Imagine: o ano é 2040. Você acabou de desembarcar de um voo hipersônico de Nova York para Londres, uma viagem de apenas duas horas, e depois pega um “drone” de mobilidade urbana aérea para evitar o trânsito da cidade no horário de pico e chega em casa em 20 minutos. Enquanto está no ar, você transmitiu uma conferência holográfica em tempo real, graças à fusão perfeita de redes celulares e satélites possibilitada pelo 6G. Isso não é um delírio. É um vislumbre do futuro iminente.
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As megatendências decodificadas
O mundo hiperconectado: cada geração da tecnologia revolucionou a forma como nos conectamos e interagimos. O 3G trouxe dados, o 4G trouxe vídeos e o 5G oferece o uso B2B, com comunicação máquina-a-máquina, proporcionando estádios, fábricas e carros conectados. Mas o 6G? O salto do 5G para o 6G promete um avanço colossal, unindo entidades isoladas, como casas, carros e cidades, em um ecossistema de vida conectado unificado. Combine isso com o “Space Log Jam” (lançaremos 20 mil satélites nesta década, e isso proporcionará banda larga de alta velocidade, possivelmente velocidades 5G por meio de satélites e serviços de localização precisos), e estaremos conectados em todos os lugares, a qualquer hora, tornando o mundo hiperconectado, que desencadeará novos modelos de negócios disruptivos. No futuro, em essência, a constante conexão será uma realidade. Nesse mundo, estar desconectado pode ser o único verdadeiro luxo.
A aurora da singularidade tecnológica: esta tendência traça a evolução da IA, onde tecnologias inteligentes e poderosas podem transformar radicalmente nossa realidade com resultados imprevisíveis. Com o advento da IA generativa, entramos na era da IA geral. Atualmente, não existem exemplos do mundo real de SuperInteligência Artificial (ASI), onde a IA atinge níveis humanos de consciência, inteligência e capacidades. Uma sub tendência chave do crescimento da IA e do mundo hiperconectado é a nossa entrada no que chamamos de “um mundo autônomo” – uma oportunidade de 10 trilhões de dólares. Até 2035, teremos o advento de novas ciências da computação, como a computação neuromórfica, computação de DNA e computação quântica, desafiando ainda mais a Lei de Moore e acelerando a transição da IA geral para a super IA, o que significa que as máquinas se tornarão mais inteligentes do que os humanos, alcançando assim a singularidade tecnológica.
Indústria 5.0 – A era simbionte: a quarta revolução industrial tratou de aplicar tecnologias emergentes que são conectadas, interativas e intuitivas. O objetivo final é obter a máxima eficiência de custos e tempo. A União Europeia descreve a Indústria 5.0 como “uma visão de uma indústria que visa além da eficiência e produtividade como únicos objetivos e reforça o papel e a contribuição da indústria para a sociedade”. No mundo da previsão, esses megadesenvolvimentos, como a revolução industrial, impactam profundamente nossa sociedade. A primeira revolução industrial nos moveu de uma economia agrícola para uma economia de manufatura e trouxe megatendências como a urbanização. Da mesma forma, com a Indústria 5.0, haverá um impacto profundo em nossa sociedade em geral, onde a colaboração entre humanos e robôs reformulará os fundamentos de empregos, habilidades e fontes globais.
A transição energética: o futuro da energia será descarbonizada, descentralizada, digital e democratizada, e possivelmente um dia a energia será gratuita. A descarbonização se refere à transição de combustíveis fósseis para fontes de energia renovável. A descentralização no setor de energia se refere ao crescimento de soluções menores de geração de energia renovável local. A digitalização se refere à transição de soluções analógicas para soluções digitais na infraestrutura de energia, como medidores inteligentes e redes inteligentes para gerenciamento e processamento em tempo real de bilhões de pontos de dados para automatizar a tomada de decisões e permitir a integração de diversas fontes de geração de energia. A democratização se refere à localização da energia e o aproveitamento da natureza local para desenvolver a melhor combinação de energia para aquele país/região e tornar a energia acessível a todos.
