O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central avaliou, na ata da sua última reunião, que o cenário doméstico tem evoluído como o esperado pelo BC, com um progresso desinflacionário relevante, mas que a incerteza internacional prescreve cautela à política monetária, frisando que ainda há um longo caminho a percorrer no retorno da inflação à meta.
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O Copom destacou que não há relação mecânica entre a condução da política monetária dos Estados Unidos e a determinação da Selic. “Como usual, o Comitê focará nos mecanismos de transmissão da conjuntura externa sobre a dinâmica inflacionária interna”, afirmou o colegiado no documento divulgado nesta terça-feira (6).
Na última quarta-feira (31), o Copom anunciou a quinta redução consecutiva de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros, que foi a 11,25% ao ano, menor patamar desde março de 2022. Na ata desta terça-feira (6), o colegiado repetiu mensagem já dada no anúncio do corte de que antevê reduções da mesma magnitude nas próximas reuniões.
No mesmo dia da reunião do Copom, o Federal Reserve manteve a taxa de juros e o chair do banco central dos EUA, Jerome Powell, disse que a instituição ainda precisa ver mais dados favoráveis da inflação para ter certeza de que é hora de reduzir os juros, derrubando apostas de que os cortes poderiam começar já em março.
Os membros do Copom reconheceram uma melhora no quadro inflacionário corrente global, mas destacaram que permanece uma grande incerteza em torno da demanda global futura, cenário agravado mais recentemente pelas tensões geopolíticas, com elevação dos preços dos fretes.
“Tais elementos alimentam o debate sobre a natureza das pressões inflacionárias e potencialmente sobre o ritmo de distensão monetária a ser adotado pelas economias avançadas”, informa o Copom.
“Nesse contexto, e diante da volatilidade recente e da incerteza à frente no cenário internacional, o Comitê manteve a avaliação de que é apropriado adotar uma postura de cautela, principalmente em países emergentes.”
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O Copom reiterou, ainda, que a desancoragem das expectativas de inflação doméstica são um fator de preocupação que requer uma atuação firme da autoridade monetária.
Economistas consultados pelo BC preveem uma inflação de 3,81% este ano e de 3,50% em 2025, segundo o mais recente relatório Focus, ainda bem acima da meta central de inflação, de 3%.
O colegiado também destacou que já se observa a transmissão do ciclo de afrouxamento monetário iniciado em agosto do ano passado para o mercado de crédito, com aumento de concessões e redução de taxas, assim como um maior dinamismo no mercado de capitais desde a reunião anterior do Copom, em dezembro.
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