A sarcopenia é uma condição caracterizada pela perda muscular progressiva e é um processo natural do envelhecimento. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, esse problema afeta 46% dos indivíduos com mais de 80 anos de idade. Já entre os principais sintomas da sarcopenia, estão:

perda da força;

braços e pernas finas;

quedas frequentes;

dificuldade para manter equilíbrio;

quedas; e

depressão.

De acordo com a fisioterapeuta Adriana Hernandez, a força muscular do ser humano costuma atingir seu auge pouco antes dos 30 anos e, a partir daí, há um declínio natural e gradual. Por sua vez, ele se torna bem mais significativo a partir dos 65 anos de idade, quando essa perda muscular chega a 1% ao ano.

Na terceira idade, essa perda pode levar a consequências graves, como redução da funcionalidade e da sobrevida. Porém, ao contrário do que se pensou por muito tempo, a sarcopenia pode sim ser evitada ou, pelo menos, controlada, já que o envelhecimento não é a única causa para essa condição.

Dra. Adriana explica que a vida sedentária, a queda dos níveis de testosterona, estrogênio e hormônio do crescimento, a infiltração de gordura entre as fibras musculares, a perda dos neurônios que conduzem o estímulo aos músculos, a resistência à insulina, a deficiência de vitamina D e a ingestão deficitária de proteína também são fatores de risco para o desenvolvimento da sarcopenia.

“O grupo que corre risco mais alto de sarcopenia incapacitante é o daqueles que enfrentam períodos longos de inatividade, causados por doenças debilitantes, consolidação de fraturas e hospitalizações. Há uma estimativa aproximada de que a imobilidade dos mais velhos em leito hospitalar provoque a perda de até 2% da massa muscular por dia. Ou seja, perda de 30% numa internação de apenas 15 dias”, explica a fisioterapeuta.

Prevenção da perda muscular progressiva

Considerando o aumento da expectativa de vida e as descobertas de que a sarcopenia pode ser controlada, torna-se cada vez mais importante se prevenir. As principais dicas da especialista nesse sentido, são:

Praticar atividade física (fisioterapia, exercícios de fortalecimento muscular, pilates…);

Ter uma dieta equilibrada com quantidade de proteínas adequada e orientada por um profissional;

Evitar o fumo, pois o cigarro diminui a fome, atrapalha a circulação sanguínea e intoxica as células do corpo;

Beber cerca de 2 litros de água por dia, mantendo-se hidratado para melhorar a circulação, o ritmo intestinal, o paladar e a saúde das células;

Evitar bebidas alcoólicas em excesso, pois esse hábito pode contribuir para a desidratação, além de prejudicar o funcionamento de órgãos como fígado, cérebro e coração.

Tratamento da sarcopenia

Para quem já possui perda de massa muscular, é importante recuperá-la logo, pois quanto maior a perda, maior a dificuldade de regeneração e piores os sintomas.

“Assim, para recuperar os músculos, é importante seguir um tratamento voltado para o ganho de massa magra, orientado pelo profissional fisioterapeuta, em conjunto com outros profissionais como nutricionista, geriatra, terapeuta ocupacional e educador físico”, diz Dra. Adriana.

Esse tratamento deve incluir: treino de força com atividade física e fisioterapia; adaptação da casa para tornar mais fáceis as atividades do dia a dia e de lazer; ajuste de remédios que podem piorar o apetite ou contribuir para a perda dos músculos; tratamento e controle de doenças que podem prejudicar o desempenho físico do idoso, como diabetes, alterações intestinais ou do apetite; e dieta rica em proteínas. “Além disso, se for um idoso com fragilidade, também é importante ter uma dieta rica em calorias, orientada pelo nutricionista”, finaliza.