A cultura da cebola foi inserida no Zarc (Programa Nacional de Zoneamento Agrícola de Risco Climático) para todas as regiões produtoras do país, destaca a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) em comunicado nesta sexta-feira (16). A normatização do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) foi publicada no DOU (Diário Oficial da União) no início de fevereiro. Os estudos que subsidiaram a criação das portarias foram coordenados pela Embrapa Hortaliças, em Brasília.
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Na prática, o Zarc delimita as áreas e épocas de baixo risco climático para a implantação e produção da cultura no Brasil. O pesquisador Marcos Braga, da Embrapa, reforça que o objetivo é subsidiar produtores com informações sobre riscos agroclimáticos, com o intuito de reduzir perdas na produção e obter rendimentos mais elevados.
O Zarc contempla todas as regiões produtoras e plantios de verão e inverno, incluindo cultivos de sequeiro e irrigado. Em função da diversidade de cultivares e ciclos de plantio, que variam de acordo com a região e época do ano, o zoneameno classificou as cultivares tropicais e de clima temperado em sete grupos, considerando os ciclos médios de produção, conforme a duração e fases de interesse, para a avaliação de riscos.
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Ao seguir as recomendações contempladas no Zarc, os agricultores ficam menos sujeitos às intempéries climáticas e ainda ganham acesso ao Proagro (Programa de Garantia da Atividade Agropecuária) e PSR (Programa de Subvenção ao prêmio do Seguro Rural). A Embrapa destaca que, também, muitos agentes financeiros só liberam o crédito rural para cultivo em áreas registradas no programa. É o caso dos médios produtores que recorrem ao Pronamp (Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural).
Cultivo da cebola no Brasil
A cebola é a hortaliça condimentar mais difundida no mundo, sendo um ingrediente básico em quase todos os pratos brasileiros. A produção está concentrada, principalmente, na região Sul e nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Bahia e Pernambuco, responsáveis por cerca de 95% da produção do país.
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Na escala mundial, atualmente, o Brasil ocupa a 13ª posição com uma produção estabilizada em torno de 1,6 milhão de toneladas ao ano. Em virtude da extensão do território e da diversidade do clima, é possível ter diversas safras de cebola ao longo do ano.
A produção concentra-se nos meses de março a novembro na maior parte das principais regiões produtoras, e abastece quase que exclusivamente o mercado interno. Já na região Nordeste, principalmente nos Estados da Bahia e Pernambuco, o cultivo de cebola ocorre durante todo o ano.
Por ser uma cultura presente em todas as regiões brasileiras, o pesquisador faz a seguinte ressalva: “É fundamental que os produtores utilizem somente cultivares testadas e recomendadas para cada local e época do ano, baseando-se sempre na orientação técnica de empresas de assistência e de extensão rural habilitadas na área”.
Critérios de avaliação de risco
Uma questão que merece a atenção dos produtores, por ser de alto risco para a cultura, está relacionada ao cultivo em áreas que já tiveram ocorrência de podridão branca, uma das principais doenças da cebola e que pode causar perdas totais na produção.
Braga acrescenta que o cultivo da cebola é muito influenciado por condições meteorológicas. A disponibilidade hídrica, o fotoperíodo (número de horas de luz solar por dia), a temperatura e as chuvas são os principais fatores produtivos. Devido à alta sensibilidade da cultura à falta de água, o cultivo é quase exclusivamente irrigado.
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