Universidades nos EUA são um case de mestre em comunidade. Eles cultivam identidade desde o berço acadêmico — seja com o “class ring” (um anel que os alunos da mesma turma usam logo assim que finalizam a faculdade), ou com as reuniões de formatura que marcam em 10, 20 ou até 30 anos depois. A questão é: essa experiência está enraizada na cultura americana.
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Na Harvard Business School, por exemplo, não se trata apenas de ir às aulas. É sobre forjar conexões duradouras desde o primeiro dia. As aulas são estruturadas para que as pessoas trabalhem em grupo, se conheçam e criem laços desde o começo. O networking não é uma opção; é um curso paralelo, porque esses colegas de classe serão cruciais na sua trajetória, e podem ser seus amigos, mentores e futuros sócios.
O jogo fica interessante quando as marcas descobrem e passam a usar essa inteligência de comunidade em suas empresas, o que expande a comunicação das marcas e cria cada vez mais proximidade com os clientes. Basicamente se trata do momento quando as marcas integram a engenhosidade comunitária em seus negócios e se tornam forças potentes.
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Na prática, as pessoas estão em busca de algo em que elas se sintam representadas. O TikTok é a prova viva de “love brands” e do grande poder que as comunidades têm. Por esses dias notei uma jogada de mestre de Hailey Bieber, fundadora, presidente e diretora criativa da Rhode (marca de beleza), que faz o match perfeito de: comunidade + tik tok + marca. Acontece que os usuários da rede social se reconhecem pelas hashtags e têm a sensação de fazer parte daquela comunidade específica. Hailey Bieber percebeu essa tendência na plataforma e criou a hashtag ‘#strawberrygirl’, em que gravou um vídeo se maquiando e consolidou o termo de strawberry makeup. O conceito viralizou, o que facilitou a visibilidade da marca e, principalmente, a identificação entre a comunidade de strawberry girls. Alguns dias depois, o Gran Finale surgiu: Hailey Bieber lançou um novo sabor do Lip Balm da Rhode, cujo nome você já deve imaginar qual é: Strawberry, com certeza!
A moral dessa história é que comunidade é a cereja do seu bolo. E eu não estou falando de alimentação por aqui. Estou falando de negócios.
O que estou apontando não é só sobre marketing. É uma alquimia de negócios. Dados da “Global Consumer Pulse”, da Accenture Strategy, revelam que 83% dos consumidores brasileiros preferem comprar de empresas que defendem propósitos alinhados aos seus valores de vida. A AMPRO (Associação de Marketing Promocional) também reforça que nos últimos 3 anos as empresas investiram mais de R$45 bilhões em ações para ficarem mais próximos de seus clientes.
Ou seja, quando a alma da sua empresa vibra na mesma frequência que as aspirações de seus clientes, você não está apenas fazendo negócios. Você está criando um movimento. Isso é mais do que acolhimento; é magnetismo corporativo. Os consumidores se tornam evangelizadores da sua marca (mais conhecidos como love brands), compartilhando dos seus mesmos interesses não porque você pediu, mas porque você entregou valor real. O que temos aqui não é só uma conexão — é uma aliança poderosa. Use-a em seu favor!
E não pense que este é apenas um jogo emocional. A intimidade que você cultiva com seu público desbloqueia um tesouro de oportunidades. Conhecendo as dores, desejos e sonhos deles, você pode inovar de formas que seus concorrentes nem sequer podem conceber. Portanto, deixe de lado essa visão superficial de cliente-empresa e comece a construir relações que vão além do transacional. Este é o núcleo do verdadeiro empreendedorismo impactante. Você está pronto para elevar o nível?
Camila Farani é Top Voice no LinkedIn Brasil e a única mulher bicampeã como Melhor Investidora-Anjo no Startup Awards, em 2016 e 2018. A empreendedora também é sócia-fundadora da G2 Capital, uma boutique de investimentos em empresas de tecnologia.
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