Ibovespa volta a 120 mil pontos com inflação abaixo do esperado

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O Ibovespa recuperou o fôlego nesta sexta-feira (10) e voltou a atingir os 120.629 mil pontos, registrando uma alta de 1,28%. Esse desempenho foi influenciado pelo otimismo nas bolsas americanas e pelos dados da inflação oficial do país, que ficaram abaixo das expectativas do mercado. Por sua vez, o dólar encerrou o pregão em queda de 0,51%, negociado a R$ 4,91.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) desacelerou sua alta em outubro, subindo apenas 0,24%, em comparação com o aumento de 0,26% do mês anterior. Esse foi o quarto mês consecutivo de taxa positiva, porém, o resultado ficou aquém das expectativas da pesquisa da Reuters, que previa um avanço de 0,29%. Essa desaceleração se deveu principalmente à queda nos preços da gasolina, que compensou o aumento nas passagens aéreas. A taxa de inflação em 12 meses também perdeu força, reforçando a tendência recente de controle da inflação no país.

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No cenário internacional, os principais índices de Wall Street encerraram o dia em alta, com o S&P, Dow Jones e Nasdaq registrando valorizações de 1,53%, 1,15%, e 2,05%, respectivamente. Isso ocorreu enquanto os investidores analisavam o discurso rígido do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, e aguardavam os dados econômicos da próxima semana para obter mais insights sobre a política monetária.

No âmbito das empresas brasileiras, os investidores continuam a reagir aos resultados dos balanços. Entre as ações com maior peso no Ibovespa, destacam-se as maiores quedas de Bradesco (BBDC4), Lojas Renner (LREN3) e Locaweb (LWSA3), todas afetadas pelos resultados abaixo das expectativas de mercado.

O Bradesco registrou um lucro líquido de R$ 4,62 bilhões no terceiro trimestre, representando uma queda de 11,5% em comparação com o mesmo período do ano anterior, ficando abaixo da estimativa média dos analistas, que esperavam um lucro de R$ 4,68 bilhões. Apesar de a Locaweb ter revertido seu prejuízo para lucro no balanço divulgado na quinta-feira, os custos operacionais da empresa aumentaram 12% em comparação com o mesmo período de 2022, o que desagradou o mercado. Já a Renner apresentou um resultado fraco na visão dos especialistas.

Entre as maiores altas do IBOV, destacam-se MRV e Grupo Soma, ambas influenciadas por balanços positivos divulgados na quinta-feira. Mesmo que a MRV tenha divulgado prejuízo no trimestre, animou os investidores com um aumento de 16,4% na receita operacional líquida em comparação com o ano anterior. O Grupo Soma apresentou balanço com receita bruta e líquida acima do mesmo período do ano passado, além de uma expansão em sua base de clientes.

“Estamos em um período de divulgação de resultados trimestrais e muitas empresas apresentaram balanços acima das expectativas de mercado, fato que provocou uma valorização de quase 7% do Ibovespa nas últimas duas semanas”, disse Elcio Cardozo, especialista de investimentos da Matriz Capital.

Destaques do pregão

Maiores Altas:
SOMA3: +6,62% a R$ 6,60
MRVE3: +6,83% a R$ 10,17
DXCO3: +5,88% a R$ 6,85
AZUL4: +5,05% a R$ 15,39
BRFS3: +5,09% a R$ 12,18

Maiores Baixas:
LREN3: -5,17% a R$ 12,85
LWSA3: −5,14% a R$ 6,27
SMTO3: −2,77% a R$ 33,40
BBDC4: −1,38% a R$ 15,05
BBDC3: −1,48% a R$ 13,28

Exterior

As ações europeias caíram nesta sexta-feira, prejudicadas pelos rendimentos mais altos dos títulos, uma vez que os comentários “hawkish” (agressivos contra a inflação) do chair do Federal Reserve esfriaram o otimismo dos investidores em relação a um pico na taxa de juros, enquanto resultados sombrios da Diageo e da Richemont também pesaram.

O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em queda de 1,00%, a 443,31 pontos, em baixa em relação ao maior nível em três semanas atingido na quinta-feira, e encerrando a semana marginalmente em baixa.

(Com Reuters)

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