As mulheres são essenciais para resolver a crise global de liderança

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Cecilia Zhang para Forbes USA

Giorgia Meloni, Kamala Harris, Taylor Swift e Christine Lagarde são algumas das nulheres mais poderosas do mundo

A vigésima lista das mulheres mais poderosas do mundo, feita todo ano pela Forbes, revela um contexto complexo para mulheres em posições de poder. A lista deste ano destaca lideranças de diversas esferas de influência, apresentando tanto mulheres no começo de suas carreiras como figuras com reputações já estabelecidas, todos marcando avanços significativos no impacto global das mulheres. Mas esta lista, embora destaque os avanços já conquistados pelas mulheres, mostra o contexto preocupante das mulheres em cargos de poder.

Por que um ícone cultural como Taylor Swift está entre as cinco primeiras posições, ao lado de importantes mulheres da política mundial? E por que Giorgia Meloni, primeira-ministra da Itália, hoje é a única mulher liderando uma economia do G20?

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A notável ascensão da cantora Taylor Swift do 79º para o 5º lugar da lista das mulheres mais poderosas simboliza o surgimento de um novo tipo de influência, sinalizando uma mudança para além dos tradicionais poderes político e financeiro tradicional, transcendendo as fronteiras tradicionais do entretenimento, para a influência. O impacto econômico de Swift neste ano é surpreendente: só a sua turnê Eras faturou um valor recorde de US$ 850 milhões – e estima-se que ela tenha impulsionado a economia dos EUA em mais de US$ 5 bilhões. Suas estratégias de negócios inovadoras redefiniram a indústria da música.

No entanto, o impacto mais profundo de Taylor Swift está na sua capacidade de influenciar a cultura e do nosso tempo, especialmente entre um público jovem, epredominantemente feminino. Ela simboliza uma nova era de poder, influenciando pessoas e culturas independentemente de qualquer país ou empresa.

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As primeiras mulheres da lista deste ano: Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu, Kamala Harris, vice-presidente dos EUA, e Giorgia Meloni, primeira-ministra da Itália, são exemplos de mulheres influentes ocupando espaços historicamente dominados por homens e são fundamentais na definição de políticas econômicas e legislativas. No entanto, elas são a exceção, e não a regra.

Esta evidente falta de mulheres em importantes cargos políticos difere dos anos anteriores, com menos mulheres nessas posições em 2023. Há uma década, cinco mulheres lideravam as 25 principais economias do mundo. Hoje, este número passou para apenas uma. Só 13 dos 193 Estados-membros da ONU (Organização das Nações Unidas) são liderados por chefes de governo femininas.

Apesar de um aumento na representação das mulheres nas esferas política e econômica, a diminuição do número de mulheres que ocupam cargos políticos hierarquicamente superiores é preocupante neste período de crise global.

Este declínio se acentua ainda mais pela natureza dinâmica do poder político: na lista deste ano, cinco lideranças, como Ursula von der Leyen e Kamala Harris, enfrentam corridas de reeleição. Ao mesmo tempo, outras como Tsai Ing-wen, presidente de Taiwan, e Zuzana Čaputová, presidente da Eslováquia, estão chegando ao fim de seus mandatos. Para completar o cenário, as ex-governantes Jacinda Ardern, da Nova Zelândia, Sanna Marin, da Finlândia, e Nicola Sturgeon, da Escócia, deixaram seus cargos no início deste ano.

Com o mundo envolvido em crises nas mais variadas esferas de poder, a necessidade de mais mulheres nos mais altos níveis de decisão política vai além de ter mais equidade. Trata-se de aproveitar uma variedade de perspectivas e habilidades para enfrentar os desafios complexos do nosso tempo. Neste momento importante da história mundial, no qual a liderança inovadora nunca foi tão importante, o que acontecerá a seguir pode ser ainda mais positivo se moldado por uma liderança inclusiva e transformadora, como a oferecida pelas mulheres.

Linda Thomas-Greenfield, embaixadora dos Estados Unidos na ONU, expressou este sentimento em uma entrevista à Forbes em setembro, destacando que compaixão e compreensão são essenciais para uma diplomacia eficaz. “Você tem que ouvir as pessoas, concordando com elas ou não”, disse ela. “Você também tem que ser gentil. A bondade é a arma mais eficaz que você pode ter.”

O poder feminino encontra-se hoje em um momento crítico. A resposta para o progresso está em um equilíbrio entre o hard power e o soft power, permitindo ainda mais a expressão do potencial de liderança das mulheres. Esta necessidade, que devemos atender para criar um mundo mais resiliente e justo, nunca foi tão urgente.

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*Moira Forbes é a vice-presidente executiva da Forbes USA. Ela também atua como presidente e publisher de ForbesWomen.

(Traduzido por Gabriela Guido)

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