A Fitch Ratings cortou nesta quinta-feira a nota de crédito em escala global da Braskem para “BB+”, de “BBB-“, e colocou o rating em observação negativa. O comunicado cita aumento nos riscos ambientais e nova ação judicial da ordem de 1 bilhão de reais associada ao afundamento do solo em Maceió, em áreas onde estão minas de sal-gema da petroquímica.
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De acordo com a agência de classificação de risco, isso poderia piorar o perfil do fluxo de caixa da empresa.
A Fitch também afirmou que “espera que o fluxo de caixa livre (da companhia) seja negativo por um período mais longo do que o esperado. A empresa permanece exposta a uma prolongada desaceleração no setor petroquímico, o que resultou em um aumento significativo na dívida líquida”.
Com a alteração, a Braskem perde seu grau de investimento pela Fitch. Mais cedo esta semana, a Moody’s, que já atribuía uma classificação especulativa para a petroquímica, também cortou o rating da empresa. A S&P mantém rating “BBB-” para a Braskem.
Em comunicado ao mercado, a Braskem disse que mantém uma sólida posição de caixa e perfil de endividamento bastante alongado. O prazo médio de vencimento de suas dívidas para o final do terceiro trimestre, que é de 12,3 anos. Aproximadamente 63% delas estão concentradas após 2030.
A empresa também reforçou seu compromisso com a manutenção da sua posição de liquidez e disciplina de custos. Também se compromete na continuidade da implementação de medidas para redução da sua alavancagem corporativa.
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No final de novembro, a Braskem foi intimada de decisão da Justiça em nova ação de 1 bilhão de reais de autoridades federais e de Alagoas. A intimação se refere aos danos causados por movimentação do solo em Maceió. O processo busca ampliação da área de risco e inclusão de mais famílias em plano de compensação financeira.
Autoridades entraram com nova petição na quarta-feira (13). Nela citam descumprimento de decisão liminar para incluir novos imóveis em programa de compensação e ausência de acordo com a empresa. Dentre outras medidas, solicitam o bloqueio de 1 bilhão de reais.
Procurada pela Reuters nesta quinta-feira, a Braskem disse que segue dialogando com as autoridades e desenvolvendo ações com foco na segurança das pessoas e na implementação de medidas amplas para mitigar, compensar ou reparar impactos decorrentes da desocupação dos imóveis afetados.
Em relação à atualização do mapa de ações prioritárias, a companhia disse que a região ocupada nos bairros é constantemente monitorada e não existem estudos técnicos que indiquem a necessidade de novas desocupações. A empresa ainda afirmou que vai recorrer da decisão liminar.
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