O GP São Paulo de F1 foi marcado por mais uma vitória de Max Verstappen no ano que já entrou para a história da categoria pela sequência de triunfos de um mesmo piloto. Agora, o holandês chegou a 17 conquistas e segue ampliando o recorde – que pode chegar a 19 se ele vencer novamente as duas provas finais do ano, em Las Vegas e Abu Dhabi.
Lando Norris bem que tentou incomodar o piloto da Red Bull no começo da prova, mas o máximo que conseguiu foi o segundo lugar com sua McLaren. Já Fernando Alonso brilhou ao subir no pódio depois de defender sua terceira colocação na última volta de forma inteligente contra os ataques de Sergio Perez, companheiro de Verstappen na Red Bull.
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Os três também surpreenderam ao mostrar que, como pilotos, preferem muito mais o tempo dedicado ao esporte acelerando os carros nas pistas do que a excessiva exposição gerada principalmente após a gestão norte-americana da Liberty Media, que adquiriu a F1 no final da década de 2010.
Com o estilo mais “americanizado” de show, bastante reconhecimento de público com a série “Drive to Survive” do Netflix e bastante espaço nas redes sociais, este repórter perguntou aos três se este novo tipo de gestão agradava a eles ou se preferiam focar apenas na parte de pilotagem.
A resposta de Verstappen logo de cara foi surpreendente. “Provavelmente sou um pouco mais antiquado nesse aspecto. Gostaria que as mídias sociais nunca tivessem existido”, disse, com uma reação imediata dos pilotos, que causou até um certo espanto. “Liberdade de expressão, certo?”, completou.
Fernando Alonso, porém, concordou com o atual tricampeão da F1. “De fato, prefiro estar muito mais concentrado nas corridas e não no que se passa fora ou na série. Nunca vi nada desse Drive to Survive, nem mesmo a primeira temporada ou algo do gênero, nunca vi nenhum episódio. Você viu?”, perguntou ao holandês.
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Verstappen respondeu fazendo um trocadilho com o nome da série em inglês. “Você dirige para sobreviver? Eu dirijo para me divertir”, disse, ao que Alonso respondeu. “Aos sábados, sim”, disse Fernando, arrancando gargalhadas na plateia de jornalistas, brincando com o fato de que na classificação ele tem sempre que “sobreviver” para ficar entre os dez melhores.
O espanhol já havia sido um crítico do formato atual do momento “pré-corrida” e seguiu sua explicação sobre o tema.
“As voltas de desfile ou apresentações e coisas do gênero antes de um GP nem sempre estão em nossa preparação dos sonhos antes de uma corrida. Então, tentamos equilibrar. Sabemos que isso é importante para o esporte, mas acho que os pilotos, as equipes e até mesmo vocês da mídia têm uma temporada muito longa, com muitas viagens, e nós só queremos correr, é isso que amamos, mas o pacote externo às vezes é um pouco demais, mas entendemos isso”, completou.
Mais jovem entre os três primeiros colocados ontem – e talvez alguém que pudesse ser o defensor das redes sociais na conversa, Lando Norris acabou indo em um discurso parecido com Verstappen e Alonso.
“Para ser sincero, eu concordo com o que eles pensam, nada muito diferente. Eu assisti, acho, ao primeiro episódio em que participei, que foi no final da primeira temporada, e foi só isso. Foi tudo o que eu vi. A questão é que, quando você sabe tudo o que acontece, é bom quando eles fazem você parecer bom, mas às vezes também fazem você parecer ruim. E é como a verdade real no final do dia. Ainda é um show, é para entreter as pessoas. Não está lá para fornecer talvez as coisas mais honestas sobre tudo. Eu sei, é para o negócio, certo? É um negócio, a F1 é um entretenimento. Por mais que eu não faça isso por entretenimento: eu só quero pilotar e por isso que estou aqui”, diz.
O post Max Verstappen: gostaria que as mídias sociais nunca tivessem existido apareceu primeiro em Forbes Brasil.