A lista dos que se foram depois de acumular mais de US$ 1 bilhão (R$4,85 bilhões) inclui o cantor Jimmy Buffett, que transformou sua música Margaritaville em um império de estilo de vida, Silvio Berlusconi, o cantor de navios de cruzeiro que se tornou magnata da mídia e primeiro-ministro italiano, além de dono do Milan por um tempo, e Charlie Munger, o parceiro de negócios direto do magnata dos investimentos Warren Buffett.

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Nove deles eram cidadãos dos EUA. Índia e Malásia foram os únicos outros países que tiveram múltiplos bilionários mortos: três indianos e dois malaios. Zhao Ning, empreendedora farmacêutica, foi a única mulher entre eles. Ela possuia US$ 1,2 bilhões (R$ 5,82 bilhões) e morreu aos 56 anos, após uma batalha de duas décadas contra o câncer.

Poucos poderiam ter imaginado que o cantor Buffett, que lançou Margaritaville em 1977, se tornaria um bilionário. Ele acabou fundando uma cadeia de restaurantes, resorts e comunidades fechadas que renderam ao rei dos “cheeseburgers no paraíso” uma fortuna estimada em US$1 bilhão (R$ 4,8 bilhões) no momento de sua morte, aos 76 anos, em setembro. “Eu não percebi até mais tarde que eu tinha falado com o coração das pessoas que associavam aquele estilo de vida com aquela música”, Buffett disse à Forbes em 2022.

Gordon Moore fez uma aposta arriscada ao cofundar a Intel Corporation em 1968. Com Moore, a Intel conseguiu pioneirismo em novas tecnologias de memória para computadores, tornando a empresa um dos maiores fabricantes de chips semicondutores do mundo. Um engenheiro talentoso conhecido por sua Lei de Moore (que afirmava que o número de transistores em um circuito dobra a cada dois anos), Moore morreu em abril.

Ele e sua esposa doaram quase US$6 bilhões (R$ 26,12 bilhões) de sua fortuna para a caridade até o final de 2022, grande parte por meio de sua Fundação Gordon and Betty Moore. O casal recebeu a Medalha Carnegie de Filantropia em 2009. Betty morreu aos 95 anos no início de dezembro do ano passado.

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O magnata indiano das tintas Ashwin Dani, que morreu aos 80 anos em setembro, foi o mais rico dos bilionários que se foram em 2023, com uma fortuna estimada em US$ 8 bilhões (R$ 38,8 bilhões). Outros que morreram e acumularam mais de US$ 5 bilhões (R$ 24,2 bilhões): o italiano Silvio Berlusconi (US$ 6,9 bilhões ou R$ 33,4 bilhões), o cofundador da Intel Gordon Moore (US$ 6,8 bilhões ou R$ 33 bilhões), o magnata imobiliário Sam Zell (US$ 5,2 bilhões ou R$ 25,2 bilhões) e o presidente do conglomerado de Dubai Micky Jagtiani, um cidadão indiano (US$5,2 ou R$ 25,2 bilhões).

A média de idade desses bilionários é de 85 anos. Quase metade dos mortos tinha pelo menos 90 anos, incluindo o egípcio e dono da Harrod’s e do Ritz, Mohamed Al Fayed, que tinha 94 anos. O empresário automotivo Red McCombs tinha 95 anos. E o empresário indiano Keshub Mahindra e o vice-presidente da Berkshire Hathaway, Charlie Munger, eram os dois bilionários mais velhos que morreram: ambos tinham 99 anos.

A morte mais recente foi a de Gaston Glock, o engenheiro austríaco e inventor da pistola Glock. Glock, que tinha 94 anos quando morreu em 27 de dezembro, começou sua carreira projetando e fabricando armas de mão para o exército austríaco na década de 1980.

Em 2020, sua empresa, a Glock GmbH, tinha uma participação de mercado estimada em quase 65% das armas de mão nos EUA. Glock não figurou na lista de Bilionários do Mundo da Forbes em 2023, assim como o restante mencionado neste artigo; sua última aparição na lista foi em 2021, com uma fortuna estimada em US$1,1 bilhão (R$ 5,3 bilhões).

10 bilionários que se foram em 2023, por ordem de riqueza:

Mais super ricos que disseram adeus:

Mohamed Al Fayed

Nacionalidade: Egito

Fortuna no momento da morte: US$ 2 bilhões (R$ 9,71 bilhões)

Partida: 30 de agosto de 2023

Idade: 94

O empresário egípcio cresceu nas ruas de Alexandria, supostamente vendendo garrafas de Coca-Cola para sobreviver. Mas, depois de se casar com uma família de comércio de armas saudita (sua primeira esposa, Samira Khashoggi, morreu em 1986 aos 51 anos) e fundar sua própria empresa de transporte na década de 1960, Al Fayed ficou conhecido por várias aquisições de destaque nas décadas de 1980 e 1990, incluindo o Hotel Ritz em Paris, a loja de departamentos Harrods em Londres e o clube de futebol Fulham do Reino Unido. Seu filho Dodi Fayed morreu em um acidente de carro ao lado de Diana, Princesa de Gales, em 1997.

