A inflação da zona do euro parece estar voltando para 2%, mas o Banco Central Europeu (BCE) precisa de “algum tempo” e de mais dados antes de se sentir confortável com a ideia de que as taxas de juros, em níveis recordes, tenham feito seu trabalho, disse o vice-presidente do BCE, Luis de Guindos, nesta quarta-feira (14).
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As taxas de juros estão em um nível recorde desde setembro e os formuladores de política monetária têm recuado em relação às conversas sobre cortes nas taxas, insistindo que, mesmo que o próximo passo seja um afrouxamento, isso está mais distante no futuro do que os investidores pensam.
Os investidores agora esperam cortes de 113 pontos-base nos juros este ano, abaixo dos 150 pontos-base anteriores, com a primeira redução sendo esperada agora para abril ou junho.
“Embora estejamos indo na direção certa, não devemos nos precipitar”, disse de Guindos em uma conferência em Split, na Croácia. “Levará mais algum tempo até que tenhamos as informações necessárias para confirmar que a inflação está retornando de forma sustentável à nossa meta de 2%.”
De Guindos disse que as pressões salariais continuam altas e que o BCE ainda não dispõe de dados suficientes para sugerir que elas estão diminuindo, o que representa um possível risco de alta para os preços.
As margens de lucro também poderiam se mostrar mais resistentes do que o previsto, enquanto as tensões no Oriente Médio poderiam aumentar os custos de energia e interromper o comércio global.
Ainda assim, de Guindos argumentou que a desinflação continua, possivelmente ajudada pelo crescimento econômico lento, que provavelmente não melhorará no curto prazo.
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Os aumentos anteriores das taxas de juros do BCE também ainda estão se disseminando pela economia e continuarão a reduzir a demanda por algum tempo.
Mas as projeções têm sido propensas a erros e a incerteza continua grande, de modo que o BCE precisa analisar as previsões juntamente com os dados recebidos nos próximos meses, acrescentou de Guindos.
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