O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deve definir nesta quarta-feira (12) o quarto corte consecutivo da taxa básica de juros (Selic). O consenso do mercado aponta para uma redução de 0,5 ponto percentual, alcançando 11,75%, o menor nível desde março de 2022. A atenção está centrada no comunicado e na possível sinalização de novos cortes nas próximas reuniões.
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Especialistas observam que, embora a inflação deste ano deva encerrar em um patamar mais baixo do que inicialmente previsto, mantendo-se dentro do intervalo de tolerância da meta, as expectativas inflacionárias para 2024 e 2025 ainda estão descontroladas, demandando uma política monetária restritiva. Nesse contexto, o mercado projeta a Selic ao final de 2024 em 9,25%, ante os 10,45% do último relatório Focus.
“Consideramos provável que o comunicado repita a mensagem de que os membros do Comitê preveem uma redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário”, diz Sérgio Goldenstein, Estrategista-Chefe da Warren.
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Os dados econômicos mais recentes sustentam a visão de continuidade na expansão de empregos e na renda real das famílias, indicando um potencial aumento no consumo pessoal. No entanto, o Copom tem receios quanto a uma possível reaceleração da inflação, sugerindo a manutenção de uma postura mais contracionista.
“Essa é uma das principais forças por trás da nossa projeção para a variação do IPCA em 12 meses em 3,7% no final de 2024, o que significa que projetamos a Selic em 9%, com o Copom mirando a convergência da inflação para o centro da meta contínua em 2024”, destaca Marco Maciel, economista-chefe do Banco Fibra.
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Entretanto, existem fatores de risco que podem levar a autoridade monetária a reconsiderar sua abordagem. Na última reunião, o Copom expressou maior preocupação com um ambiente externo mais adverso e enfatizou a necessidade de cautela, mesmo diante de sinais positivos recentes na economia.
Além disso, Goldenstein menciona que alguns fatores limitam o espaço para sinalizar uma possível aceleração no ritmo de ajuste:
As projeções de inflação para 2024 e 2025 no cenário de referência estão acima da meta de 3,0%.
As expectativas de inflação permanecem desancoradas.
As incertezas relacionadas à política fiscal estão elevadas.
A resiliência da atividade doméstica e a dinâmica robusta do mercado de trabalho não indicam uma “abertura contundente do hiato do produto”.
“A resiliência da atividade doméstica (confirmada pelo PIB do 3º trimestre acima das expectativas e com destaque positivo para o consumo das famílias) e a dinâmica robusta do mercado de trabalho não configuram uma ‘abertura contundente do hiato do produto’ (que foi um dos fatores elencados nas atas das reuniões de agosto e setembro que poderiam levar a uma intensificação adicional do ritmo de ajustes)”, conclui o especialista.
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