Jimmy Buffett

Nacionalidade: EUA

Fortuna no momento da morte: US$1 bilhão (R$ 4,85 bilhões)

Partida: 1º de setembro de 2023

Idade: 76

Um cantor e compositor mais bem pago, conhecido por seus sucessos Margaritaville e Cheeseburger In Paradise, Jimmy Buffett disse que nem aprendeu a tocar guitarra até ser estudante na Auburn University. “Peguei a guitarra na faculdade para conhecer garotas”, disse à Forbes. O músico conseguiu capitalizar sua vibe descontraída e de brisa da ilha, transformando a marca Margaritaville em uma cadeia de restaurantes, roupas, tequila, resorts, uma estação de rádio e até mesmo uma casa de repouso e comunidades fechadas.

Até 2022, sua empresa de licenciamento global, Margaritaville Holdings, tinha US$2,2 bilhões (R$ 10,68 bilhões) em receitas, tornando Buffett valendo estimados US$1 bilhão (R$ 4,85 bilhões) em 2023.

Chen Lip Keong

Cidadania: Malásia

Fortuna no momento da morte: US$1,3 (R$ 6,31 bilhões)

Partida: 8 de dezembro de 2023

Idade: 76

Chen começou sua carreira na indústria de jogos um tanto por acidente. Durante uma viagem de negócios explorando oportunidades de petróleo no Golfo do Sião, ele aproveitou a oportunidade de obter uma licença de cassino no Camboja, vendo-a como uma combinação de fluxo de caixa constante e desenvolvimento imobiliário. Chen fundou a NagaCorp em 1995, uma empresa hoteleira e de jogos e a primeira empresa de cassinos listada na bolsa de valores de Hong Kong. Chen foi o sétimo homem mais rico da Malásia no momento de sua morte, valendo estimados US$ 1,3 bilhão (R$ 6,30 bilhões).

Carl DeSantis

Cidadania: EUA

Fortuna no momento da morte: US$ 1,7 bilhão (R$ 8,25 bilhões)

Partida: 10 de agosto de 2023

Idade: 84

Carl DeSantis foi um empreendedor serial cujo investimento mais lucrativo – nas bebidas energéticas Celsius – veio no final de sua carreira. As ações da empresa de bebidas subiram 1.000% em 2021, colocando-o na lista de bilionários da Forbes. Ele fez fortuna inicialmente fundando a empresa de vitaminas Rexall Sundown em sua garagem em 1973 como uma empresa de pedidos por correspondência e a vendeu por US$ 1,8 bilhão (R$8,73 bilhão) em 2000. Os investimentos de DeSantis iam de imóveis e restaurantes à marca de molho picante Tabañero. “Algumas pessoas colecionam carros”, disse John Fieldly, CEO da Celsius Holdings, à Forbes. “Essa não era a dele – Carl coleciona negócios.”

G. Gnanalingam

Cidadania: Malásia

Fortuna no momento da morte: US$ 1,4 bilhão (R$ 6,8 bilhões)

Partida: 11 de julho de 2023

Idade: 78

G. Gnanalingam foi presidente executivo da Westports Malaysia, uma das principais operadoras portuárias do país. Gnanalingam começou sua carreira como vendedor no grupo British American Tobacco no final da década de 1960 e foi nomeado diretor de marketing em 1980. Em 1994, ele cofundou a Westports Holdings, a empresa controladora da Westports Malaysia.

Thomas Lee

Nacionalidade: EUA

Patrimônio líquido na data da morte: US$ 2 bilhões (R$ 9,71 bilhões)

Partida: 23 de fevereiro de 2023

Idade: 78

Tom Lee foi um pioneiro em private equity na década de 1970, mais conhecido por assumir o controle da Snapple em 1992 e vendê-la dois anos depois para a Quaker Oats por mais de 12 vezes o preço de compra de sua empresa. Lee iniciou sua carreira financeira no First National Bank of Boston em 1965, onde ascendeu ao cargo de vice-presidente.

Ele fundou sua própria firma de investimentos, a Thomas H Lee Partners, em 1974. O sucesso de Lee na indústria o tornou um bilionário com um patrimônio de US$ 2 bilhões (R$ 9,71 bilhões) até o momento de sua morte. Ao longo de sua vida, ele doou mais de US$22 milhões (R$ 106,79 milhões) para sua alma mater, a Universidade Harvard, e foi membro do conselho do Museu de Arte Moderna, do Lincoln Center e do Museu da Herança Judaica. O New York Post relatou que Lee foi encontrado morto em seu escritório, aparentemente por um ferimento à bala auto infligido.