Inovação até o zero: inovar até o zero não é uma megatendência, mas uma visão mega – uma visão de um mundo perfeito, um desejo de perfeição em nossa sociedade, empresas e em todos os produtos e serviços que consumimos. É um mundo de conceito zero, com zero crimes, zero doenças, zero fome, zero mortes, edifícios neutros em carbono, cidades, e nações com emissões zero. O “Mundo Visão Zero” é abrangente hoje, abraçando manufatura, varejo, cidades, indivíduos, empresas, governos, trabalho, lar, lazer, produtos, desempenho e processos. Trata-se de uma filosofia que gira em torno de práticas seguras, inteligentes e sustentáveis. Além de alcançar a neutralidade de carbono e o zero líquido, trata-se de construir conscientemente um mundo melhor – livre de erros, defeitos e aspectos negativos.
Futuro da mobilidade: o futuro das viagens não será apenas mais rápido, mas mais inteligente. Imagine um mundo livre de problemas de transporte, onde sistemas multimodais e integrados oferecem orientação dinâmica em tempo real, culminando em viagens quase instantâneas. A mobilidade será multimodal, integrada e porta a porta, combinando múltiplos modos de transporte eficientes em termos de energia com ofertas de plataformas de mobilidade como serviço. A mobilidade será uma parte integral de um mundo de visão zero onde os três males do transporte – congestão, poluição e acidentes – serão eliminados. Teremos a quarta e a quinta dimensões de viagem introduzidas com viagens subterrâneas e super superficiais com velocidades hipersônicas como uma realidade.
Sociedade Futura e Urbanização: enquanto a população global está envelhecendo, algumas nações da Ásia e África têm populações jovens em rápido crescimento. Os futuros clientes serão mais diversos em idade, sexo, cultura e riqueza e exigirão serviços personalizados. O aumento das taxas de urbanização em cidades pequenas e de médio porte, principalmente na África e na Ásia, terá importantes implicações para novos mercados, produtos e serviços. A sub-urbanização crescerá no Ocidente, mas no Oriente, haverá um crescimento de regiões e urbanização de cidades a centenas de quilômetros de distância, dando origem a corredores gigantescos como o Corredor Industrial Delhi-Mumbai, de 1350 km.
Potências econômicas do futuro – Economias de baixo crescimento populacional: com o crescimento das populações e uma parcela demográfica jovem, muitas economias emergentes superarão as economias avançadas em crescimento. Na verdade, até 2040, as economias em desenvolvimento de hoje representarão mais de 65% da produção global. Acreditamos que países com população superior a 100 milhões têm o potencial de se tornarem economias de trilhões de dólares até 2040. Assim, o crescimento futuro será impulsionado pelo que chamamos de “economias de baixo crescimento populacional”. Nessa paisagem econômica em mudança, nações populosas como China, Índia, Indonésia, Brasil, México, Arábia Saudita e Nigéria podem emergir como as maiores e principais potências econômicas até 2050. As dinâmicas econômicas em mudança também representam desafios para as empresas. Com o crescimento da população global potencialmente atingindo um platô e a crise climática contínua, a grande pergunta é: poderíamos ver o fim do crescimento como o conhecemos? A resposta pode estar na classe média emergente de países em desenvolvimento. Suas aspirações, sonhos e impulso econômico podem esculpir uma nova “Terra Média”. Um mundo onde suas ambições impulsionam o crescimento do PIB global, moldando um futuro tão imprevisível quanto emocionante.
Nesta grande dança de interrupção e inovação, uma verdade se destaca – estamos à beira de uma revolução que promete ser extraordinária. Portanto, prepare-se: o melhor ainda está por vir!
O post As megatendências que moldarão o futuro do mundo apareceu primeiro em Forbes Brasil.