Bezos contrata veterano da Amazon para acelerar empresa espacial Blue Origin

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Jeffrey Dastin/Reuters

Dave Limp liderou a lucrativa unidade de dispositivos da Amazon

Um veterano da Amazon escolhido por Jeff Bezos para liderar a Blue Origin pretende usar o manual da gigante do comércio eletrônico para dar à empresa de lançamento de foguetes um impulso extremamente necessário contra a SpaceX, de Elon Musk.

As principais prioridades de Dave Limp, que liderou a lucrativa unidade de dispositivos da Amazon, incluem a aceleração do desenvolvimento do foguete New Glenn, da Blue Origin, que já passou por diversos adiamentos, e a produção do potente motor BE-4, de acordo com dois funcionários que participaram da reunião do novo presidente-executivo com toda a empresa neste mês.

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Fazendo comparações com o foco centrado no cliente da Amazon, Limp enfatizou a importância de cumprir os prazos do cronograma, disseram os funcionários. Limp também sugeriu um foco maior na integração de software e inteligência artificial na fabricação.

A Blue Origin se recusou a disponibilizar Limp para uma entrevista e não respondeu pedido de comentários. Em seu primeiro dia de trabalho, em 4 de dezembro, Limp disse em uma publicação no LinkedIn que estava “animado para começar”.

Limp é visto como um assistente de confiança de Bezos, capaz de ajudar a impulsionar a Blue Origin nos estágios finais e complexos do desenvolvimento do foguete de carga pesada New Glenn e o principal desafio para o Falcon 9, dominante, da SpaceX.

O tempo está passando enquanto os clientes, como a unidade de internet via satélite da Amazon, a Kuiper, esperam para voar no New Glenn, o que é fundamental para que a Blue Origin gere uma receita significativa.

“A Blue Origin precisa ser muito mais rápida, e esse é um dos motivos pelos quais deixei meu cargo de presidente-executivo da Amazon há alguns anos”, disse Bezos na semana passada ao podcaster Lex Fridman.

Bezos trocou os líderes mais importantes da Blue Origin e reorganizou suas unidades de negócios para tirá-la de um impasse de desenvolvimento que existe desde que ele instalou um novo presidente-executivo na empresa em 2017.

Pegada

Embora ainda não tenha alcançado a órbita, a pegada da Blue Origin no setor é vasta. Limp também supervisionará os planos de construção de um módulo de pouso lunar para a Nasa, uma estação espacial orbital e um negócio centrado em satélites manobráveis de manutenção e reabastecimento.

O executivo também liderará o reinício do negócio de pesquisa e turismo espacial suborbital da Blue Origin, à medida que seu único foguete ativo, o pequeno e reutilizável New Shepard, voltar a voar após 15 meses de paralisação.

Limp, que também trabalhou na Apple por quase uma década, traz uma cara nova onde a popularidade do antigo presidente-executivo da Blue Origin diminuiu entre a equipe, segundo vários funcionários atuais e antigos.

O antecessor de Limp, Bob Smith, supervisionou o início da campanha de lançamento da New Shepard, que enviou o próprio Bezos ao espaço em 2021. Smith também liderou a Blue Origin em uma batalha legal para ganhar seu contrato multibilionário de pouso na Lua com a Nasa.

Mas os atrasos crescentes do New Glenn e seu motor BE-4 estimularam em grande parte a mudança de líderes, disseram vários funcionários. Smith não foi encontrado para comentar o assunto.

Na órbita da Terra, a pressão da concorrência está aumentando. A SpaceX lançou vários astronautas e quase 100 missões em órbita este ano com o Falcon 9. Musk está prometendo dominar o mercado global de lançamentos com viagens mais baratas ao espaço na nave Starship, que é totalmente reutilizável.

E a Nasa está pressionando por velocidade em seu programa lunar Artemis, no qual o conceito de módulo de pouso lunar da Blue Origin será usado em uma segunda viagem de astronautas dos Estados Unidos à superfície da Lua.

“Eles precisam se organizar, precisam entregar”, disse George Sowers, consultor do setor espacial que trabalhou com a Blue Origin como executivo da United Launch Alliance (ULA), uma joint venture da Boeing e da Lockheed Martin.

“Eles têm se dado ao luxo de não precisar lucrar para sobreviver, porque Bezos os tem financiado”, disse Sowers. “Mas esse não é um modelo sustentável.”

A Blue Origin está vendendo motores BE-4 para a ULA, uma rival que há muito tempo domina o mercado de lançamento de satélites do Pentágono para o espaço. A ULA depende de entregas pontuais do BE-4 para seu foguete Vulcan, de próxima geração.

A Blue Origin pode estar interessada em comprar a ULA. A empresa já manifestou interesse em um acordo desse tipo no passado, de acordo com duas fontes familiarizadas com o assunto. O Wall Street Journal publicou nesta quinta-feira que a Blue Origin, a empresa de capital privado Cerberus e a Textron demonstraram interesse na aquisição.

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