A transformação no esporte começa em sua gestão

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Time do RTB tem mais de 20 jovens

Chegamos ao fim de 2023. Momento de refletir sobre os resultados alcançados, e preparar para 2024. Época, também, que marca 4 anos da nova fase do Instituto Tênis, hoje Rede Tênis Brasil (RTB), projeto que busca transformar crianças e jovens a partir do tênis e da educação.

Para avaliar este período e os resultados atingidos neste ano, é importante entender como a gestão pode alavancar resultados no esporte, e como o que esperamos de atletas de alto rendimento não está tão distante do que deveríamos esperar da gestão esportiva.

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Assumi a direção do RTB no fim de 2019. Os objetivos iniciais incluíam organizar, unir e preparar o Instituto a longo prazo, a partir de conceitos trazidos do mundo empresarial para o esporte e o terceiro setor, o que naturalmente passaria por fomentar a cultura de desempenho, sustentabilidade, planejamento e mindset de longo prazo.

Vindo de carreira em grandes consultorias internacionais, fiz isso por muitos anos: identificar melhorias e oportunidades, a partir de reflexões internas e externas, pensar em inovação e buscar crescimento sustentável com impacto.

Sempre acreditei que no esporte, como em qualquer atividade, gestão não pode ser luxo. Num ambiente onde se busca transformação social, inclusão, envolvendo a vida de crianças, jovens e suas famílias, sua importância é ainda maior. E não falo apenas de planejamento, processos, metas ou ciclos, mas de pessoas, engajamento, união e cultura.

O desafio se intensifica quando falamos de um esporte onde a exigência pelo desempenho só aumenta, e apesar de sua característica individual, a percepção coletiva deve prevalecer.

Adaptando a frase cunhada por Tom Jobim, “a gestão esportiva não é para amadores”. Ou pelo menos não deveria ser.

Assim, transportar o que se espera na quadra (e o mesmo vale para o campo, as piscinas, etc) para o nível da gestão é o caminho para quem busca excelência. Da mesma forma que esperamos disciplina, esforço, estratégia e foco de nossos atletas, o mesmo tem que ser verdade para a gestão esportiva.

Visão e planejamento de longo prazo, estratégias claras de como atingir os objetivos, estabelecimento de políticas e regras internas, implementação de processos de avaliação contínua para atletas, equipe técnica e área administrativa, metas anuais, fomento à cultura de performance e meritocracia, união e engajamento são alguns aspectos já implementados e em constante aperfeiçoamento no RTB nos últimos anos.

E os resultados desta nova fase começam a aparecer.

Em 2023, o RTB terá proporcionado o primeiro contato com o tênis para mais de 20 mil crianças no Brasil a partir dos 6 anos. Trabalho feito em escolas públicas, e que enfrenta a elitização do esporte, efeito que perceberemos no longo prazo. Adicionar a bola amarela no dia a dia de mais de 95% do País, que hoje não tem acesso ao tênis, é o primeiro passo.

Em seguida vem a prática do esporte. Encerraremos o ano com mais de mil crianças fazendo aulas gratuitas em quadras de tênis toda semana.

Neste processo, buscamos a imersão de crianças num esporte que promove em sua essência: disciplina, respeito, perseverança, resiliência, o “aprender a perder”, entre tantos outros valores que constroem uma sociedade melhor. Para o Brasil, isso é chave, e apenas o esporte já contribui imensamente.

Junte educação e temos uma dupla de sucesso. Em 2023, mais de 170 crianças terão feito reforço escolar de português e matemática graças ao RTB.

Vou além, destas mais de mil crianças, selecionamos cem delas para formar uma base de futuros talentos a partir dos 7 anos. Para quem busca promessas, e gosta de estatística, é um prato cheio. Ponto de partida para o sucesso esportivo.

Chegamos então ao nosso Time RTB, marca construída em 2022, e que chega em 2024 ao seu 3º ano. Neste Time de mais de 20 jovens, a partir dos 13 anos, estão os que se destacam, que sonham o tênis todos os dias, e hoje são tão bem representados pelas tenistas Bia Haddad Maia e Luisa Stefani. Será para eles que torceremos no futuro, seja porque conseguirão uma bolsa no tênis universitário norte-americano e contribuirão para o desenvolvimento do nosso País, seja porque entrarão em quadra para representar nossa bandeira nos Grand Slams.

