Durante a pandemia, quando a telemedicina se tornou a única opção possível para muita gente se cuidar, a SAS Smart, startup que produz tecnologia e processos para atendimento de saúde em lugares remotos do país, estava preparada para a virada que a empresa daria. “Quando todo mundo estava buscando uma maneira de atender remotamente, a gente percebeu que já fazia isso há anos, já tínhamos maturidade no assunto”, diz a médica Adriana Mallet, cofundadora da empresa.
Siga o canal da Forbes e de Forbes Money no WhatsApp e receba as principais notícias sobre negócios, carreira, tecnologia e estilo de vida
Por conta dessa maturidade, Sabine Zink, CEO e cofundadora da SAS, está em Davos, no Fórum Econômico Mundial, onde foi participar de um painel sobre o impacto da Inteligência Artificial. Zink e Mallet fazem parte da comitiva internacional de empreendedores sociais apoiada pela Fundação Schwab, que promove o fórum. O convite veio depois que as duas conquistaram o Prêmio Empreendedor Social do Ano, em 2021, com um projeto de telessaúde que, durante a pandemia, possibilitou o atendimento remoto a 80 mil pessoas em 24 estados.
Leia também
10 séries e filmes sobre empreendedorismo para inspirar
5 lições de empreendedorismo deixadas por Coco Chanel
Foi naquele momento de isolamento, em 2020, que a healthtech fundada em 2016 para vender tecnologia ao mercado de telessaúde, ganhou corpo. Hoje, atende cerca de 1,5 milhão de pessoas, já que são o braço de telemedicina do SUS na cidade de Campinas (SP), uma das parcerias que desenvolveram com a saúde pública. “Somos também consultoras do Ministério da Saúde no assunto do teleatendimento”, diz Zink.
Braço social de atendimento de saúde
A cada nota de serviço prestado pela SAS Smart, 5% do valor é destinado a SAS
Brasil, organização social que foi a primeira empreitada das duas na área da saúde. Nasceu em 2013, enquanto acompanhavam o Rally dos Sertões e prestavam atendimento médico a moradores das cidades do semi-árido que não tinham acesso a recursos e atendimento especializado. “Atendemos 200 mil pessoas em 350 cidades e 25 estados. São 1000 voluntários que já atuaram no projeto”, diz Mallet. Aracaú, Cruz e Itarema, no Ceará, Cavalcante, em Goiás, e Santo Amaro, no Maranhão são postos fixos de atendimento.
A SAS Brasil funciona também com patrocínios e doações de pessoas físicas.
Um dos principais focos da atuação da SAS é o diagnóstico de câncer de colo de útero, principalmente em mulheres que estão em regiões mais afastadas dos centros urbanos. “Elas chegam a esperar um ano ou mais para fazer os exames e conseguir atendimento”, diz Mallet.
Assim, a Smart criou uma maneira de reduzir as etapas até o diagnóstico, captando imagens que podem ser analisadas à distância já durante o papanicolau, o exame mais comum para prevenção da doença. “Usamos um modelo híbrido, em que a triagem é digital e pode ser auxiliada por enfermeiras e a Inteligência Artificial tem um papel importante na análise e aponta os casos prioritários”, diz Zink.
Saúde e créditos de carbono
A preocupação com os gastos e impacto do deslocamento para atendimentos de saúde também é uma parte do negócio. Segundo dados da SAS, o brasileiro se desloca, em média, 155 km até chegar em uma consulta com um médico especialista – e 72 km para consultas primárias. A próxima frente de atuação é vender créditos de carbono: os clientes que atendem os pacientes usando a tecnologia de telessaúde e inteligência artificial ganham os créditos e a Smart fica com um percentual do valor.
O post Em Davos: startup usa Inteligência Artificial para democratizar saúde apareceu primeiro em Forbes Brasil.