Uma rara Ferrari de 1962 foi vendida por US$ 47 milhões (R$ 228,7 milhões) em um leilão realizado em Nova York na última segunda-feira (13). Trata-se de uma 330 LM convertida para 250 GTO, que ficou aquém da estimativa de US$ 60 milhões (R$ 291,9 milhões), mas estabeleceu um novo recorde para uma Ferrari vendida em leilão.
Veja fotos da Ferrari 250 GTO mais cara já leiloada:
A venda, que chegou a US$ 51,7 milhões (R$ 251,5 milhões) incluindo taxas, não quebrou contudo o recorde histórico de um carro vendido em leilão, título ainda detido pela venda de um Mercedes 300 SLR Uhlenhaut Coupe em 2022 por US$ 143 milhões (R$ 695,8 milhões). O recorde da Ferrari mais cara – outra 250 GTO, vendida de forma privada em 2018 por US$ 78 milhões (R$ 379,5 milhões) – também permanece.
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Descrito pela casa de leilões RM Sotheby’s como “The One”, o exemplar recém-leiloado é o único da linhagem GTO que pertenceu à própria Scuderia Ferrari. Todos as outras unidades da 250 GTO foram vendidas a e pilotadas por outras equipes de automobilismo.
Esse carro também é especial porque, embora não tenha nascido como um 250 GTO, começou como um 330 LM que mais tarde foi convertido para a cobiçada especificação 250 GTO. A RM Sotheby’s explica: “O chassi número 3765 é o único exemplar Works GTO que foi originalmente equipado com um motor de 4 litros. Este motor foi construído com a arquitetura Colombo, mas com uma cilindrada aumentada para quase quatro litros, e nesta versão em particular foi convertido para lubrificação por cárter seco e ajustado com carburadores e árvores de comando especiais.”
Somando-se à importância deste carro está sua história nas corridas. O chassi 3765 venceu em sua categoria e terminou em segundo lugar na geral dos 1.000 km de Nürburgring de 1962. Também competiu nas 24 Horas de Le Mans desse mesmo ano, onde foi pilotado por Mike Parkes e Lorenzo Bandini, mas não conseguiu terminar.
O carro foi então vendido pela Ferrari e seu motor foi trocado por uma unidade de 3 litros com transmissão de cinco marchas, convertendo-o efetivamente para a especificação 250 GTO. Com esse aspecto, o carro terminou em segundo lugar no campeonato siciliano de subida de colina de 1965.
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O carro mais tarde foi propriedade de Fred Leydorf, presidente do Ferrari Club of America (FCA), que supervisionou a restauração completa do veículo, que ganhou o FCA Platinum Award, seguido pelo segundo lugar na classe 250 GTO do Pebble Beach Concours d’Elegance de 2011, entre outros 22 GTOs. O carro então ganhou o Best of Show no Amelia Island Concours d’Elegance naquele mesmo ano, e mais tarde participou da turnê do 60º aniversário do modelo 250 GTO em setembro de 2022.
Antes do leilão de segunda-feira, o chassi 3765 foi visto recentemente em público no gramado da Casa Ferrari do Pebble Beach Concours d’Elegance, em agosto.
Agora em novas mãos, o 330 LM/250 GTO passou os últimos 38 anos com um único proprietário, um período “caracterizado por uma manutenção diligente e meticulosa”, na avaliação da RM Sotheby’s.
A casa de leilões ainda acrescentou: “Este GTO verdadeiramente notável é nada menos que uma lenda. É conhecido por ser o único exemplar usado pela própria Scuderia Ferrari em suas inúmeras campanhas no automobilismo internacional. Elegível para grandes eventos em todo o mundo, incluindo Le Mans Classic, oferece ao seu próximo proprietário mais diversão em passeios ou corridas vintage, ou exibição em grandes concursos de elegância e encontros de marcas em todo o mundo.”
*Jornalista automotivo e de tecnologia que escreve para a Wired UK e a para a BBC e tem uma paixão de longa data por tudo sobre quatro rodas.
(Traduzido por Rodrigo Mora).
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