Com Serena Williams aposentada e Naomi Osaka afastada para se recuperar de lesões e do pós-parto durante o ano, a lista das atletas mais bem pagas do mundo tem uma nova número 1: a tenista polonesa de 22 anos Iga Świątek.
Świątek fez cerca de US$ 23,9 milhões em 2023 (antes de impostos e taxas de seus agentes). Desde que a Forbes começou a fazer a lista das atletas mais bem pagas, em 2008, Maria Sharapova foi a única, além de Serena Williams e Osaka, a conquistar essa posição. Ela ficou no primeiro lugar do ranking por oito anos consecutivos até Serena assumir a posição em 2016.
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O ano de Świątek contou com o título individual feminino no Aberto da França, além de quatro novos acordos de patrocínio. Também não é coincidência que ela seja tenista – assim como Osaka, Serena e Sharapova. 12 das 20 atletas mais bem pagas do mundo, e 9 entre as 10 primeiras, vêm desse esporte. Ele oferece grandes prêmios em dinheiro e muitas oportunidades de parcerias e patrocínios para as atletas.
Veja quem são as 10 atletas mais bem pagas do mundo
O golfe e o futebol têm, cada um, duas atletas representadas no top 20 deste ano. Badminton, basquete, ginástica artística e esqui estilo livre completam a lista com uma atleta de cada esporte. Confira, aqui, a lista completa.
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Otimismo com os esportes femininos
Juntas, as 20 mulheres mais bem pagas ganharam cerca de US$ 226 milhões em 2023. Isso representa uma queda de 13% em relação aos US$ 258 milhões feitos em 2022. Esse declínio pode ser atribuído à ausência de Williams, atleta que representou US$ 41,3 milhões na lista do ano passado, e à queda dos ganhos de Osaka, de US$ 51,1 milhões em 2022 para US$ 15 milhões este ano.
Mas há muitos motivos para encarar o ranking de 2023 com otimismo. A média de patrimônio das 20 melhores pagas é de US$ 8,5 milhões em 2023, acima dos US$ 7,3 milhões do ano passado. E 16 das 20 atletas da lista têm menos de 30 anos, o que sugere que elas ainda têm um potencial maior de ganhos. Há também 8 atletas que ultrapassam os US$ 10 milhões, igualando o recorde do ano passado e o dobro de 2021.
De forma geral, os esportes femininos continuaram a prosperar este ano, com a Liga Nacional de Futebol Feminino dos EUA e a de futebol internacional registrando novos recordes de público. A WNBA, liga profissional de basquete feminino dos EUA, anunciou a primeira expansão de sua equipe desde 2008 e o LPGA Tour, de atletas de golfe, prometeu aumentar seu fundo total de prêmios para mais de US$ 118 milhões, acima dos cerca de US$ 70 milhões de 2021.
Apesar desses incentivos, os salários das atletas ainda estão bem atrás das remunerações dos homens. A lista da Forbes com os 20 atletas mais bem pagos de 2023, publicada em maio, totalizou US$ 1,9 bilhão em patrimônio — mais de oito vezes o que as 20 primeiras atletas mulheres ganharam — e a diferença fica ainda maior. Durante a temporada 2023-24, cada um dos 60 jogadores da NBA, principal liga de basquete profissional da América do Norte, ganharão mais que Świątek apenas com seus salários dos jogos, de acordo com o site esportivo Spotrac.
O domínio do tênis
Historicamente, o tênis tem uma disparidade salarial menor do que outros esportes. Os quatro eventos do Grand Slam dão prêmios em dinheiro iguais para homens e mulheres desde 2007.
Em junho, a WTA (Women’s Tennis Association) se comprometeu a aumentar os prêmios em seus maiores torneios para equiparar aos das competições masculinas. Mas espera-se que essa mudança leve uma década – e as atletas recentemente se manifestaram sobre outras questões desiguais, como maternidade, condições de jogo e operações de torneios.
“Somos as atletas mais bem pagas e o tênis é um esporte forte no mundo todo, mas a disparidade salarial ainda é muito grande”, disse Jessica Pegula, membro do Conselho de Jogadores da WTA e número 7 no ranking deste ano, com US$ 12,5 milhões em ganhos. “Sempre falamos sobre como [o prêmio] é igual [para homens e mulheres] nos Grand Slams, mas esses são quatro torneios por ano – não é igual em muitos outros torneios.”
A busca por maiores receitas
A discrepância se resume às receitas – as ligas femininas estão pagando um valor muito menor. Por exemplo, a comissária da WNBA Cathy Engelbert disse que a liga buscará fazer mais de US$ 100 milhões por ano em seus acordos de mídia a partir de 2026. A NBA, por outro lado, arrecada mais de US$ 3 bilhões por temporada com seus direitos internacionais e, nos EUA, deve dobrar esse número em sua próxima rodada de contratos que começa em 2025.
Muitas competições femininas de elite – incluindo a Copa do Mundo de Futebol Feminino da FIFA e o torneio de basquetebol da NCAA (primeira divisão de esportes universitários dos EUA) – vão renegociar seus acordos de transmissão ao longo dos próximos anos. Essa é uma boa oportunidade de traduzir o entusiasmo em torno do esporte feminino para conseguir receitas significativas.
Ao mesmo tempo, mais marcas estão buscando patrocinar ligas e jogadoras, além de um maior interesse da mídia. A série da Netflix “Break Point” acompanhou Świątek em busca da vitória na sua primeira temporada e, na sua segunda, vai destacar Pegula.
“Acho que precisamos melhorar o marketing do nosso jogo”, diz Pegula, pontuando que a WTA lançou uma parceria este ano com a empresa de private equity CVC Capital Partners para reformular seu lado comercial. “É um esporte tão internacional, com tantas histórias diferentes, e alcançamos tantas pessoas. Mas será que estamos realmente contando essas histórias da melhor maneira possível para os fãs? Acho que isso é algo que pode realmente crescer e mudar.”
Metodologia do ranking
O ranking da Forbes das atletas mais bem pagas reflete os ganhos de 2023. Os números no esporte incluem salários-base, bônus, estipêndios e prêmios em dinheiro e são arredondados para os US$ 100 mil mais próximos. As estimativas de ganhos fora do esporte, arredondadas para os US$ 500 mil mais próximos, são determinadas por meio de conversas com especialistas do setor e refletem o dinheiro anual de patrocínios, licenciamento e aparições, bem como retornos de dinheiro de quaisquer negócios nos quais o atleta tenha uma participação significativa.
A Forbes não inclui receitas de investimentos, como pagamentos de juros ou dividendos, mas contabiliza pagamentos de participações acionárias que as atletas venderam. A Forbes não deduz impostos ou taxas de agentes e inclui atletas ativas em qualquer momento durante o período de 12 meses.
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