O termo “gordura magra” parece uma contradição, mas este é o apelido da chamada gordura visceral, acúmulo de gordura ao redor dos órgãos localizados na região abdominal, como o fígado, e é bastante preocupante.
Diferentemente da gordura subcutânea, que é a camada superficial logo abaixo da pele e responsável pela ‘barriguinha’ ou “pochete”, a gordura visceral se esconde atrás da parede muscular abdominal, tornando-se menos visível, mas significativamente mais perigosa.
Siga o canal da Forbes e de Forbes Money no WhatsApp e receba as principais notícias sobre negócios, carreira, tecnologia e estilo de vida
E POR QUE ISSO PREOCUPA?
Há anos, pesquisas indicam que esse tipo de acúmulo está ligado a diversas condições e problemas de saúde: colesterol alto, diabetes tipo 2, AVC, problemas de fertilidade, alguns tipos de câncer, doenças hepáticas e neurológicas. Há apenas algumas semanas, inclusive, pesquisadores da Universidade de Washington (Estados Unidos) anunciaram mais um estudo relacionando a gordura visceral ao aumento da incidência de Alzheimer.
A gordura visceral é tão nociva porque libera substâncias inflamatórias e hormônios que podem causar inflamação crônica no corpo.
COMO SABER SE TENHO GORDURA VISCERAL?
Embora estar acima do peso e ter acúmulo de gordura visível na região do abdômen sejam indicativos da sua existência, a gordura visceral pode existir também em pessoas aparentemente magras, sem barriga visível.
Homens, mulheres que já atingiram a menopausa e pessoas que consomem bebida alcoólica com regularidade têm maior risco de armazenar gordura na região abdominal.
O diagnóstico pode ser feito no consultório, por profissionais de saúde e também por você com uma fita métrica. Embora existam exames de imagem, a medida da circunferência abdominal é uma ferramenta de diagnóstico usada internacionalmente.
Homens com circunferência acima de 94cm e mulheres acima de 88cm já teriam maiores riscos – essas referências podem variar de acordo com características pessoais (como etnia), e precisam ser avaliadas junto a outros fatores.
Leia também:
Por que a sua dieta para o verão vai falhar
4 leis da alimentação para a era das redes sociais
Chá de casca de banana? Não caia na mais recente lenda urbana da perda de peso
Falso magro: a importância de entender que peso não mensura saúde
COMO SE LIVRAR DELA?
A combinação de alimentação saudável e exercícios físicos é essencial.A gordura visceral pode ser também um sinal de que outros indicadores de saúde estão desregulados e por isso é essencial o acompanhamento com profissionais.
No entanto, existem recomendações gerais propostas pela Universidade de Harvard, nos Estados Unidos e que também se aplicam à redução de gordura corporal no geral:
Ter uma alimentação saudável, rica em frutas, vegetais, grãos integrais e fontes de proteína com baixo teor de gordura
Evitar o consumo de carboidratos refinados e produtos com açúcares adicionados (pães brancos, bolos, bolachas, balas, doces, refrigerantes)
Praticar pelo menos 150 minutos de atividade física de intensidades moderada a vigorosa toda semana
Dormir, de sete a nove horas por noite
Manejar o estresse e manter relacionamentos saudáveis
Em resumo, a chave para prevenir o acúmulo de gordura visceral – e evitar diversos outros problemas de saúde – está na consistência dos seus hábitos. O verdadeiro ‘segredo’ é a persistência e o comprometimento com um estilo de vida saudável, equilibrado e consciente.
O post Os riscos da gordura visceral: a gordura que você nem sempre vê apareceu primeiro em Forbes Brasil.