Carnaval, álcool e drogas: combinação explosiva

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Carnaval costuma ser marcado pelo consumo de bebidas dos mais diferentes tipos

O Carnaval já começou em muitas cidades, com ensaios de escolas de samba e blocos que já ganham as ruas. Esta, sem dúvida, é a maior festa popular do país, um momento que muitos usam para extravasar tensões, celebrar com amigos e desconhecidos que também estão na farra. E isso é muito bom.

Pular Carnaval é um momento de liberdade e de alegria e costuma ser marcado pelo consumo de bebidas dos mais diferentes tipos. Há milhares de anos, o álcool, uma droga lícita, é usado em quase todo tipo de celebração. Não por acaso: bebidas alcoólicas, quando consumidas com moderação, desinibem e nos deixam mais soltos. Este talvez seja o principal motivo pelo qual muitas pessoas buscam uma opção alcoólica no Carnaval. Esta também é a razão pelo qual se busca outras substâncias psicoativas em grandes festas: alterar o estado da mente para ficar eufórico, potencializar a experiência de prazer, se desprender.

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Acontece que alguns foliões associam o álcool a outras drogas. Sabemos que a cocaína, a maconha, o LSD e substâncias inalantes como lança-perfume estão entre as drogas ilícitas mais consumidas no Carnaval. Somam-se a ele, hoje, as chamadas novas drogas sintéticas, como o MDA, os canabinoides sintéticos e as drogas K, que vêm ganhando terreno no país e cujos riscos para a saúde são ainda maiores.

A combinação de álcool com qualquer outra droga traz a possibilidade de, em um ambiente de celebração, você perder o controle. Aumentam as chances de comportamentos agressivos ou violentos, de acidentes de trânsito, de atos imprevisíveis, impulsivos e sem planejamento, de perda de memória e de blackouts (os famosos apagões), de haver alterações de humor, todas situações que podem colocar a você mesmo e a quem está a seu redor em risco.

É importante lembrar que não é o tipo de bebida alcoólica que fará mais ou menos mal a alguém, mas a quantidade ingerida. Quanto mais álcool se consome em um período de curto período, mais impacto ele traz ao seu organismo.

Divirta-se, aproveite a folia, tome bastante água, diga e respeite o não. Bom Carnaval.

Dr. Arthur Guerra é professor da Faculdade de Medicina da USP, da Faculdade de Medicina do ABC e cofundador da Caliandra Saúde Mental.

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