Com um ambiente de juros altos e turbulências nos mercados, muitos investidores apresentaram certa aversão a riscos em 2023. Isso não impediu as bigtechs de registrarem altas nos Estados Unidos. A Apple, por exemplo, atingiu um valor de mercado recorde em dezembro. Seguindo essa tendência em 2024, em menos de dez dias úteis, a Microsoft superou o valor da criadora no IPhone pela primeira vez desde 2021.

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“O setor de tecnologia é atrativo para os investidores, mas as grandes teses de investimento nesse setor estão fora do Brasil”, diz Luis Novaes, analista da Terra Investimentos. Uma forma de se ter acesso a esses investimentos é através dos BDRs.

Os BDRs (Brazilian Depositary Receipts) – um certificado de depósito que representa uma ação estrangeira – voltam a ganhar atenção com o aumento das ações no exterior. ”É possível notar pelas BDRs mais negociadas que o investidor busca empresas de tecnologia com relevância global, como Microsoft, Google, Apple, sendo que ao longo dos últimos 3 anos, esse (setor) foi o melhor investimento em relação aos setores listados americanos”, diz Novaes.

“Como é um movimento novo, as pessoas ainda têm um certo conservadorismo de buscar empresas mais tradicionais para testar e ver como funciona. Com o passar do tempo as pessoas vão abrindo o leque de opções”, diz Cíntia Sena, mestre em educação financeira.

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Segundo a B3, 2023 terminou com 857,2 mil investidores com BDRs em carteira, um aumento de 133,5% em relação a 2022. Quase todos (99,8%) são pessoas físicas. Para Sena, esse aumento “vem daquelas mesmas pessoas que já tinham algum tipo experiência em relação ao universo das ações”.

Ela recorda que o número de investidores na bolsa caiu entre 2022 e 2023. A performance dos BDRs superou a do Ibovespa. No ano passado, o índice BDRX, composto por 145 BDRs, avançou  26,3%, acima dos 22,3%  do Ibovespa. O volume cresceu 9%, para R$ 14,4 bilhões no fim de 2023.

Vale a pena? Segundo os especialistas ouvidos pela Forbes, os BDRs permitem uma diversificação de setores e de moedas, com o investidor podendo se expor a setores que não são bem representados na B3, como tecnologia ou medicamentos, por exemplo.

Outra vantagem, diz Sena, é que os BDRs se aproveitam de uma estrutura de corretagem e negociação que já existe, dispensando o investidor da tarefa adicional de abrir uma conta internacional. Para o analista da Terra Investimentos, “tendo em vista que há liquidez (nos BDRs) mais buscados, a abertura de conta no exterior seria visando uma amplitude maior de ativos a se investir, o que pode fazer ou não sentido para o investidor”, nos casos de papéis menos badalados.

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