Depois de o presidente da BGS (Berkeley Global Society), organização internacional da universidade americana, ter vindo ao Brasil participar da premiação Mulheres Inspiradoras do Ano, os papéis se inverteram. Na tarde de sábado (2), Geovana Quadros, fundadora do grupo de networking feminino que reúne mais de 600 lideranças, premiou duas jovens advogadas durante a festa de gala anual da BGS em Paris. “O movimento agora é global. É muito importante ver mulheres da Amazônia ocupando esses espaços”, disse Geovana, que é natural de Belém do Pará.
A amazonense Thaís Cohen Chalub e a paquistanesa Ramla Baig foram homenageadas com o selo Inspiring Woman of the Year por sua atuação socioambiental dentro e para além dos limites dos seus países de origem.
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A organização sem fins lucrativos vinculada à Universidade da Califórnia, Berkeley, conecta profissionais jurídicos formados pela faculdade, que está entre as melhores do mundo, com colegas do mundo todo, e hoje está presente em mais de 100 países.
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Conheça as premiadas:
Thaís Cohen Chalub
A advogada amazonense tem levado as discussões em torno da sustentabilidade na Amazônia para além dos limites do seu estado – e do Brasil.
Como presidente da Comissão de Créditos de Carbono da Ordem dos Advogados do Brasil na Seccional do Amazonas, lidera esforços em relação à regulação e promoção de práticas sustentáveis na região.
Também ocupa uma posição executiva na Future Carbon Group, empresa que atua pela descarbonização, além de dar consultoria jurídica por meio do escritório que fundou.
Thaís é formada em direito pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e mestre pela Universidade da Califórnia, em Berkeley, onde também fez especialização em “Business in Law”. Hoje, ainda é membro executivo da Berkeley Global Society, onde compartilha insights e promove diálogos sobre questões ambientais.
Ramla Baig
A paquistanesa é advogada e ativista pelos direitos humanos. Baig cofundou uma plataforma digital que conecta advogados e cidadãos de todo o Paquistão para consulta e representação jurídica gratuita.
Seu trabalho é focado na conscientização e educação jurídica como meio para melhores tomadas de decisão, especialmente para meninas e mulheres paquistanesas.
Também tem uma carreira voltada para transações comerciais internacionais e apresenta um programa de televisão nacional focado nos direitos legais dos paquistaneses.
Mulheres que representam mais de R$ 50 bilhões
Em março, o presidente da BGS, Audin Gonzalez, entregou em mãos o prêmio Mulheres Inspiradoras para 20 mulheres, incluindo a presidente da Microsoft, Tânia Cosentino, e a CEO da P&G na América Latina, Juliana Azevedo.
Na ocasião, Geovana Quadros, que criou o grupo em 2015, anunciou uma parceria com a ONU Mulheres. O objetivo é reduzir a desigualdade de gênero, melhorando o acesso ao trabalho e impulsionando a liderança feminina nas empresas.
O grupo nasceu depois que a empreendedora lançou o livro “Dicas de Mulheres Inspiradoras”, que contava histórias de 38 grandes lideranças brasileiras, como Chieko Aoki, fundadora e CEO do Blue Tree Hotels, Patricia Moraes, à época diretora do JP Morgan, e Luiza Helena Trajano, hoje presidente do conselho do Magazine Luiza. “Não conhecia ninguém em São Paulo e essas mulheres foram abrindo as portas”, lembra Geovana.
A executiva, que atuou como diretora de grandes empresas brasileiras liderando sua internacionalização, começou a perceber como era importante estar rodeada de outras mulheres. “Conforme subia na carreira, os espaços eram cada vez mais masculinos.”
E foi incentivada pelas executivas que conheceu a organizar encontros e momentos de networking, em uma época em que havia poucas iniciativas voltadas a mulheres e negócios.
Hoje, ela se dedica totalmente ao Mulheres Inspiradoras, rede que reúne lideranças que, juntas, somam mais de R$ 50 bilhões em faturamento. Em novembro, promoveu um fórum de CEOs, com discussões sobre inovação, liderança e carreira, além de momentos de descontração e conexão. “São CNPJs muito fortes, mas a conexão é no CPF”, diz a fundadora.
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