Um avião jumbo, 100 profissionais de fora, efeitos especiais, comidas vegetarianas e um Beatle, ou melhor, uma lenda viva. Conversei com Luiz Guilherme Niemeyer, filho do empresário musical Luiz Oscar Niemeyer, responsável por trazer Paul McCartney ao Brasil desde 1990. “Somam-se aí mais de 26 vezes que meu pai gerenciou a vinda de Paul pra cá”, disse Luiz Guilherme, que trilha os mesmos passos do pai.
Luiz Guilherme toca a produtora Bonus Track Entretenimento ao lado do pai, a empresa responsável por alguns dos maiores shows internacionais do Brasil, como as turnês dos Rolling Stones na praia de Copacabana, shows de Roger Waters, Elton John, Beyoncé, Rihanna, Coldplay, Miley Cyrus, Sade, Bob Dylan, Eric Clapton, Stevie Wonder, além de festivais como MITA e Doce Maravilha.
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Nesta quinta-feira (7) acontece o primeiro dos três shows que Paul McCartney fará na capital paulista, no Allianz Parque. Essa é a maior turnê brasileira da história do cantor, com 8 shows em cinco cidades. Na entrevista abaixo, Luiz Guilherme divide curiosidades sobre o ex-Beatle, como a exigência de 25 toalhas de mão da cor preta em seu camarim, um catering vegetariano, tanto para ele, quanto para a produção, além da presença de 20 deficientes visuais em cada show. Confira a seguir.
Quais as maiores dificuldades de trazer nomes como Paul McCartney para o Brasil?
Os desafios são vários e passam por questões de logística, econômicas e principalmente o alinhamento de agendas – casar as datas disponíveis do artista com os estádios compatíveis com esse porte de show, se torna ainda mais difícil no meio do calendário futebolístico. Na Parte econômica temos o desafio do câmbio, que impacta diretamente na viabilidade de um projeto desta dimensão. Essa é a maior turnê de Paul no Brasil – são 8 shows em 5 cidades. Além disso, tivemos um show surpresa – para 400 fãs em Brasília.
Nunca os fãs imaginaram que ficariam tão perto dele como nessa noite. A apresentação aconteceu no Clube do Choro, uma casa bem tradicional da cidade, que recebe shows de músicos brasileiros e tem também uma escola de música. O espaço tem a assinatura de Oscar Niemeyer, inclusive.
Conte um pouco da logística de um show como este, por favor.
A logística de um show desses começa muitos meses antes. Além de um avião fretado para trazer uma equipe internacional de mais de 100 profissionais, temos também o translado de equipamentos trazidos de fora, ou de navio ou avião jumbo de carga. Equipamentos de áudio, vídeo, efeitos especiais e todos os instrumentos como o icônico piano de cauda de Paul. A produção local envolve uma equipe muito grande. Profissionais de excelência que trabalham juntos há muitos anos. Temos um time fixo que viaja toda a turnê e profissionais locais em cada cidade para produção e montagem – enquanto fazíamos o show em BH, por exemplo, o Allianz Parque já estava sendo preparado.
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E as maiores curiosidades?
Paul gosta de conhecer as cidades onde se apresenta. Em 2019, na última turnê em São Paulo, ele foi passear no Parque do Povo. Em Brasília já andou de bicicleta e em 2011, no Rio de Janeiro, saiu para velejar. Nada muito planejado – ele decide aonde vai e o que quer fazer. Além disso, Paul pede para que toda a produção do show se alimente de comida vegetariana durante o período da produção, portanto os caterings e cozinhas montadas no estádio para alimentar a equipe se restringem a comida vegetariana.
No caso do Paul, ele faz muitas exigências?
É um artista muito profissional e que conta com uma equipe que trabalha com ele há anos. Todo seu plano de segurança é feito por profissionais que o acompanham no mundo inteiro. No caso dos pedidos de camarim, ele é super tradicional e os pedidos seguem a mesma linha desde 2010.
Esse ano, ele reforçou o pedido para que nenhum dos móveis seja de couro animal ou de qualquer tecido ou estampa que imita pele animal. O mobiliário deve ter tons neutros, mas não devem ser brancos.Quer também plantas verdes “cheias” e para as flores, gérberas coloridas. Paul viaja com seu chef e a cada cidade é contratado um chef local, especializado em comida vegetariana, para suporte, além de um especialista local para fazer as compras de alimentos frescos. Claro – não podemos esquecer as 25 toalhas de mão na cor preta.
Na parte social, Paul exige que a produção leve ao menos 20 deficientes visuais em cada show. Em Brasília ele convidou jovens estudantes de música para acompanharem sua passagem de som. Esses jovens também ganharam ingressos Premium para assistirem o show.
Qual o valor de um show como este?
São números relevantes, que envolvem muitos milhões de dólares. Porém, todos os contratos com artistas têm cláusula de confidencialidade, e dessa forma também não divulgamos valores totais de produção.
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