COP28: negociações sobre combustíveis fósseis entram em impasse em Dubai

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Sean Gallup_Guetty

Últimos dias da COP28, em Dubai, são marcados por intensas negociações

O presidente da cúpula climática COP28 pediu neste domingo (10) aos negociadores que se esforcem mais para chegar a um consenso sobre a proposta de um acordo inédito para eliminar gradualmente o uso de combustíveis fósseis no mundo, conforme a conferência de duas semanas entra em sua fase final.

As negociações em Dubai destacaram as profundas divisões internacionais sobre o futuro papel do petróleo, do gás e do carvão, que estão complicando os esforços de quase 200 países para chegar a um acordo antes do término da cúpula, previsto para 12 de dezembro.

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Uma coalizão de mais de 80 países, incluindo os Estados Unidos, a União Europeia e pequenas nações insulares, está pressionando por um acordo na COP28 que inclua uma linguagem para “eliminar gradualmente” os combustíveis fósseis, a principal fonte de emissões de gases de efeito estufa que os cientistas culpam pelo aquecimento global.

Eles estão enfrentando uma forte oposição liderada pelo grupo produtor de petróleo Opep e seus aliados. Buscando um avanço no domingo, o presidente da COP28, Sultan al-Jaber, tomou a medida incomum de chamar de volta um “majlis” – termo árabe para uma reunião comunitária – onde as delegações puderam falar em um fórum diferente do salão plenário formal. “Estamos agora no final do jogo”, disse Jaber. “Espero que vocês não me decepcionem” Falando em uma configuração circular, as delegações reafirmaram suas posições, mas não ficou imediatamente óbvio que o fórum havia produzido uma mudança de posições.

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A Opep emitiu uma carta aos seus membros e apoiadores em 6 de dezembro pedindo que se opusessem a qualquer linguagem que tivessem os combustíveis fósseis como alvo em um acordo da COP28, e observadores das negociações disseram à Reuters que algumas dessas delegações pareciam estar atendendo ao apelo.

“Acho que ainda há posições bastante arraigadas”, disse Adam Guibourgé-Czetwertyński, vice-ministro do clima da Polônia, que está chefiando a delegação do país na COP28, antes do majlis neste domingo. A Arábia Saudita, maior produtora e líder de fato da Opep, juntamente com a Rússia e outros países, argumentou que o foco da COP28 deveria ser a redução das emissões, e não acabar com fontes de combustível que as causam.

O principal enviado da China para o clima, Xie Zhenhua, disse no sábado que um acordo na COP28 só pode ser considerado um sucesso se incluir um acordo sobre combustíveis fósseis — embora ele não tenha dito se Pequim apoiaria um acordo de “eliminação gradual”.

“As posições sobre a questão são atualmente muito antagônicas, e a China está tentando encontrar uma solução que seja aceitável para todas as partes e que possa resolver os problemas”, disse ele, descrevendo a COP28 como a cúpula climática mais difícil de sua carreira.

Um texto preliminar publicado neste domingo propôs que a cúpula climática da COP29 do próximo ano seja sediada pelo Azerbaijão entre 11 e 22 de novembro. O texto precisará ser adotado pela cúpula antes de se tornar oficial.

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