“Não adianta só criar produto, é preciso olhar a dor do produtor”, diz o engenheiro agrônomo Rogério Castro, CEO da multinacional indiana de agroquímicos UPL (United Phosphorus Limited), no país desde 2011. A empresa, que nasceu com os dois pés em defensivos genéricos, também chamados de “pós-patente”, vem promovendo uma virada nos negócios.
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“Os fungicidas protetores são um exemplo”, afirma Castro. Atualmente, 30% do que a UPL coloca no mercado já são inovações e biossoluções. Os protetores, ou preventivos, por exemplo, formam uma barreira e não deixam que um fungo se desenvolva na planta. A UPL do Brasil faz parte da lista de empresas e cooperativas da Forbes Agro100 2023, publicada na edição da Revista Forbes em outubro de 2023 e que pode ser acessado neste link.
Em 2022, a UPL do Brasil cresceu 29,8% no país, com uma receita de R$ 8,48 bilhões. O ano também marcou o primeiro relatório de sustentabilidade, um compilado da companhia, que vende herbicidas, fungicidas, reguladores de crescimento de plantas, inseticidas, biológicos, tratamento de sementes, adjuvantes, condicionadores do solo, acaricidas e fertilizantes.
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Castro diz que a dor do produtor mostra uma direção clara para as companhias. “Promover a saúde vegetal é promover a saúde do solo”, afirma. “Não é apenas curar a planta, mas cuidar das bactérias do solo, da sua estrutura.”
Com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a UPL atua em duas frentes: no Programa Soja Baixo Carbono (PSBC), criado em 2021, e em uma parceria firmada este ano com a Embrapa Territorial, em Campinas (SP), para desenvolver métricas de sustentabilidade para o café de baixo carbono.
A UPL tem no Brasil duas fábricas no interior do estado de São Paulo. Em 2022, deu mais um passo, ao investir R$ 2,5 milhões na modernização de um centro de pesquisas e desenvolvimento, com uma área de 70 hectares em Pereiras (SP), com laboratórios de entomologia, fitopatologia, herbicidas, nematologia, tratamento de sementes, tecnologia de aplicação e manipulação de produtos.
“Precisamos apostar na descarbonização da agricultura, e nós, como empresa, vamos juntos”, diz Castro, citando que a UPL tem em seu portfólio 48 biossoluções desenvolvidas em todo o mundo, das quais nove estão no Brasil.
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O centro de pesquisa é um dos principais da companhia no mundo. “O Brasil já faz coisas muito importantes, como o plantio direto e altas produtividades por área”, afirma Castro. “E deve fazer mais, como utilizar as áreas de pastagens degradadas para a agricultura mais sustentável e combinar soluções, porque muito ainda vai acontecer. O país é um protagonista como fonte saudável de alimento e segurança alimentar, com o uso do solo em destaque na sua lista de prioridades.”
O post “Não adianta só criar produto, é preciso olhar a dor do produtor”, diz CEO da UPL no Brasil apareceu primeiro em Forbes Brasil.