A produção de soja da Argentina em 2023/24 pode superar as safras recentes graças às chuvas abundantes que devem irrigar os campos nos próximos meses, estimuladas pelo fenômeno climático conhecido como El Niño, disse um meteorologista na quinta-feira (30).

A Argentina foi por muito tempo o maior exportador mundial de óleo e farelo de soja, mas uma seca histórica fez com que ela passasse para o segundo lugar, atrás do Brasil.

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No entanto, o El Niño, que intensifica as chuvas na principal região agrícola da Argentina, deve fazer com que a safra 2023/24 volte aos níveis normais ou até mais altos, disse German Heinzenknecht, meteorologista da CCA (Consultoria de Climatologia Aplicada).

“Os efeitos do El Niño foram um pouco lentos no início para a região agrícola central, mas agora estão mostrando sinais mais promissores”, disse Heinzenknecht.

“Podemos esperar por uma temporada com resultados muito melhores em comparação com os últimos cinco anos”, acrescentou, explicando que a precipitação média a acima da média era esperada até março.

Entre as safras 2018/19 e 2021/22, a produção de soja da Argentina variou de 43,1 milhões de toneladas métricas a 54,5 milhões de toneladas, de acordo com a Bolsa de Cereais de Buenos Aires. Na última temporada, no entanto, a produção caiu drasticamente para apenas 21 milhões de toneladas devido à seca.

A safra de soja da Argentina nesta temporada está estimada em 50 milhões de toneladas, segundo a Bolsa de Cereais de Rosário.

Após chuvas esparsas na quarta-feira, espera-se mais chuvas na sexta-feira, seguidas de um breve período de seca que dará aos agricultores tempo para plantar suas safras, disse Heinzenknecht.

“Chuvas generalizadas são vistas novamente em toda a região dos Pampas, com a maior concentração de precipitação atingindo parte da área agrícola central, chegando a 30, 40 milímetros”, disse ele.

Os agricultores argentinos estão concluindo o plantio da safra de soja precoce e iniciando o plantio de milho tardio.

“A soja do primeiro ciclo será plantada com níveis muito bons de reservas de umidade“, disse Heinzenknecht.

Embora as chuvas do El Nino possam causar excesso de umidade em áreas isoladas, isso não deve afetar a safra em nível nacional, acrescentou.

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