Se você só pudesse comer um único tipo de alimento pelo resto da sua vida, qual escolheria? Apresentada a várias pessoas, as respostas a essa pergunta seriam diferentes. Alguns ficariam satisfeitos em comer apenas pratos salgados, enquanto outros poderiam ser felizes com uma vida cheia apenas de doces.
De doce e azedo a picante e salgado, nossas preferências alimentares são únicas. No entanto, pesquisas comportamentais sugerem que esses hábitos e preferências não estão relacionados apenas às nossas papilas gustativas. Estudos mostram que nossos paladares e personalidades têm uma conexão e que nossos gostos também podem revelar muito sobre quem somos.
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O que suas preferências alimentares dizem sobre você
Pesquisas sugerem que nossas personalidades não apenas influenciam nossos sabores favoritos, mas também podem desempenhar um papel na saúde de nossas escolhas dietéticas. Um estudo do International Journal of Preventive Medicine buscou explorar as associações entre traços de personalidade e hábitos/preferências alimentares.
Em termos de preferências, os cinco principais traços de personalidade – que segundo a teoria psicológica dos “Big Five” são: openness to experience (abertura a experiências); conscientiousness (conscienciosidade ou escrupulosidade); extraversion (extroversão); agreeableness (agradabilidade ou simpatia) e neuroticism (neuroticismo) – mostraram grandes diferenças nas preferências por certos sabores e alimentos:
Neuroticismo correlaciona-se com uma preferência por alimentos salgados, azedos e gordurosos, e rejeição a produtos lácteos.
Em contraste, a extroversão foi associada a preferências por fast food, sorvete, chocolate e cacau.
Pessoas mais abertas, segundo os estudos, não gostam muito de frutas, mas curtem carnes e guloseimas doces, como biscoitos e bolos.
A amabilidade mostrou uma relação negativa com excesso de açúcar, como refrigerantes e sucos de frutas adoçados.
A conscienciosidade foi relacionada a preferências por produtos lácteos, vegetais e nozes, mas uma relação negativa com alimentos salgados e guloseimas doces.
A conexão entre nossas personalidades e preferências de sabor adiciona mais uma camada de intriga à nossa compreensão do comportamento humano. A ideia de que as nossas características individuais podem influenciar os sabores aos quais somos atraídos e nossos hábitos alimentares é um testemunho da complexidade de nossa estrutura psicológica. Essa revelação destaca não apenas a interessante relação entre nossos seres mentais e físicos, mas também enfatiza a natureza diversificada de nossos relacionamentos com a comida.
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Como sua personalidade influencia a sua dieta
Pesquisas adicionais mostram que nossas personalidades também influenciam o quociente de saúde de nossas escolhas alimentares, nossa impulsividade relacionada à comida e até mesmo nossas respostas aos sinais de fome. Um estudo da revista Appetite esclarece a conexão entre traços de personalidade e comportamentos dietéticos, revelando uma dinâmica que vai além das preferências de sabor.
Uma descoberta importante foi a associação entre hostilidade e propensão à ansiedade com uma maior probabilidade de continuar a comer mesmo quando está satisfeito. Indivíduos que exibem esses traços parecem ter dificuldade em regular seus hábitos alimentares, mostrando uma possível ligação entre estados emocionais e a persistência de práticas alimentares não saudáveis.
Por outro lado, o estudo mostrou a influência positiva da sociabilidade e baixa impulsividade nos hábitos alimentares. Aqueles com personalidades sociáveis e comedidas demonstraram uma tendência maior de monitorar e controlar sua ingestão alimentar e peso corporal. Isso sugere que certos traços de personalidade podem contribuir para uma conscientização elevada e responsabilidade em relação aos comportamentos alimentares, influenciando, em última análise, escolhas mais saudáveis e gerenciamento de peso.
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De forma intrigante, imaturidade, distanciamento, autoconsciência e auto indulgência foram associados a uma maior suscetibilidade à fome e falta de persistência em resistir a lanches não saudáveis e consumo de álcool.
Aparentemente, nossos traços de personalidade influenciam não apenas nossos comportamentos em resposta à fome, mas também o nível de disciplina e tomada de decisões conscientes envolvidos na escolha de opções mais saudáveis em vez das indulgentes.
Como usar a comida como ferramenta para o crescimento pessoal
1. Consciência da alimentação emocional. A alimentação emocional, muitas vezes ligada a níveis elevados de neuroticismo, pode ser um comportamento desafiador de superar. Para mitigar o impulso de recorrer à comida em momentos de estresse ou de emoções negativas, as pessoas podem desenvolver mecanismos alternativos de enfrentamento. Se envolver em atividade física, como uma caminhada rápida ou um treino, serve como uma saída eficaz para o estresse. Práticas de atenção plena, como meditação ou exercícios de respiração profunda, podem ajudar indivíduos a ficarem mais cientes de seu estado emocional e fazer escolhas intencionais em vez de ceder à alimentação impulsiva.
2. Alimentação consciente. Buscar baixa impulsividade no monitoramento e controle da ingestão dietética pode ser transformador. A alimentação consciente envolve prestar atenção deliberada ao ato de comer, o que inclui estar atento aos tamanhos das porções, saborear cada mordida e minimizar distrações durante as refeições. Praticar a alimentação consciente permite que as pessoas se conectem mais profundamente com sua comida, promovendo uma maior conscientização de sabores e texturas. Ao abraçar um ritmo mais lento e deliberado, as pessoas podem reconhecer melhor os sinais de saciedade e desenvolver um relacionamento mais saudável com a comida.
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