podem levar ao desenvolvimento de um quadro de xerostomia (boca seca).
Já na radioterapia, quando é feita na região da cabeça e do pescoço, a avaliação do dentista é necessária para, eventualmente, fazer alguma intervenção em dentes que estejam em mal estado geral, e evitar inflamações.
A laserterapia de baixa intensidade é uma estratégia bastante utilizada nestes casos, auxiliando na redução do processo inflamatório e amenizando possíveis quadros de dor.
Hoje, o cirurgião dentista é um profissional fundamental na atenção ao paciente oncológico, no cuidado e na prevenção de doenças orais, garantindo melhor qualidade de vida para quem está fazendo um tratamento contra o câncer.
Fernando Maluf é cofundador do Instituto Vencer o Câncer e professor livre-docente da Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo.
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