Entenda por que o agro brasileiro está com a Nasa rumo a Marte

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EvgeniyShkolenko/Guettyimages

Colaboração com a Nasa,q e prepara viagem a Marte, pode ajudar a resolver desafios atuais

No início desta semana, na terça-feira (21), a presidente da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), Silvia Massruhá, e o presidente  da AEB (Agência Espacial Brasileira), Marco Antônio Chamon, assinaram um protocolo de intenções  sobre a participação do Brasil no Programa Artemis, da Nasa, a agência espacial norte-americana, que reúne projetos de colaboração internacional. Mas por que o agro brasileiro está em busca desse tipo de colaboração?

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O Brasil é um dos 27 países signatários da parceria para implantação de uma base lunar e que faz parte de um projeto maior de preparação para uma futura missão a Marte. O acordo foi firmado em setembro passado e partir de agora a Embrapa vai atuar como provedora de dados, tecnologias e produtos que serão usados na conquista do espaço e também no dia a dia da sociedade brasileira. De acordo com a Embrapa, a iniciativa pode gerar oportunidades que contribuam com a superação de desafios, como o das mudanças climáticas, novas formas de produção, como fazendas verticais e cultivares com características que atendam aos novos mercados.

A iniciativa é considerada um marco para a pesquisa agrícola e para a pesquisa espacial no pa00ís. “A Embrapa se preparou para este momento em que novas parcerias para o futuro se fortalecem”, diz a presidente Silvia. “A pesquisa agropecuária traçou uma trajetória de 50 anos que agora pode alçar novos horizontes, além do papel de referência em agricultura tropical no mundo. E participar do projeto Artemis representa esta nova visão”.

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De acordo com o presidente da AEB, a instituição criada há 30 anos se estruturou para o cenário mundial à época, mas o futuro aponta para outras direções. “A AEB estava focada na produção de foguetes, satélites e tecnologias de sensoriamento remoto, mas é preciso avançar e usar os dados que são gerados na busca por outros horizontes para o desenvolvimento do programa espacial brasileiro”, afirma Chamon. “A parceria com a Embrapa, neste projeto, é a esperança de novas descobertas que trarão benefícios para a sociedade.”

Construção de parceria para o futuro

Quem pavimentou a parceria firmada foi a pesquisadora Alessandra Fávero, responsável pela articulação sobre do projeto com a AEB com a Nasa. “Desde que o Brasil assinou o Acordo Artemis, em 2021, e os objetivos publicados em 2022, sendo alguns deles relacionados ao cultivo de plantas no espaço, vislumbrou-se a oportunidade de a Embrapa contribuir com avanços em pesquisa agrícola”, conta Alessandra. “Assim, levei a ideia de Space Breeding e Space Farming à gestão da Embrapa Pecuária Sudeste, que apoiou o avanço de articulações sobre a temática junto a pesquisadores da Embrapa Agroenergia, Instrumentação, Hortaliças, Agroindústria Tropical e Soja, bem como de diversas instituições de pesquisa e universidades e a Agência Espacial Brasileira.” A Embrapa Pecuária Sudeste fica localizada em São Carlos (SP).

No decorrer de 2023, a partir da parceria entre Embrapa e AEB, foi consolidada uma rede de pesquisa com 12 instituições e mais de 30 pesquisadores, com o objetivo de avançar no desenvolvimento de sistemas de produção e adaptação das culturas de batata-doce e grão de bico, espécies consideradas opções de base alimentar para humanos em condições fora da Terra.

A proposta é que as pesquisas avancem na adaptação de culturas, assim com a Nasa vem estudando, desde o plantio em ambientes fechados até a qualidade nutricional dos alimentos, incluindo, entre outros aspectos, adequação de soluções nutritivas em hidroponia e aeroponia (cultivo que mantém as plantas suspensas no ar, apoiadas pelas raízes).

“Acredita-se que, além do avanço das pesquisas a serem usadas no cultivo no espaço, muitos resultados em benefício à sociedade poderão ser obtidos, como novas cultivares e tecnologias para auxiliar na superação de desafios como o de mudanças climáticas ou novas formas de sistemas de produção, como as fazendas verticais”, diz Alessandra. Também foi formalizado o apoio a pesquisas em agricultura espacial, envolvendo AEB, Embrapa e Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Especiais), com a participação em fóruns no Brasil e no exterior, e internamente, na Embrapa, a criação de um grupo de trabalho para tratar o tema a partir da ruptura de modelos e tecnologias tradicionais. (Com Embrapa)

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