Mulheres são cada vez mais importantes para o desenvolvimento socioeconômico no planeta, um movimento crescente que vem ganhando espaços em áreas de gestão e decisão nas últimas décadas. No agro brasileiro, setor que em 2023 pode responder por 24,4% do PIB, de acordo com os dados mais recentes do CEPEA/USP, elas comandam fazendas e empresas. Esse é o dia a dia das mulheres que fazem parte do FMA (Forbes Mulher Agro), grupo criado pela Forbes Agro, em abril deste ano, e que reúne cerca de 40 executivas.
Veja quem marcou presença no encontro Forbes Mulher Agro:
Para uma tarde de debates em evento apresentado pelo Bradesco BBI nesta quarta-feira (8), o FMA esteve reunido em São Paulo no rooftop Bradesco Plaza, na avenida Faria Lima, região que é um símbolo do mercado financeiro e empresarial do país. Fez parte da agenda o cenário econômico e suas implicações, mercado de carbono e sua real perspectiva, gestão patrimonial, construção de marcas e como tratar a inteligência artificial nos dias atuais. “A importância de reunir essas mulheres é que elas são mulheres líderes do setor e dessa maneira a gente vai abrindo o caminho, abrindo espaço para outras mulheres”, diz a pecuarista e engenheira de alimentos Helen Jacintho, presidente do FMA e colunista de Forbes Agro.
O diretor executivo do Bradesco, Bruno Boetger, presente ao evento, afirmou que “receber mais de 40 executivas e acionistas de destaque do setor, para nós é uma honra”. E acrescenta: “ O agro é um setor que cresce, um setor que trabalha, que tem ética de trabalho e que é tão importante para o Brasil”.
Para o publisher e presidente da Forbes Brasil, Antonio Camarotti, que trouxe a marca norte-americana ao país há uma década, a plataforma de comunicação olha para todos os cenários e a presença das mulheres no agronegócio representa uma força indiscutível nos dias atuais. “A Forbes nasceu com a missão de comunicar e o FMA é uma força”, afirma Camarotti.
A agricultora Alessandra Zanotto, do setor de algodão e grãos, com fazendas localizadas no oeste da Bahia, em Luís Eduardo Magalhães, diz que considera o FMA “um movimento para fortalecer não só a potência feminina, mas principalmente o setor” do agronegócio. “Acredito muito que a mulher tem um papel extremamente importante no agro, pela pela sua capacidade diversa de tratar os assuntos e ter uma rede como essa, um movimento como esse para troca de informações troca de ideias é não só para resolver conflitos, problemas, mas é buscar soluções. É o fortalecimento da mulher, numa cadeia que é ainda muito protagonizada por homens”, afirma.
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Vinda do setor de fibra de celulose e reflorestamento, no qual o Brasil é referência, Nina Ploger afirma que para um agro no qual as mulheres são protagonistas é necessário um trabalho de tradução para o mundo e para a própria sociedade brasileira, sobre a sua importância e contribuição para a segurança alimentar e energética na construção de um Brasil melhor. “O agro pode crescer com sustentabilidade e responsabilidade. A mulher com essa missão de transformar o agro, e ter a sustentabilidade como a sua base principal, realmente vai ser a nossa pauta para o futuro do nosso país.”
Carmen Perez, pecuarista e dona da fazenda Orvalho das Flores, em Mato Grosso, colunista da Forbes Agro e criadora da série documental “Quando ouvi a voz da terra”, afirma que o trabalho de boas práticas é uma tarefa para as mulheres, dentro e fora da cadeia produtiva, levando a mensagem da importância do bem-estar animal e humano, e que fazer parte do FMA contribui na formação dessas redes comunitárias. “Participo de um grupo há muitos anos, mas o interessante do Forbes Mulher Agro é que ele traz mulheres que não estão só e apenas no campo, mas são executivas de empresas que estão ligadas ao campo de uma outra forma, e essa rede de comunicação é fundamental”, afirma Carmen.
Comunicação também é o foco da produtora rural de Barretos (SP), Letícia Jacinto, presidente do “De olho no material escolar”, associação que tem o propósito de trazer para o material didático fontes científicas públicas e atualizadas sobre o agronegócio. “A Forbes tem uma credibilidade imensa no mercado não só nacional, como internacional. É um orgulho estar ao lado dessas mulheres tão fortes que trabalham, que tocam seu próprio negócio e que transformam, de alguma maneira, o nosso país que tem um grande potencial dentro do agronegócio. São pessoas muito inteligentes e isso também ajuda no nosso projeto de educação, ajuda a abrir portas para o mundo todo”, diz Letícia. O projeto “De olho no material escolar” atua junto ao governo federal e suas instâncias educacionais, às universidades e institutos de pesquisa, às escolas e produtores levando crianças para vivenciarem na prática as rotinas do campo.
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Beatriz Bottesi, head de marketing da Meta para a América Latina, dona das plataformas digitais Facebook, Instagram e WhatsApp, que falou no evento do FMA sobre construção de marcas, foi indagada por várias mulheres sobre o desafio dessa construção de caminhos possíveis. “Fiquei feliz com a conversa por bilhões de motivos. Mas o principal é ver que o WhatsApp, que é uma plataforma que está na mão de 2 bilhões de pessoas conectando todo mundo, também conecta todas essas mulheres”, diz Beatriz.
O bloco de tecnologias também contou com Luiz Pacete, head de inovação e tecnologia da Forbes, que mostrou como a IA (inteligência artificial), que não é um instrumento novo, está conectado com o humano. “O agro já é um ecossistema imerso em muita tecnologia, talvez dos mais tecnológicos hoje. Então, nossa conversa atual não é sobre ferramentas de IA generativa, ela é muito mais sobre comportamento, negócios e como a Inteligência artificial está na transformação de um segmento tão importante”, diz Pacete.
Para Helen Jacintho, o lado humano do FMA é traduzido na sua diversidade e na disposição dessas mulheres em cumprir tarefas do seu dia a dia e ir além na construção de aprendizados. “A gente tem mulheres do café, leite e pecuária com todos os seus setores, florestal, agricultura, energia e executivas de empresas. São decision makers. O grupo se tornou um grande templo onde a gente conversa sobre vários assuntos, pensa em planos futuros, em como fazer diferença no mundo e trazer um mundo melhor para tudo que está ao nosso redor”, diz Helen. “Nossos encontros são parte dessa caminhada”, completa.
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