Como a tecnologia em constante evolução impacta o uso do automóvel

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Foto: divulgação

Veículo autônomo da Waymo projetado em parceria com Zeekr

Estamos prestes a observar uma mudança de grande magnitude na tecnologia automotiva. Hoje, as formas de entretenimento e de uso de celular, comuns entre as pessoas minimamente conectadas, começam a fazer parte do passado. Esses recursos são uma pequena parte do que poderemos ver no futuro próximo. A recém-lançada tecnologia 5G tende a introduzir possibilidades como veículos autônomos, comunicação entre os automóveis, interação de carros com as seguradoras, rodovias, concessionários etc.

Os ganhos em segurança são inegáveis. Imagine, por exemplo, um acidente em uma estrada após uma curva fechada. Toda conectada, essa via impedirá que novos acidentes aconteçam. Ou a possibilidade de diferenciar seguros em função das maneiras de dirigir de cada motorista, ou, por fim, a capacidade de seu veículo avisar ao concessionário que a pastilha de freios deverá ser trocada em duas semanas. A tecnologia vai acionar o fornecedor, agendar o serviço e disparar uma mensagem para seu celular com as informações necessárias.

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A velocidade vinte vezes maior do que a tecnologia 4G, o menor tempo de transferência de um pacote de dados e o envio de informações e recebimento de dados ao servidor local tornarão a internet ainda melhor e com mais qualidade, permitindo que novas tecnologias funcionem melhor na aplicação da Internet das Coisas (IoT) mais prática.

Para isso, investimentos deverão ser feitos para construir uma nova infraestrutura. Não basta um celular 5G para tudo acontecer. Estima-se que 20% dos investimentos em 5G serão destinados, direta ou indiretamente, à indústria automotiva.

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Os novos equipamentos obrigatórios por lei serão uma realidade a partir de 2024 e trarão a obrigatoriedade do teste de impacto lateral, do alerta de colisão, de repetidores laterais de seta, do alerta de cinto de segurança solto, de luzes de rodagem diurna e do controle de estabilidade.

E outros a serem incluídos gradativamente até 2030, como a proteção de impacto ao pedestre, câmera ou sensor sonoro de ré e a proteção para impacto lateral contra postes. Vale ressaltar também que esses equipamentos elevarão o preço médio do veículo nacional, que, em março, era de R$ 150.893,27, segundo a Jato do Brasil.

Outro tema refere-se aos carros elétricos. Para mim, o Brasil ainda não está preparado para eles. Isso não significa dizer que não sejam o futuro. Ano a ano, observamos um aumento expressivo de veículos eletrificados no Brasil, atingindo participação próxima a 3,5% do mercado nacional.

Infelizmente, estamos defasados de dois a quatro anos em relação à Europa, onde a presença dos elétricos é de 12% do mercado. Portanto, não vamos pensar que nossas ruas serão tomadas por elétricos no curto prazo. Ainda falta muito, desde a legislação para tratar do assunto, passando por uma infraestrutura adequada até chegar na ampliação dos investimentos, hoje concentrados nas grandes cidades.

 

*Milad Kalume Neto é Diretor de Desenvolvimento de Negócios da Jato Brasil.

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