A menos de dois meses do início do verão, começa agora a corrida contra o tempo perdido para chegar às férias de fim de ano com o peso ideal. Nesse sentido, algumas pessoas podem investir em métodos para emagrecer rápido e assim perder peso em pouco tempo.
De acordo com o médico endocrinologista Daniel Lerario, que é mestre e doutor pela Escola Paulista de Medicina, atualmente existem diversas estratégias para emagrecer rápido. Isso inclui medicamentos que auxiliam a perda de peso de maneira bastante segura e eficaz.
No entanto, segundo ele, é preciso ter cautela e seguir a orientação médica, pois assim como qualquer medicamento há contraindicações e efeitos colaterais que podem trazer prejuízos à saúde.
“É compreensível que as pessoas queiram soluções rápidas para suas questões de saúde e/ou estéticas. Por outro lado, é importante ponderar os riscos e buscar sempre os caminhos mais seguros e sérios para a perda de peso desejada”, alerta.
Atenção às dietas da moda
Para perder peso de maneira rápida, as pessoas também costumam fazer dietas extremamente restritivas, que excluem certos alimentos do cardápio. Mas, além dos riscos à saúde, eliminar nutrientes das refeições pode causar o temido “efeito sanfona”, caracterizado pelo ganho de peso logo depois do fim da dieta.
Por isso, o especialista lembra que para emagrecer é preciso montar uma estratégia racional, com metas realistas e viáveis de serem alcançadas. “Dietas da moda acabam tendo um efeito negativo, porque têm pouca ou nenhuma fundamentação científica e muitas vezes induzem a resultados efêmeros, o que provoca frustração”, afirma.
Além disso, passar muito tempo em jejum pode fazer mal para algumas pessoas. “Há aqueles que têm boa adaptação e resultado satisfatório com o chamado jejum prolongado. Mas esta não é uma modalidade de dieta que se aplica a todos que querem perder peso, não por gerar riscos, mas porque certas pessoas se sentem mal quando ficam muito tempo sem comer”.
Medicações para emagrecer
Segundo o endocrinologista, existem quatro principais classes de medicações auxiliares para emagrecer:
Inibidores da absorção de gordura: Reduzem a absorção de calorias, porque parte do que se come na forma de gordura passa a ser eliminado nas fezes. Podem, no entanto, provocar diarreia;
Medicações inibidoras de apetite: Provocam um aumento de neurotransmissores cerebrais, que levam a uma redução da fome e/ou da vontade de consumir alimentos mais calóricos.
Medicações anticompulsão alimentar: Utilizadas nas áreas de psiquiatria e neurologia, para a redução da ansiedade e compulsividade pela comida;
Medicações de ação periférica: Substâncias descobertas a partir de estudos com pessoas submetidas à cirurgia bariátrica. Auxiliam a perda de peso, sobretudo porque lentificam a digestão, permitindo a saciedade com menos quantidade de comida.
O médico explica que o principal mecanismo das medicações para emagrecer é a modulação da vontade de comer. Ou seja, elas reduzem a fome ou aumentam a saciedade. “Isso ajuda demais na aderência a um plano alimentar hipocalórico e costuma resultar em perda de peso mais consistente do que a observada apenas por intervenções comportamentais”, aponta Daniel.
Contraindicações
O tratamento com medicamentos para emagrecer rápido devem ser utilizados sob prescrição médica e com o acompanhamento de um profissional de saúde. O endocrinologista ressalta que esses medicamentos também possuem contraindicações.
“Medicações que agem no sistema nervoso central podem ter uso limitado para pessoas com questões psiquiátricas ou cardiovasculares e precisam ser avaliados caso a caso pelo médico. Já aqueles que agem no sistema digestório, podem ser contraindicados para aqueles com problemas digestivos mais sérios”, finaliza.