Bancos digitais buscam escala, mas enfrentam desafios para lucrar nos EUA

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Os bancos digitais frequentemente erram na precificação e oferecem serviços excessivamente baratos

Os bancos digitais implementaram mudanças significativas no setor bancário, como a isenção de várias taxas de transferências, depósitos diretos e a facilidade para conseguir empréstimos. Contudo, apesar de sua grande procura, a lucratividade ainda é um desafio para essas instituições.

De acordo com o último relatório da Simon Kucher, consultoria internacional de serviços financeiros, 40% a 60% dos clientes dos bancos digitais nos Estados Unidos os escolhe como sua principal conta bancária, sendo muitos deles jovens que não geram receitas comparáveis aos baby boomers (nascidos entre 1945 e 1964).

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Desta forma, os bancos digitais acreditam que a escala é crucial para atingir a lucratividade, mas especialistas questionam se eles entenderam corretamente a relação de causa e efeito. “Os neobancos têm sido obcecados com a escala em detrimento da lucratividade, um conceito aplicado com sucesso na tecnologia ou no comércio eletrônico, mas que carece de comprovação no setor bancário”, destacou Christoph Stegmeier, sócio sênior da Simon-Kucher.

Os bancos digitais frequentemente erram na precificação e oferecem serviços excessivamente baratos ou até gratuitos. “Eles não se certificam de oferecer suas melhores ofertas para suas contas de menor preço”, acrescenta Stegmaier.

Além disso, segundo o relatório, 80% dos clientes não estão cientes das taxas normalmente cobradas, e apenas 20% são sensíveis às tarifas. Nos EUA, há mais preocupação com outras características, como o hábito de economizar. Assim, pode-se aumentar a margem compreendendo a elasticidade de diferentes clientes.

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No entanto, um desafio ao expandir no setor bancário é que os bancos digitais precisam ingressar em novas linhas de negócios. Geralmente, os neobancos oferecem produtos de poupança e cartões de débito com recursos inovadores, incorporando promessas de ausência de taxas. Assim, coletam depósitos, mas avançar para o próximo nível exige descobrir como rentabilizar esses depósitos, como por meio de empréstimos. Isso demanda o desenvolvimento de expertise em crédito e gerenciamento de riscos.

Marcus, o braço de consumo lançado pelo Goldman Sachs, demonstrou que os empréstimos não são tão simples quanto parecem. “Do ponto de vista regulatório, não é fácil construir uma proposta de empréstimo. Uma vez que você realiza empréstimos, precisa ser capaz de levantar capital, e é necessário ter gerenciamento de riscos. É um grande passo para um neobanco, mas é um passo que eles terão que dar eventualmente”, afirmou Christoph.

Como os cartões de crédito representam uma categoria crucial nos EUA, é entendível começar por aí, mas o próximo passo precisa ser tomado para pensar em lucratividade.

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