Como a TCL pretende consolidar de vez seus smartphones no Brasil

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Modelo da linha “40 NXTPAPER”, disponível no varejo brasileiro por R$ 1.499

A TCL Electronics, avaliada em U$ 38,8 bilhões globalmente, está no mercado tecnologia há 43 anos. No Brasil, a empresa é reconhecida por aparelhos eletrodomésticos, principalmente televisões. Mas, agora, com o lançamento de uma linha de smartphones, o novo objetivo da marca no país é expandir os negócios da linha mobile.

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A aposta da empresa é a tecnologia “NXTPAPER“, tela que propõe ao público uma experiência semelhante ao papel — com sensores de luz ambiente, baixa luz azul e uma textura fosca que não permite reflexos de luz externa.

Entretanto, de acordo com um levantamento da Hibou, feito a pedido da Forbes Brasil, 84% do público brasileiro não pretendem comprar um novo smartphone nos próximos meses — o que pode tornar a tarefa da TCL ainda mais complexa.

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Em entrevista à Forbes Brasil, Marcelo Perin, diretor comercial da TCL Mobile Brasil, compartilha as estratégias da marca para enfrentar os desafios do mercado nacional de smartphones.

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Marcelo Perin é diretor comercial da TCL Mobile Brasil há um ano

Forbes Brasil: Qual é o momento da TCL no Brasil? Como surgiu o interesse em investir na linha mobile?

Marcelo Perin: A TCL é uma empresa que não se caracteriza por ser monoprodutora. Fora do Brasil, por exemplo, já disponibilizamos uma gama completa de produtos de tecnologia para o consumidor final. Agora, com a joint venture entre a TCL e a SEMP, temos a oportunidade de trazer para o mercado brasileiro mais diversidade de produtos, como a linha de celulares.

Um fator determinante para tentar mais uma vez conquistar o público brasileiro com os nossos smartphones foi a tecnologia NXTPAPER, pois precisávamos de um diferencial relevante no ponto de venda, algo que fizesse o consumidor optar pelo nosso produto. 

FB: Além da tela NXTPAPER, quais são as ações da marca para estabelecer a linha mobile no mercado brasileiro? 

MP: A TCL tem uma cultura de apoiar esportes e atletas pelo mundo. Felizmente, o Brasil está vivendo um momento positivo no futebol, com times brasileiros ganhando grandes campeonatos nos últimos anos. Considerando esse relacionamento e a nossa intenção de pulverizar nossos produtos, nós seremos patrocinadores da Copa Libertadores pelos próximos três anos.

FB: A TCL é uma investidora assídua em patentes e P&D em outros países, principalmente na China  — sede da empresa. A companhia pretende trazer essa característica para o Brasil? 

MP: Na minha perspectiva, uma empresa que não tem uma área de pesquisa e desenvolvimento estabelecida está fadada a ser seguidora. Como seguidora, ela terá que brigar pela segunda colocação e, eventualmente, apenas para sobreviver — o que já observamos que não deu certo no passado.

A área de P&D da TCL é muito forte, com bilhões de dólares investidos anualmente, e conta com duas ramificações principais: industrial e desenvolvimento. Dentro de desenvolvimento está a fábrica de telas, a segunda maior do mundo, fornecedora de várias empresas concorrentes. E, claro, foi nela que criamos a tecnologia NXTPAPER.

É verdade que os centros mais fortes ficam na China, isso acontece por uma questão de escala. Porém, já temos um grande centro de P&D em Cajamar, no interior de São Paulo, onde pesquisadores e engenheiros adaptam os produtos e tecnologias da TCL Global para a realidade brasileira.

FB: Marcas de tecnologia para o consumo começaram a investir em tendências de outros mercados para seus produtos. Como você enxerga esse movimento e quais são os planos da TCL para continuar inovando em um contexto cada vez mais volátil?

MP: As pessoas querem comodidade, mas não querem ser iguais. Entender isso foi muito importante para TCL.  Mas é preciso ter cuidado, porque produtos diferentes custam mais caro e, consequentemente, para conquistar os consumidores, é preciso ter uma marca muito forte. Embora a TCL não esteja nesse patamar, nosso plano é chegar lá.

Agora, quando o assunto são novas tecnologias, eu garanto que as áreas que mais vão inovar nos próximos anos são: baterias e telas. Afinal, ninguém mais quer um smartphone que não dure o dia inteiro e não ofereça possibilidades para uma visualização mais confortável.

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