Importações de soja pela China no 1º tri devem desacelerar

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Plantação de soja em Carlos Casares, Argentina – Foto: Reuters

Plantação de soja em Carlos Casares, Argentina – Foto: Reuters

A demanda antes crescente da China por soja diminuirá em cerca de um quinto no primeiro trimestre em relação ao ano anterior. Isso se deve a um abate recorde que reduziu os rebanhos de suínos, pressionando os preços antes de uma esperada safra abundante de grãos sul-americanos, disseram analistas e traders.

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A redução das compras pelo principal importador do mundo significa mais pressão sobre o contrato de referência de soja da na Bolsa de Chicago (CBOT). Ele está sendo negociado em uma mínima de mais de dois anos após cair 15% no ano passado.

“Há um grande descompasso entre a ração disponível e os porcos disponíveis para consumi-la”, disse Darin Friedrichs, cofundador da Sitonia Consulting, sediada em Xangai.

Uma piora no setor de suínos no final do ano passado provocou uma corrida para o abate por parte dos fazendeiros. Eles lutavam contra a queda dos preços de seus animais, os altos custos e um surto de peste suína africana.

A expectativa é de que a China importe uma média de cerca de 18,5 milhões de toneladas de soja no primeiro trimestre. São 23,1 milhões a menos de um ano atrás, estimam quatro empresas de pesquisa e comércio. Pelas previsões, pelo menos metade dos grãos deverá ser cultivada nos EUA.

Esse número marcaria a menor importação da China para o primeiro trimestre desde 2020.

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“Este ano, vemos uma grande oferta voltando da América do Sul, mas, do lado da demanda, não prevemos muito aumento, dadas as margens desfavoráveis de suínos e aves”, disse um trader de uma empresa internacional com sede em Xangai, sob condição de anonimato.

A China compra mais de 60% da soja comercializada globalmente, importando-a principalmente dos principais produtores, Brasil e Estados Unidos. Ela é transformada em farelo de soja para ração animal e óleo de cozinha.

Os estoques chineses da oleaginosa aumentaram depois que as importações do ano passado, de 99,41 milhões de toneladas, atingiram o maior nível em três anos. É um aumento de 11% em relação a 2022, impulsionadas pelos grãos brasileiros baratos e pela demanda para ração depois que as fazendas de suínos expandiram seus rebanhos.

Mas agora, com menos suínos para alimentar, os futuros do farelo de soja na Bolsa de Dalian caíram 8% este mês, atingindo seu nível mais baixo desde agosto de 2023.

Safras Abundantes

A demanda morna ocorre em meio a previsões de colheita maior, de cerca de 52 milhões de toneladas na temporada 2023/24 para o terceiro maior produtor, a Argentina, depois que a seca prejudicou sua safra anterior. Isso deverá compensar as perdas esperadas na safra do Brasil, o maior produtor mundial da oleaginosa.

Os agricultores dos EUA também devem plantar mais soja em vez de milho este ano, devido às expectativas de aumento da demanda por biocombustíveis à base de soja, informou a Reuters no mês passado.

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