6 investidores e empresários ensinam startups a captar recursos em 2024

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Com a perspectiva de arrefecimento da inflação e aquecimento do mercado, tanto empreendedores quanto investidores brasileiros vislumbram uma maior liquidez para os próximos meses

O ano de 2023 não foi positivo para as startups que buscavam investimentos. De acordo com dados divulgados pela plataforma de rastreamento de mercado Distrito na quinta-feira (11), os aportes nas companhias brasileiras em estágio inicial foram de US$ 1,9 bilhão nos últimos 12 meses, queda de 56,8% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Apesar da baixa, o Brasil se destacou na comparação com os países da América Latina. As startups nacionais obtiveram 61% do dinheiro investido, com 455 negócios. Porém, na América Latina como um todo, o resultado foi o pior desde 2018, quanto as startups haviam captado US$ 3,1 bilhões em doze meses.

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Os dados de 2023 não impressionaram os especialistas. O ano passado foi desafiador para negócios de todos os tamanhos e em todas as partes do mundo. As taxas de juros mais altas tornaram o dinheiro mais caro e reduziram o apetite dos investidores.

Porém, para 2024, a situação parece um pouco diferente. Com a perspectiva de arrefecimento da inflação e aquecimento do mercado, tanto empreendedores quanto investidores brasileiros vislumbram uma maior liquidez para os próximos meses, o que poderá resultar em uma retomada de crescimento no setor.

Pensando nisso, a Forbes conversou com seis investidores e empresários que estão de olho no mercado e dão dicas sobre como essas empresas em estágio inicial podem conseguir dinheiro daqui para frente.

Para José Gabriel Bernardes, sócio da Fuse Capital, não é possível esperar um cenário de contos de fadas, mas as empresas que se prepararam nos últimos anos devem se destacar. “Muitos fundos estão voltando sua atenção para empreendedores que adotaram uma abordagem pragmática nos últimos dois anos. Em destaque a atenção aos custos da empresa, às estratégias de crescimento incluindo a alavancagem e como enfrentar um cenário macroeconômico desafiador”, afirma.

Em sua visão, será difícil replicar o crescimento acelerado observado nos últimos três ou quatro anos. “Mas, como investidores, compreendemos essa dinâmica. Portanto, valorizamos empreendedores que estão alinhados com uma visão realista e adaptativa diante dos desafios previstos para 2024”, complementa.

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Juliana Hadad, head de pessoas, investidora do Stark Bank e Forbes Under 30 na edição 2023, avalia que as dificuldades mudaram o cenário de Venture Capital, o que faz com que os investidores estejam de olho em outras características nas startups investidas. “Antes, buscava-se crescimento a qualquer custo, mas a tendência agora é crescer com consistência. Os VCs estão mais atentos à margem operacional, à eficiência do time e à viabilidade do modelo de negócios”, diz. “Em 2024, a dica é sensatez: cresça com consistência, mantenha uma reserva de caixa e capte quando o runway ainda for extenso, não quando estiver reduzido”.

Na perspectiva de Wana Schulze, head de investimentos e portfólio da Wayra Brasil e Vivo Ventures, o surgimento de novos negócios, mesmo em períodos difíceis, mostra que o setor está em constante crescimento. “As startups continuam surgindo, impulsionadas pelo avanço tecnológico, e, nesse cenário, um bom planejamento e execução podem definir o rumo das iniciativas”, afirma.

Gustavo Tremel, CEO da fintech VAAS, que captou R$ 10 milhões em 2023, acredita que o ano será marcado por um ritmo mais acelerado de investimentos. Para ele, as startups que forem capazes de apresentar planos para construção de produto, projeções realistas de retorno do investimento e valor agregado claro para seu mercado serão as mais atraentes aos olhos dos investidores.

Para Matheus Moura, CEO da BRLA Digital, plataforma de criptomoedas brasileira que captou R$ 3 milhões em 2023, existem alguns passos estruturais que a startup deve traçar antes de conseguir o investimento e mitigar riscos. São eles: formar uma equipe complementar em negócios e tecnologia; desenvolver um produto viável mínimo (MVP) demonstrando a capacidade de construir o produto; atrair clientes pagantes para validar a viabilidade de mercado e articular um “porquê agora?” poderoso.

“Com o time certo, um MVP com clientes pagantes e um “Why Now” convincente, é possível reduzir substancialmente os riscos associados a empresas em estágio inicial, tornando-as mais atraentes para investidores”, afirma Moura.

Para as startups que estão na fase de escolha de investidor, Lucas Infante, CEO e cofundador da Food To Save, startup que já captou R$ 14 milhões, dá dicas. “Uma recomendação para quem está começando é buscar por um investidor especializado. O mais coerente para o crescimento é estar ao lado de pessoas que realmente sejam especialistas no seu setor e consigam te ajudar a enfrentar os desafios e as oportunidades do mercado”, afirma.

Em sua visão, também é essencial saber fazer um monitoramento rigoroso do seu fluxo de caixa e ter um crescimento sustentável. “O que sempre chamou atenção dos investidores e vai continuar chamando é o crescimento que você apresenta, de forma estruturada e clara”, complementa.

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