O mercado de automóveis de luxo no Brasil representa, atualmente, 2% das vendas totais de veículos. São aproximadamente 40 mil unidades emplacadas ao ano em um universo de 2 milhões de automóveis comercializados em todos os segmentos.
Sempre reconhecido como símbolo de exclusividade, sucesso e inovação tecnológica, o segmento presenciou nos últimos anos uma evolução ainda mais acelerada, pautada pela introdução de carros elétricos e híbridos, além de recursos como sistemas avançados de assistência ao motorista, conectividade e entretenimento a bordo.
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Embora seja um dos seus mais importantes atributos, o alto nível de tecnologia embarcada nos automóveis de luxo foi, paradoxalmente, o maior desafio enfrentado pelo setor nos últimos anos. O severo impacto causado pela pandemia nas cadeias globais de produção, notadamente na de semicondutores, causou enorme crise de abastecimento, que culminou em prazos de espera muitas vezes superiores a um ano para alguns produtos.
Como mercado de nicho, o segmento de carros de luxo tem grande potencial de crescimento no Brasil. Alguns fatores que contribuem para isso são o aumento da renda da população e o surgimento de novas classes de clientes, derivado das mudanças nos hábitos dos consumidores e da crescente relevância da sustentabilidade, bem como a criação de produtos de mobilidade como serviço.
Segundo o relatório “Global Wealth Report”, publicado pelo banco Credit Suisse, em 2022, a quantidade de milionários no Brasil tem crescimento projetado em 115% até 2026, passando dos atuais 266 mil para 572 mil nesse período.
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Além disso, até 2030, a proporção de lares classe A no país deverá subir de 2,8% para 3,7%, como mostra o estudo “Classes de Renda e Consumo no Brasil”, da Tendências Consultoria, também de 2022. O mesmo levantamento indica perspectiva de migração lenta, mas contínua, de parte da população das classes D e E para a classe média, fortalecendo a expectativa geral de renda e consumo no país.
A mobilidade como serviço, ao promover a utilização dos automóveis sem a necessidade de imobilização de capital e simplificando a experiência de posse, é definitivamente outro grande vetor de crescimento do segmento de luxo.
Os mercados de assinatura, no qual o cliente pode usufruir de um veículo pagando mensalmente por um período de um a três anos, ou de compartilhamento, com o uso por hora ou até mesmo por minutos, são exemplos de iniciativas nesse sentido.
Em síntese, o cenário de automóveis de alto nível no Brasil vive um momento de transformação e adaptação às mudanças tecnológicas e de comportamento dos consumidores. Sendo a indústria do luxo tradicionalmente pioneira nas mudanças, as perspectivas de futuro não poderiam ser melhores.
*João Henrique Garbin de Oliveira, Presidente da Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores (Abeifa).
(Reportagem publicada na edição especial LifeMotors, acessível no aplicativo na App Store e na Play Store, no site da Forbes e na versão impressa).
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