Ser diagnosticado com um câncer é algo devastador. E no caso do câncer de mama, que é o segundo mais comum em mulheres no Brasil, há ainda uma questão a mais. Afinal, ele mexe com ponto fundamental da anatomia feminina, muitas vezes conectado à identidade e à sexualidade das mulheres: os seios.
Às vezes, os seios (ou um deles) precisam até ser retirados por meio da mastectomia. Isso pode trazer problemas de autoestima para essas mulheres. Por isso, é comum realizar o procedimento de reconstrução mamária para recuperar o formato das mamas, que pode ocorrer com a mastectomia ou posteriormente.
Antigamente, pensava-se que fazer os dois procedimentos ao mesmo tempo poderia acarretar problemas para a cura, mas de acordo com a Dra. Larissa Sumodjo, cirurgiã plástica pela SBCP, já existem comprovações de que isso não é verdade. A única exceção a essa regra são mulheres de mais idade que não suportariam uma cirurgia mais longa.
A importância da reconstrução de mama
A mastectomia costuma afetar a autoestima e a estabilidade emocional de quem a faz, além de trazer dores e desconfortos na área operada, alteração na sensibilidade e até comprometimento do membro superior daquele lado. Ou seja, além das dificuldades trazidas por qualquer câncer, o de mama ainda tem fatores específicos que afetam a paciente.
Nesse sentido, minimizar essas dificuldades realizando a reconstrução mamária juntamente com a mastectomia é importante. “Por isso, temos tanta empatia por mulheres que estão passando por um câncer de mama, porque o contexto já é muito difícil. Poder trazer essa situação de sair com a mama reconstruída e simetrizada é de extrema importância”.
Muitos mastologistas e oncologistas optam por fazer a reconstrução mamária imediata. “Mas o procedimento também pode acontecer tardiamente, após a remissão da doença. Essa decisão é tomada em conjunto médico-paciente”, ressalta a especialista.
Como ocorre a reconstrução de mama?
A técnica usada para a reconstrução mamária depende de diferentes fatores, como localização do tumor e o tipo de ressecção tumoral. Ela pode ser feita com tecido da própria paciente, com retalhos de regiões como costas e abdômen, ou com o uso de próteses e expansores.
A médica lembra que a reconstrução de mama é um procedimento realizado em etapas e, dependendo da técnica escolhida, podem ser necessárias pelo menos três cirurgias. Então a paciente deve sanar todas as suas dúvidas antes de se submeter ao procedimento. Estudos que indicam que mais de 95% dos procedimentos ocorrem imediatamente à mastectomia e têm resultados satisfatórios.
Prevenção é essencial
Ainda estamos no Outubro Rosa, momento em que se fala sobre a importância do autoexame como forma de diagnóstico precoce do câncer de mama. Porém, é essencial se lembrar disso o ano todo, assim como de outras ações que podem ajudar a prevenir a doença com mudanças no estilo de vida, como:
Prática regular de atividade física
Alimentação saudável
Não fumar
Evitar o sobrepeso
Não ingerir bebidas alcoólicas
Evitar uso de hormônios sintéticos em altas doses