O Brasil ocupa o 13º lugar entre 30 países avaliados em relação à saúde geral, ou holística, dos seus profissionais.
A nova pesquisa do McKinsey Health Institute abrange 30 mil trabalhadores e mostra como eles percebem sua saúde e a relacionam com o ambiente de trabalho.
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Mais da metade dos trabalhadores relataram uma saúde geral positiva, mas há variações entre os países.
No Brasil:
62% consideraram ter boa saúde geral ou holística (visão integrada do funcionamento mental, físico, espiritual e social do indivíduo)
70% – saúde social (capacidade de construir relacionamentos saudáveis e de apoio);
63% – saúde física;
71%% – saúde espiritual (integra significado na sua vida)
74% – saúde mental (estado de ser comportamental, cognitivo e emocional do indivíduo).
A Turquia lidera o ranking, com a maior porcentagem de pontuações positivas em relação à saúde dos profissionais (78%) e o Japão ocupa o último lugar (25%).
Veja o ranking geral:
Turquia (78%)
Índia (76%)
China (75%)
Camarões (69%)
Nigéria (69%)
Suécia (68%)
Emirados Árabes Unidos (67%)
México (67%)
Colômbia (63%)
Egito (63%)
Brasil (62%)
Estados Unidos (62%)
Suíça (62%)
África do Sul (61%)
Argentina (55%)
Indonésia (54%)
Chile (52%)
Singapura (52%)
Alemanha (51%)
Arábia Saudita (51%)
Itália (51%)
Polônia (50%)
Austrália (48%)
Coreia do Sul (48%)
Canadá (47%)
França (45%)
Nova Zelândia (45%)
Holanda (44%)
Reino Unido (43%)
Japão (25%)
Profissionais entre 18 e 24 anos tiveram as pontuações mais baixas em relação à saúde holística. Entrevistados que trabalham em empresas maiores (com mais de 250 funcionários) tiveram pontuações de saúde holística mais altas do que aqueles em empresas menores. Os níveis são semelhantes em todos os setores pesquisados.
Em relação aos cargos, os gerentes tiveram as maiores pontuações de saúde holística.
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Trabalho, bem-estar e saúde
Numa era em que o trabalho é caracterizado por mudanças rápidas, prazos implacáveis e cada vez mais exigências, o foco na saúde dos trabalhadores nunca foi tão relevante. À medida que as empresas enfrentam esses desafios, surge um entendimento de que apenas reagir às consequências do esgotamento não é suficiente.
Ao enfatizar a ligação entre a satisfação no trabalho e o bem-estar geral, o estudo aborda a necessidade de as organizações criarem culturas de trabalho que apoiem todo o espectro de saúde dos seus funcionários. O objetivo é atingir um equilíbrio harmonioso entre as exigências do trabalho e o bem-estar pessoal.
E esses pontos estão conectados. Aqueles que relataram experiências positivas no trabalho também indicaram melhor saúde holística. Além disso, foram mais inovadores e apresentaram melhor desempenho profissional.
No entanto, é crucial compreender a complexidade dessa dinâmica entre trabalho, bem-estar e saúde. Embora os facilitadores do trabalho (como recursos adequados, sistemas e liderança eficientes e uma cultura positiva) estejam ligados a uma boa saúde geral, o esgotamento está intimamente relacionado aos fatores de estresse no trabalho.
Portanto, apenas oferecer facilitadores sem rever as formas de trabalho pode não ser suficiente para prevenir o esgotamento. Da mesma forma, apenas negar as exigências e demandas não vai te levar, necessariamente, a um quadro de saúde holística.
“Os sintomas de esgotamento e a saúde holística podem coexistir”, diz Jacqueline Brassey, líder de saúde dos trabalhadores do McKinsey Health Institute. “Achar que seu trabalho é significativo ou ser resiliente são fatores importantes para uma melhor saúde holística. Mas isso por si só pode não protegê-lo do esgotamento se as demandas forem muito altas.”
Como os adultos normalmente passam a maior parte do tempo no trabalho, os empregadores estão numa posição importante de influenciar o bem-estar dos seus funcionários.
O impacto econômico do bem-estar dos funcionários
A saúde geral não envolve apenas o bem-estar individual dos funcionários – é importante também para o sucesso financeiro da empresa.
Colaboradores esgotados e menos engajados são menos produtivos, se afastam com mais frequência e, como consequência, aumentam a taxa de turnover, o que se traduz em perdas financeiras.
Essas questões podem levar a uma perda de produtividade anual entre US$ 228 milhões e US$ 355 milhões para uma empresa média do índice S&P, que representa as maiores companhias listadas nos EUA, de acordo com um estudo do McKinsey Health Institute. “É hora de os empregadores irem além do esgotamento e também incluírem um foco no que será necessário para ajudar os funcionários a realmente prosperar em todas as dimensões da saúde – física, mental, social e espiritual”, disse Brassey.
Metas x saúde
A busca pela produtividade a curto prazo e por metas imediatas pode entrar em conflito com investimentos focados no bem-estar dos funcionários. Contudo, conciliar essas ideias muitas vezes contraditórias requer uma liderança adaptativa. “Os líderes devem trabalhar com a tensão entre as exigências imediatas de desempenho organizacional e rentabilidade e as necessidades de saúde e flexibilidade a longo prazo da sua força de trabalho”, observa Natalia Weisz, professora de liderança na IAE Business School da Argentina
É um processo de aprendizagem organizacional em que todos devem enfrentar alguma forma de perda. Isso porque priorizar a saúde dos profissionais obriga as empresas a mudar suas estruturas. “Requer abandonar hábitos, crenças e até valores profundamente enraizados, muitos dos quais podem parecer estar em desacordo com os valores da eficiência e lucratividade”, afirma Weisz.
Trabalhar essa visão integrada de saúde não é apenas uma obrigação moral, mas também uma vantagem estratégica. Empregadores que dão prioridade ao tema estão preparados para criar ambientes em que os funcionários possam realmente se desenvolver e estabelecer um novo padrão do que significa ser uma organização bem-sucedida e com visão de futuro.
*Benjamin Laker é colaborador da Forbes USA. Ele é professor na Henley Business School e realiza pesquisas e palestras sobre o impacto social da liderança.
(traduzido e adaptado por Fernanda de Almeida)
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