As atitudes da geração Z no trabalho têm gerado diferentes percepções. Enquanto alguns empregadores reconhecem o impacto positivo desses profissionais e a sua capacidade de gerar transformações na organização, outros relatam que é difícil trabalhar com essa geração devido às suas ações e expectativas particulares.
Os jovens da geração Z estão assumindo cada vez mais posições no mercado de trabalho, ao mesmo tempo em que os baby boomers se aposentam. E têm rompido com práticas e situações que as gerações anteriores viveram no ambiente corporativo e suportaram de forma passiva, enquanto obrigam as empresas a se ajustarem às suas prioridades.
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Um relatório da consultoria norte-americana Soter Analytics mostra alguns dos fatores que a geração Z prioriza quando toma decisões na carreira ou avalia uma oferta de emprego. Algumas dessas prioridades incluem remuneração, flexibilidade e oportunidades de crescimento profissional.
Gen Z prefere indústrias com maiores salários
De acordo com a pesquisa da Soter Analytics, 46% dos membros da geração Z consideram a remuneração um fator central ao decidir aceitar um novo emprego. Nessa mesma lógica, um outro estudo feito nos EUA demonstra que uma em cada quatro pessoas da geração Z estuda e também trabalha para apoiar financeiramente seus familiares devido à crise econômica e ao aumento do custo de vida.
Dois terços dos entrevistados não têm dinheiro para pagar suas próprias necessidades básicas. E entre os que trabalham e estudam, 72% precisam de dinheiro para essas necessidades.
O combo estudo e trabalho tem um preço: 32% sofrem com problemas de saúde mental, enquanto 50% sacrificam o sono ou o lazer e um em cada seis terminam seus namoros.
Portanto, ao tomar decisões sobre as suas carreiras, a Geração Z normalmente prefere indústrias que tendem a pagar salários mais elevados, especialmente no nível de entrada, como tecnologia e consultoria, ambos dominados por empresas mundialmente famosas dentro das big techs e big four (EY, PwC, Deloitte e KPMG).
Flexibilidade no trabalho
Aproximadamente 40% da geração Z considera a flexibilidade um fator fundamental ao avaliar uma oferta de emprego. Nessa mesma lógica, um relatório da Deloitte mostra que 75% preferem um emprego que oferece total flexibilidade a outro com salário mais alto.
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A geração Z quer que o trabalho se adapte ao seu estilo de vida, e não o contrário. Esses jovens estão liderando uma transformação na relação das pessoas com o trabalho, o que já mostra resultados, com empregadores dando ênfase à flexibilidade como um atrativo nas ofertas de emprego.
Crescimento profissional
Muitas pessoas da geração Z consideram que certos setores, como produção ou construção, limitam o seu potencial de carreira e, portanto, hesitam em exercer essas funções, vendo-as como um trabalho de curto prazo. Eles tendem a priorizar oportunidades que tenham planos de carreira claros para ascender a posições corporativas nos níveis gerencial e sênior. Estima-se que 74% da geração Z tenha a ambição de aprender novas habilidades e se desenvolver profissionalmente.
Outra pesquisa observou que dois terços dos trabalhadores da geração Z estão atualmente à procura ou buscarão um novo emprego nos próximos seis meses. Esses profissionais estão cada vez mais recorrendo a empresas multinacionais em busca de oportunidades de crescimento na carreira.
Os empregadores precisarão rever toda a sua estratégia de cultura e atração de talentos. A geração Z exige ser ouvida e ter a sua voz respeitada nas áreas que são mais importantes para eles e para a sociedade em geral. Para incentivar e atrair esses profissionais, são necessários salários razoavelmente mais elevados, planos sólidos de progressão na carreira e regimes de trabalho flexíveis que incentivem a contribuição dos funcionários sempre que possível.
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* Rachel Wells é fundadora e CEO da Rachel Wells Coaching, uma empresa dedicada a desbloquear o potencial de carreira e liderança para a geração Z e os millenials.
(Traduzido por Gabriela Guido)
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