Durou pouco, mas foi um recorde histórico. Na madrugada da segunda-feira (4), a onça-troy (31,1 gramas) do ouro em Nova York foi negociada por US$ 2,1 mil, um recorde histórico para o metal. Mais tarde na segunda-feira os preços recuaram para US$ 2,03 mil por onça-troy, queda de 2% ante a véspera. As fortes oscilações, porém, indicam que o mercado de ouro deverá seguir instável pelos próximos dias. E, para os especialistas de mercado, tudo indica que o recorde poderá ser superado nos próximos dias.
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O que está provocando essa alta são dois motivos. Por um lado, a convicção crescente entre os investidores de que os juros americanos deverão começar a recuar ainda no primeiro semestre de 2024. Entre março de 2022 e julho deste ano, o Federal Reserve (FED), o banco central americano, elevou os juros referenciais nos Estados Unidos de zero para a faixa atual entre 5,25% e 5,50% ao ano. Esse endurecimento da política monetária, o mais abrupto desde os anos 1980, destinou-se a debelar uma inflação persistente, que chegou a 9,9% nos 12 meses até junho de 2022.
A inflação americana segue acima da meta. Na quinta-feira, dia 30 de novembro, o Bureau of Economic Analysis divulgou que o Personal Consumption Expenditures (PCE) nos 12 meses até outubro havia registrado uma inflação de 3,0%. O “núcleo” do PCE, que exclui os preços mais voláteis dos alimentos e da energia, registrou uma variação de 3,5% em 12 meses.
Apesar de o percentual ainda estar bastante acima da meta do FED, que é de 2%, o resultado foi interpretado pelo mercado como um sinal de que a inflação está sob controle. Isso pode justificar, na avaliação dos investidores, o começo de um processo de corte dos juros pelo FED ainda no primeiro semestre de 2024. Nesse cenário, o ouro, assim como as criptomoedas e as ações do setor de tecnologia atraem recursos dos investidores.
Tensão geopolítica
Os preços subiram durante dois meses consecutivos, com o conflito entre Israel e a organização extremista muçulmana Hamas elevando a demanda por um ativo seguro, especialmente por investidores do Oriente Médio. O ouro tende a ter um bom desempenho durante períodos de incerteza econômica e geopolítica devido à sua condição de reserva de valor confiável.
“Isso fortalece a demanda pelo metal como um investimento seguro”, diz Anthonio Araujo, CEO da holding Smart Business. Segundo ele, “nos próximos dias, o preço do ouro provavelmente continuará sendo moldado pelas tensões geopolíticas e pela política monetária dos EUA, com especulações sobre cortes nas taxas de juros”.
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Esse movimento vem sendo reforçado pela demanda dos bancos centrais, que são grandes investidores-âncora no metal. De acordo com uma pesquisa recente do Conselho Mundial do Ouro, 24% de todos os bancos centrais pretendem aumentar as suas reservas de ouro nos próximos 12 meses, à medida que se tornam cada vez mais pessimistas em relação ao dólar americano.
O post Ouro bate recorde em Nova York e não deve parar por aí apareceu primeiro em Forbes Brasil.