A Tesla reportou nesta quarta-feira (24) uma queda na margem bruta do quarto trimestre na comparação com o ano anterior, à medida que reduz preços e oferece incentivos para impulsionar a demanda por seus veículos elétricos.
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A montadora alertou para uma desaceleração acentuada no crescimento de volume em 2024 na comparação anual.
“Em 2024, a nossa taxa de crescimento de volume de veículos pode ser notavelmente inferior à taxa de crescimento alcançada em 2023, conforme nossas equipes trabalham no lançamento do veículo da próxima geração na Gigafactory Texas”, afirmou a Tesla em comunicado.
As ações da empresa caíam 5% nas negociações pós-mercado.
A empresa reportou uma margem bruta de 17,6% nos três meses encerrados em dezembro, em comparação com 23,8% um ano antes, e estimativa média dos analistas de 18,3%, segundo dados do LSEG. No terceiro trimestre, a margem bruta foi de 17,9%.
As entregas recordes no período também pressionaram as margens, uma vez que os cortes de preços e os custos associados ao aumento da produção do novo Cybertruck compensaram custos mais baixos de matérias-primas para baterias.
A Tesla diminuiu seus preços ao longo do ano passado, como o do Model Y, seu veículo mais popular, cujo preço foi reduzido em até 26,5% nos EUA.
A empresa conseguiu atingir sua meta de entregas de 1,8 milhão de carros para 2023, mesmo com Elon Musk, o presidente-executivo da Tesla, alertando sobre o impacto na demanda devido às altas taxas de juros. No entanto, a Tesla perdeu o seu lugar como maior fabricante de veículos elétricos em vendas para a chinesa BYD no quarto trimestre.
A receita da Tesla aumentou 3% no quarto trimestre, para US$ 25,17 bilhões, marcando seu ritmo de crescimento mais lento em mais de três anos. Analistas esperavam, em média, US$ 25,62 bilhões em receita, de acordo com dados da LSEG.
Tesla desaba após Musk alertar sobre crescimento mais lento em 2024
As ações da Tesla recuaram 7% nas negociações pré-mercado nesta quinta-feira (25), depois que o presidente-executivo da companhia, Elon Musk, alertou que o crescimento das vendas irá desacelerar este ano, apesar dos cortes de preços que já prejudicaram as margens e aumentaram as preocupações dos investidores sobre a montadora mais valiosa do mundo.
Musk disse que o crescimento será “notavelmente menor”, já que a Tesla está se concentrando em um veículo elétrico de próxima geração a ser produzido em sua fábrica no Texas no segundo semestre de 2025, o que deverá desencadear o próximo boom nas entregas.
Mas seus comentários não agradaram investidores, com a Tesla prestes a perder cerca de US$ 50 bilhões em valor de mercado, se as perdas pré-mercado se mantiverem. Suas ações já caíram 16,4% neste mês até o último fechamento.
“As manchetes da Tesla foram essencialmente de mal a pior”, disseram os analistas da TD Cowen, observando que a receita e o lucro do quarto trimestre também ficaram abaixo das expectativas.
As ações de outros fabricantes de veículos elétricos com Rivian, Grupo Lúcido e Fisker também recuaram.
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A indústria de EVs tem lutado com uma desaceleração na demanda há mais de um ano e os cortes de preços da Tesla provavelmente irão piorar a pressão sobre startups e montadoras como a Ford.
“O problema para a Tesla é que qualquer tentativa significativa de aumentar as vendas daqui em diante provavelmente precisará ser alcançada ao custo de novas quedas na margem operacional, devido ao fato de ter que competir com a BYD na China, bem como ao aumento da concorrência em outros lugares”, disse Michael Hewson, analista-chefe de mercado da CMC Markets.
As ações da empresa são negociadas a quase 60 vezes as estimativas de lucros futuros de 12 meses, de acordo com dados da LSEG. Isso lhe confere um valuation mais premium do que as outras ações do chamado grupo “Magnificent Seven”, formado por Apple, Microsoft, Alphabet, Amazon, Nvidia e Meta Platforms, além da Tesla.
Alguns analistas disseram que o valuation atual pode ser difícil de justificar se o crescimento das vendas e a margem da Tesla enfraquecerem ainda mais.
“A Tesla parece cada vez mais uma empresa automobilística tradicional”, disse Toni Sacconaghi, analista da Bernstein.
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