Estrelas antigas e fumegantes são vistas na Via Láctea pela primeira vez

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Uma classe inteira de estrelas esteve se escondendo dos olhos humanos até agora.

Astrônomos descobriram um tipo completamente novo de estrela, que tem o hábito peculiar de desaparecer antes de, subitamente, ganhar vida para lançar grandes explosões de fumaça pelo espaço. Os cientistas deram a essas estrelas tímidas próximas ao centro da nossa galáxia o apelido de “idosas fumantes”.

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“Essas estrelas idosas ficam quietas por anos ou décadas e depois soltam nuvens de fumaça de uma maneira totalmente inesperada”, explicou o Professor Dante Minniti da Universidade Andrés Bello, no Chile. “Elas parecem muito tênues e vermelhas por vários anos, a ponto de, às vezes, nem conseguirmos vê-las.”

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Essa falta de luminosidade é o que leva os astrônomos a considerá-las “escondidas”. Mas, neste caso, parece que uma classe inteira de estrelas esteve se escondendo dos olhos humanos até agora.

O trabalho foi publicado em três artigos na última edição da revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.

Pelo menos 21 idosas fumantes foram encontradas durante um levantamento de dez anos chamado ‘VISTA Variables in the Via Lactea’, ou VVV. O levantamento tinha como objetivo procurar por um tipo muito diferente de estrela, quase o oposto completo.

“Nosso principal objetivo era encontrar estrelas recém-nascidas raramente vistas, também chamadas de protostrelas, enquanto passam por uma grande explosão que pode durar meses, anos ou até décadas”, explicou o Dr. Zhen Guo da Universidade de Valparaíso, no Chile, que liderou a análise dos espectros de luz das estrelas.

A equipe encontrou 32 dessas protostrelas em erupção, algumas aumentando sua luminosidade pelo menos 40 vezes. Mas o estudo também revelou a existência das idosas fumantes, que os astrônomos determinaram ser um novo tipo de estrela gigante vermelha.

“Não tínhamos certeza se essas estrelas eram protostrelas começando uma erupção, ou se estavam se recuperando de uma queda na luminosidade causada por um disco ou casca de poeira na frente da estrela”, lembrou o Professor Philip Lucas da Universidade de Hertfordshire, que liderou a equipe internacional conduzindo o estudo. “Ou se eram estrelas gigantes mais antigas lançando matéria nas últimas fases de suas vidas.”

Lucas afirma que a descoberta tem implicações para nossa compreensão da nossa galáxia e de sua composição.

“A descoberta de um novo tipo de estrela que lança matéria pode ter um significado mais amplo para a dispersão de elementos pesados no Disco Nuclear e em regiões ricas em metais de outras galáxias.”

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