Observatório pretende detectar 5 milhões de novos objetos no Sistema Solar

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Hoje, existem cerca de 3.000 cometas conhecidos, mas a expectativa é que a LSST triplique esse número para aproximadamente 10.000 cometas, muitos dos quais estão em nosso Sistema Solar mais externo.

O aclamado Observatório Vera Rubin — previsto para entrar em operação no início de 2025 no norte do Chile — é frequentemente apresentado como uma nova e melhor ferramenta para compreender energia escura, matéria escura e cosmologia. No entanto, a instalação também deverá abrir uma nova janela para observações do nosso Sistema Solar. Na verdade, a Pesquisa de Legado de Espaço e Tempo do Rubin (LSST, na sigla em inglês) estima a descoberta de até cinco milhões de pequenos objetos no Sistema Solar.

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Acredita-se que asteroides e cometas sejam relíquias da formação de planetas, com composições que refletem sua região de formação, conforme afirmou Carrie Holt, pesquisadora pós-doutoranda em astronomia e ciência planetária no Observatório Las Cumbres, na Califórnia, durante uma entrevista em Puerto Varas, Chile. “A LSST descobrirá a ordem de grandeza de mais objetos em nosso sistema solar”, diz ela.

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Com um inventário maior de objetos, seremos capazes de compreender melhor a formação do nosso Sistema Solar e sua evolução subsequente, disse Holt durante a recente conferência em Puerto Varas.

A pesquisa de campo da LSST deve mudar totalmente o paradigma atual dos objetos conhecidos próximos da Terra, levando-nos de cerca de 20.000 OPTs (Objetos Próximos da Terra) para uma estimativa de 200.000 ao longo de sua vida útil de pesquisa.

“Estamos empolgados com a possibilidade de descobrirmos objetos realmente pequenos se aproximando da Terra ou até mesmo impactando-a”, conta Holt.

E quanto à busca por objetos interestelares?

Devido às vastas distâncias entre as estrelas, asteroides e cometas interestelares são incrivelmente raros. Uma maneira eficiente de buscá-los é por meio de um amplo e rápido levantamento como o LSST, destaca o observatório.

A LSST também espera encontrar cometas mais distantes do Sol do que nunca. E deve descobrir até mesmo dez asteroides e cometas interestelares que estão apenas começando a entrar em nosso Sistema Solar.

Atualmente, especialmente com cometas distantes, não há uma quantidade suficiente de amostras para tirar conclusões firmes, comenta Holt. “Portanto, ter mais objetos ajudará nisso.”

Hoje, existem cerca de 3.000 cometas conhecidos, mas a expectativa é que a LSST triplique esse número para aproximadamente 10.000 cometas, muitos dos quais estão em nosso Sistema Solar mais externo.

Tentando encontrar cometas prístinos

Cometas passam a maior parte de sua vida relativamente inalterados no Sistema Solar externo, como relíquias da formação de planetas. Cometas dinamicamente novos têm órbitas quase parabólicas, sugerindo que estão entrando no Sistema Solar interno pela primeira vez, diz Holt.

Por estar tão distante, não podemos ver a Nuvem de Oort — um reservatório esférico de cometas — diretamente, afirma Holt. Mas cometas da Nuvem de Oort  são empurrados para dentro por estrelas que passam e marés galácticas, ela explica. “E quando eles se aproximam do Sistema Solar interno, conseguimos observá-los.”

Por que os cometas da Nuvem de Oort são importantes?

“Os cometas da Nuvem de Oort são alguns dos objetos mais primitivos em nosso Sistema Solar, eles retêm gelo desde quando foram formados pela primeira vez”, alega Holt. “E estão tão longe que não são realmente afetados pelo Sol.”

A pesquisa da LSST está permitindo aos teóricos obterem uma compreensão melhor dos primeiros estágios de nosso Sistema Solar. Alguns desses cometas provavelmente contêm materiais originários que datam de cerca de 4,567 bilhões de anos atrás. Eles essencialmente estiveram em um congelamento profundo nas franjas externas de nosso sistema solar por bilhões de anos.

Quando começam a se dirigir para o interior do nosso sistema, seus gelos sublimam de sólidos para gás sem passar por uma fase líquida. A esperança é que a LSST possa primeiro identificar um desses antigos cometa e, em seguida, realizar um acompanhamento dessa detecção com espectroscopia baseada em solo ou em espaço. Se assim for, essas observações podem revelar um tesouro sobre o início do Sistema Solar.

“Portanto, ao observarmos esses cometas, estamos essencialmente observando materiais que ajudaram a formar o Sistema Solar”, conta Holt. “Isso nos dá uma ideia de como o sistema chegou ao que é hoje.”

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