Keshub Mahindra

Nacionalidade: Índia

Patrimônio líquido na data da morte: US$1,2 (R$ 5,82 bilhões)

Partida: 12 de abril de 2023

Idade: 99

Keshub Mahindra iniciou sua carreira nos negócios na empresa automotiva de seu pai, a Mahindra & Mahindra, que possui marcas que vão desde tecnologia e serviços de software até aeroespacial e defesa. Hoje, o grupo com sede em Mumbai opera em mais de 100 países e registrou uma receita de US$15 bilhões (R$ 72,81 bilhões) em 2023. Durante seu período como presidente do conglomerado multinacional de 1963 a 2012, Mahindra foi responsável por liderar parcerias com empresas como a British Telecom, Mitsubishi e Ford Motors, e foi nomeado para servir em vários comitês pelo governo indiano.

Billy Joe McCombs

Nacionalidade: EUA

Patrimônio líquido na data da morte: US$1,7 bilhão (R$ 8,25 bilhões)

Partida: 20 de fevereiro de 2023

Idade: 95

A primeira renda de Billy Joe “Red” McCombs veio da venda de amendoins por vinte e cinco centavos o saco, quando ele tinha 10 anos. Mas, quando morreu aos 95 anos, ele possuía mais de 400 empresas ao longo de sua carreira, investindo em tudo, desde equipes de basquete profissional até petróleo e imóveis. McCombs iniciou sua carreira vendendo carros Ford Edsels, que mais tarde expandiu para uma rede de 55 concessionárias. Ele mudou para o setor de mídia em 1972 e co-fundou a gigante de radiodifusão Clear Channel, que se tornou a iHeartMedia em 2014. O magnata texano trouxe a Fórmula 1 para Austin e também detinha participações no San Antonio Spurs, no Minnesota Vikings e no Denver Nuggets.

Shi Wen-long

Nacionalidade: Taiwan

Patrimônio líquido na data da morte: US$ 1,9 bilhão (R$ 9,22 bilhões)

Partida: 18 de novembro de 2023

Idade: 95

Shi Wen-long foi o fundador da Chimei Corp., um dos maiores produtores de plásticos da Ásia, que também possui investimentos em tecnologia. Shi iniciou seu próprio negócio de plásticos em 1952 com apenas US$ 700 (R$ 3,39 mil) e outros quatro funcionários. Ele fundou a Chimei em 1960, que se tornou o maior produtor mundial de resina ABS, um produto usado em componentes de teclados de computador, bem como na indústria automotiva. Ao lado de seus interesses comerciais, Shi apoiou a independência de Taiwan e fundou um museu que abriga instrumentos de cordas valiosos, como os de Antonio Stradivari.

Tang Xiao’ou

Nacionalidade: China (Hong Kong)

Patrimônio líquido na data da morte: US$1,1 bilhão (R$ 5,34 bilhões)

morreu: 15 de dezembro de 2023

Idade: 55

Tang Xiao’ou fundou a SenseTime, uma empresa chinesa de inteligência artificial e reconhecimento facial listada em Hong Kong. Tang tinha 55 anos na época de sua morte, tornando-se o bilionário mais jovem a morrer este ano. Ele também era professor de processamento de informações na Universidade Chinesa de Hong Kong. Ele lançou a SenseTime em 2014 com dois de seus alunos de doutorado, Xu Li e Xu Bing. Embora Tang tenha ajudado a promover parcerias entre a SenseTime, universidades e empresas, a empresa teve dificuldades para conquistar entusiasmo dos investidores e foi incluída em uma lista negra de investimentos dos EUA em 2021 por alegações de violação dos direitos humanos da população uigur.

Zhao Ning

Cidadania: EUA

Patrimônio líquido no momento da morte: US$ 1,2 bilhão (R$ 5,82 bilhões)

Partida em: 16 de maio

Idade: 56

A cofundadora da empresa de pesquisa farmacêutica contratada WuXi AppTec foi a única bilionária mulher a morrer neste ano. Zhao fundou a WuXi, listada em Xangai e Hong Kong, em 2000 com seu marido Li Ge, cujo patrimônio líquido atualmente está próximo de US$7 bilhões (R$ 33,98 bilhões).

A Wuxi Apptec se tornou uma das maiores empresas de pesquisa farmacêutica do mundo e colaborou com empresas como Johnson & Johnson, fornecendo serviços a cerca de 6.000 clientes em mais de 30 países. A WuXi informou que Zhao morreu após uma batalha de duas décadas contra o câncer. “O forte senso de propósito da Dra. Ning Zhao a levou a esforços filantrópicos globais incansáveis para apoiar a pesquisa do câncer e promover futuros líderes, para que novos tratamentos e curas beneficiem pacientes ao redor do mundo”, disse o obituário da empresa para Zhao.

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