A vacina contra o HPV e as metas da OMS

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HPV pode causar vários tipos de câncer

No próximo dia 10 de março, a vacinação contra o HPV pelo SUS completa 10 anos. Há uma década, apenas meninas com idade entre 11 e 13 anos recebiam a vacina. Hoje, o imunizante está disponível na rede pública de Saúde para meninas e meninos de 9 a 14 anos, homens e mulheres transplantados, pacientes oncológicos em uso de quimioterapia e radioterapia, pessoas vivendo com HIV/Aids e vítimas de violência sexual.

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Como já relatamos algumas vezes neste espaço, a imunização contra o HPV é uma importante iniciativa para a prevenção do câncer de colo de útero (um dos mais incidentes entre as brasileiras) e de outros tipos de tumor, como vaginal, vulva, pênis, orofaringe e canal anal.

Para crianças e adolescentes, o esquema vacinal é de duas doses, com intervalo de seis meses. Segundo levantamento recente do Ministério da Saúde, entre 2014 e o ano passado, 70,9% das meninas receberam a primeira dose, mas apenas 54,3% completaram o ciclo com a segunda aplicação. Já entre os meninos, os índices ficaram em 45,3% e 27,7%.

A Organização Mundial da Saúde estabeleceu que, até 2030, os países deveriam cumprir metas que ajudariam na eliminação do câncer do colo do útero. Entre elas, está a vacinação de 90% das meninas até os 15 anos de idade.
A OMS também indica medidas para rastreamento (com 70% das mulheres examinadas aos 35 anos e novamente aos 45 anos) e para tratamento (com a proposta de 90% das mulheres com lesões pré-câncer tratadas e 90% das pacientes com tumor invasivo tratadas).

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Os governos têm seis anos para atingir tais metas, bastante ambiciosas. Um levantamento realizado recentemente por cientistas da IARC (International Agency for Research on Cancer) indica que dificilmente os objetivos serão atendidos “a menos que os países intensifiquem os programas de rastreio, melhorem a cobertura da vacinação contra o HPV e alarguem o acesso a tratamentos”.

Precisamos dar o primeiro passo – e o passo mais eficiente, que é o de evitar a doença. E, para isso, bastam duas doses. Não deixe de vacinar seus filhos. Converse sobre a vacina com familiares e amigos. Caso já tenha passado da idade, fale com o médico de confiança sobre os benefícios que a vacinação ainda pode trazer.

Fernando Maluf é cofundador do Instituto Vencer o Câncer e professor livre-docente da Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo.

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