Tudo isso em dez estados + DF, em 28 cidades, com investimento de mais de R$ 9 milhões, em 12 meses. Reforço: estes resultados não são alcançados sem organização.

Parte de uma governança estruturada, participativa e informada, seguindo melhores práticas de mercado, com Conselho e Comitês de apoio à gestão, com políticas e regras definidas, acompanhando os resultados. No RTB, contamos com 3 comitês: técnico, sustentabilidade e gestão.

O dia a dia é cuidado por uma equipe de profissionais qualificados, selecionados por sua experiência e capacidade de entregar resultados, com papéis e responsabilidades muito claros e avaliações recorrentes, com direito a feedacks periódicos, buscando seu desenvolvimento contínuo. Cada Diretoria do RTB (são quatro) tem seu planejamento e metas anuais e trabalha com suas equipes buscando os melhores resultados para a organização.

Os processos do dia a dia estão em constante evolução. Começam desde a compra de bolinhas e raquetes, até a avaliação de atletas e parceiros. Sem isso, não conseguimos garantir a execução de um projeto que envolve mais de 80 profissionais nas mais diversas atividades em diferentes partes do Brasil.

Cada fase de nosso projeto é avaliada sob a luz de políticas internas e critérios conhecidos trazidos do mundo corporativo para o terceiro setor. Atletas e parceiros são avaliados por parâmetros que seguem metodologia única, espelhada em mercados onde o tênis está à frente do Brasil. Não buscamos reinventar a roda, mas aprender com quem faz bem, trazer para nossa realidade e implementar buscando a excelência.

Nos comunicamos melhor com nossos patrocinadores e apoiadores, não apenas na entrega do dia a dia, mas também na exposição de nossas ações com transparência. Temos equipe de marketing e comunicação, pensando em diferentes formas de engajarmos nossos stakeholders e a comunidade que nos cerca. Buscamos construir relações longevas, considerando nosso propósito de médio a longo prazo.

Cultivamos a união com outros programas de tênis. Acreditamos no “juntos somos mais fortes” como acelerador do esporte no País.

Buscamos inovação com programas de sustentabilidade financeira, evitando surpresas e déficits financeiros irremediáveis, muitas vezes os principais responsáveis pela interrupção de projetos esportivos. Diversificar as origens do financiamento do projeto é fundamental. Estratégias como endowment, entre outras, são parte da solução e objetivos permanentes da gestão.

Temos planejamento anual e estratégias de curto, médio e longo prazo, mas somos flexíveis para aprender com o que está funcionando e o que pode ser melhorado. A contínua melhoria está no nosso DNA. Estar atento a mudanças é responsabilidade da liderança. 2024 tem que ser melhor que 2023, e assim por diante.

Com isso, acreditamos na longevidade, sustentabilidade e sucesso de nossa jornada, buscando as consequências positivas do trabalho feito no dia a dia, colhendo frutos da organização e paciência pelos resultados.

Sem isso, sabemos bem o que pode acontecer. Exemplos não faltam no esporte brasileiro.

Para 2024, nossa intenção é continuar o trabalho desenvolvido, já com aprendizados de 2023, e buscando sempre o crescimento sustentável. Assim teremos: mais acesso, mais tênis, mais educação, mais transformação, mais impacto, criando um ecossistema vitorioso para o tênis e o esporte brasileiro.

Boas festas!

Quer saber mais sobre o Rede Tênis Brasil? Acesse nosso site www.redetenisbrasil.com.br e redes sociais @redetenisbrasil. Quer fazer sua doação para o projeto? Acesse https://www.brazilfoundation.org/pt-br/fundoredetenisbrasil.

Raphael Barone é diretor-executivo do Instituto Rede Tênis Brasil, sendo responsável pelo desenvolvimento do projeto no Brasil. Graduado em Administração de Empresas, com MBA em Gestão e Empreendedorismo, conta com mais de dez anos de experiência em grandes consultorias globais.

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