O Ibovespa opera em alta de 0,45% na abertura do pregão de hoje (22), a 126.189 pontos perto das 10h10, horário de Brasília. O noticiário segue girando em torno das decisões monetárias feitas no Brasil e nos Estados Unidos. A ata do Federal Reserve divulgada na tarde de terça-feira trouxe preocupação para os investidores de todo o mundo, enquanto o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reforçou novos cortes nos juros brasileiro nos próximos meses.

O dólar recuava 0,18% ante o real por volta das 10h10. A moeda era negociada a R$ 4,8891.

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O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou na noite desta terça-feira que é difícil dizer onde o ciclo de redução da taxa básica Selic vai terminar, mas reforçou que o corte de 0,50 ponto percentual é o apropriado para as duas próximas reuniões de política monetária, em dezembro e em janeiro.

“Agora iniciamos o processo de cortes das taxas. É difícil dizer a você onde isso vai terminar, creio que isso depende de vários diferentes fatores, mas acho que o Brasil está fazendo certo. Estou confiante de que seremos capazes de estabilizar a inflação”, afirmou Campos Neto durante entrevista ao canal asiático da Bloomberg TV.
Na manhã desta quarta-feira, ele afirmou que a volatilidade dos preços globais dos alimentos tende a ser grande daqui para frente, citando os efeitos de desastres naturais sobre a produção.

Em café da manhã organizado pela Frente Parlamentar pelo Livre Mercado, em Brasília, Campos Neto disse também que há “dúvida” sobre a trajetória futura dos preços do petróleo em meio a conflitos geopolíticos, mas ponderou que, até o momento, o mercado da commodity “resistiu bem” às tensões.

O presidente da autoridade monetária também apontou que bancos centrais de vários países têm indicado que as taxas de juros ficarão elevadas por mais tempo e que isso traz dificuldades para o processo de redução de juros iniciado no Brasil.

Mercados internacionais

Após 45 dias de conflitos, Israel e a organização extremista islâmica Hamas concordaram em um cessar-fogo de pelo menos quatro dias nas hostilidades na Faixa de Gaza. O objetivo da trégua é permitir a troca de um mínimo de 50 reféns mantidos pelo Hamas por cerca de 150 palestinos detidos em Israel.

Além de seu aspecto humanitário, a notícia reduz a tensão nos mercados internacionais de commodities. O barril do petróleo do tipo Brent, referência para o mercado europeu e para a Petrobras, está sendo negociado em Londres a US$ 81,48, queda de 1,2% em relação à véspera.

Apesar de não representar o fim das hostilidades, um cessar-fogo reduz bastante a probabilidade (até agora baixa) de uma escalada no conflito, o que poderia fazer disparar os preços do petróleo.

Nos Estados Unidos, os investidores seguem digerindo a ata do Federal Reserve divulgada na tarde de quarta-feira. No documento, as autoridades do Fed concordaram em sua mais recente reunião de política monetária que poderão adotar uma abordagem cautelosa para a taxa básica de juros dos Estados Unidos à frente, e que só precisarão aumentá-la “se” as
informações recebidas mostrem progresso insuficiente na redução da inflação.

“Todos os participantes concordaram que o Comitê (Federal de Mercado Aberto) estava em posição de proceder com cautela”, afirmaram as autoridades.

Por lá, as expectativas ficam em torno dos dados de seguro-desemprego do país, antes do tão esperado Dia de Ação de Graças, que acontece na quinta-feira (23).

Na Ásia, as ações da China caíram e o mercado de Hong Kong teve pouca alteração nesta quarta-feira já que os
investidores aguardavam mais estímulos para a economia chinesa, que está lutando para voltar a se firmar.

O governo do Japão reduziu nesta quarta-feira sua visão sobre a economia para novembro, em seu primeiro rebaixamento
em dez meses, já que a demanda fraca pesou sobre os gastos de capital e as despesas do consumidor.

As autoridades também reduziram sua visão sobre as despesas de capital pela primeira vez desde dezembro de 2021, dizendo que o ritmo da recuperação estava “pausando”.

A nova avaliação do gabinete veio depois que dados da semana passada mostraram que a economia encolheu no período de julho a setembro pela primeira vez em três trimestres, à medida que a demanda diminui.

“A economia está se recuperando moderadamente, embora algumas áreas tenham mostrado um impasse recentemente”, disse o relatório publicado pelo gabinete do governo nesta quarta-feira. Foi a primeira vez que o governo piorou sua opinião sobre a economia em geral desde janeiro.

O Hang Seng, de Hong Kong, fechou estável; e o BSE Sensex, de Mumbai, fechou o dia em alta de 0,14%. Já na China continental, o índice Shanghai perdeu 0,79%; e no Japão, o índice Nikkei avançou 0,29%.

(Com Reuters)

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