O Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um tema que tem ganhado destaque nos últimos anos. Trata-se de uma condição neurobiológica, que acomete cerca de 3 a 5% das crianças em idade escolar, sendo mais frequente nos meninos.
Entretanto, é importante destacar que muitas pessoas não recebem diagnóstico de TDAH na infância. Mesmo nesses casos, é totalmente possível que o diagnóstico e tratamento sejam feitos na fase adulta, proporcionando melhor qualidade de vida e manejo dos sintomas.
Sintomas do TDAH
O TDAH caracteriza-se por um padrão persistente de sintomas de desatenção e/ou hiperatividade e impulsividade, que compromete de forma significativa a vida acadêmica, social e familiar do paciente.
De acordo com a neuropsicóloga Tammy Marchiori, com formação em neurociência por Harvard e especialização em Terapia Cognitiva pelo Beck Institute, muitos que apresentam esse transtorno na infância continuam com sintomas na vida adulta.
Estudos indicam que cerca de 40% a 50% das pessoas com TDAH na infância enfrentam dificuldades relacionadas ao transtorno na fase adulta, levando a desafios como risco aumentado de suicídio, problemas de relacionamento, consumo de substâncias e questões financeiras.
Por isso, a identificação e intervenção precoces dos sintomas do transtorno são fundamentais. Conforme a profissional, algumas pistas para identificar o TDAH em crianças incluem:
Falta de atenção aos detalhes, erros por descuido em tarefas escolares ou domésticas, e desorganização;
Excesso de energia, falar demais ou inquietação constante;
Atitudes impulsivas, interrupções frequentes e impaciência;
Dificuldades na escola, baixo rendimento acadêmico e desafios no relacionamento com educadores e colegas;
Desafios para fazer e manter amizades;
Tendência a explosões emocionais, como raiva ou frustração.
Diante destes sinais, Marchiori recomenda que os pais busquem apoio especializado para o diagnóstico que é feito com base em critérios clínicos e comportamentais, avaliados por um neurologista.
“O TDAH tem tratamento. Identificar e começar a intervenção cedo pode fazer uma diferença significativa na vida futura da criança”, finaliza.